Carim
Carim: passado,
presente e futuro
O ano era 1936. Os funcionários
do Banco do Brasil, que, em 1904, haviam criado a Caixa Montepio,
atual PREVI, fizeram nascer a Carteira de Empréstimo Hipotecário.
No começo, eram utilizadas as próprias reservas da
PREVI e repasses feitos pelo BB. Até o início da década
de 60, os modelos de financiamento levavam em consideração
apenas os juros contratados. Não havia correção
monetária e, portanto, riscos de descasamento entre reajustes
de prestações e saldos devedores.
Em 1989, foi introduzido o
modelo PCE (PREVI Carteira de Empréstimos), estabelecendo-se
a utilização de indexadores diferenciados para reajuste
de saldos devedores e prestações. Foi admitida a possibilidade
de prolongamento de 240 para até 360 meses
do prazo de liquidação do financiamento. Instituiu-se
também fundo de liquidez e o coeficiente de equalização
de taxas (CET), para corrigir desequilíbrios dos contratos.
A partir de 1993 observou-se
descolamento significativo entre taxas de reajuste de saldos devedores
e prestações, em virtude da limitação
do aumento destas à variação salarial dos mutuários.
A instituição de plano de demissão incentivada,
em 1995, resultou no surgimento de um novo problema: as prestações
de mutuários desligados do Banco já não podiam
ser cobradas em folha de pagamento, fato que, conjugado com a perda
de capacidade econômica e financeira de muitos integrantes
desse grupo, determinou aumento expressivo da inadimplência.
Em 1997 formou-se grupo de
trabalho para apresentar propostas de solução para
os problemas da Carim, as quais deveriam considerar, entre outros
aspectos, o modelo de financiamento adotado, sistemas de amortização
usualmente utilizados, viabilidade do uso dos recursos do FGTS etc.
n Como resultado desse esforço, instituiu-se em 1998 programa
de repactuação no âmbito do qual se admitia
a aplicação de redutores sobre os saldos devedores,
beneficiando cerca de 93% dos 33 mil contratos da carteira PCE existentes
à época. Permaneceu sem solução, todavia,
a principal deficiência do modelo de financiamento, qual seja,
o descasamento entre os indexadores aplicáveis a saldos devedores
(IGP-DI) e prestações (o menor entre IGP-DI e variação
salarial).
A trajetória do IGP-DI
a partir de 1999 inibiu, por um lado, a adesão de numerosos
mutuários à repactuação e, por outro
lado, fez com que em muitos casos o desconto aplicado quando da
celebração do aditivo fosse praticamente anulado,
restabelecendo-se a situação anterior de desequilíbrio
dos contratos. Ainda em 1999, foram contratados o Conselho Regional
de Economia-RJ e o Instituto dos Economistas do Rio de Janeiro (Corecon/IERJ)
para que apresentassem estudo contendo novas propostas, admitida
inclusive a concessão de descontos para quitação
antecipada. Em 2000, a Diretoria Executiva aprovou as propostas
do Corecon/IERJ, porém o Conselho Deliberativo solicitou
estudos complementares, a fim de melhor embasar a decisão
final sobre o assunto.
Novos estudos e propostas
para a Carim encontram-se em discussão pelo Banco e pela
PREVI, com o objetivo de aplicar solução estrutural
aos problemas da carteira e permitir adequação da
Entidade à exigência legal de que o retorno dos recursos
garantidores seja pelo menos igual ao custo atuarial, o que não
vem ocorrendo. Até o fechamento desta edição
do Boletim, o trabalho de análise e elaboração
de novas propostas continuava em andamento.
Operações com Participantes
A Resolução CMN 2829,
de 30/3/2001, limita em 10% dos recursos as aplicações
em empréstimo simples e financiamentos imobiliários.
O rendimento mínimo exigido para esses investimentos
é de IGP-DI + 6% a.a.
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- Como
são corrigidas as prestações e saldos devedores
- Entrevista
- Pizzolato esclarece dúvidas
- CARIM
: passado, presente e futuro
- Porque
o saldo devedor cresce
- O
desequilíbrio da Carim
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