Novo acordo de acionistas na Vale
A participação do Plano 1 na Vale representa 18,45% dos investimentos do plano e 37,93% de sua carteira de renda variável. Na década passada, foi responsável em grande parte pela geração de superávits que ajudaram a constituir reservas especiais que propiciaram aos participantes do Plano 1 a suspensão da cobrança das contribuições de 2007 a 2013 e ainda a distribuição do Benefício Especial Temporário (BET). Em 2017, um novo acordo de acionistas foi celebrado, que permitiu sua migração para o Novo Mercado da B3 (antiga BM&FBovespa), com padrões mais elevados de governança e transparência. O objetivo é futuramente tornar a Vale uma empresa de controle pulverizado.
Essa mudança traz mais liquidez e valor para a carteira de renda variável do Plano 1, o que está em consonância com os objetivos estratégicos e a Política de Investimentos do plano. Isso não quer dizer que a PREVI irá se desfazer imediatamente de seus ativos na companhia; de acordo com a visão de longo prazo inerente à previdência complementar, as perspectivas de ganhos futuros e as mudanças no cenário macroeconômico serão ponderadas antes de qualquer decisão nesse sentido. A venda dessas ações no mercado, quando ocorrer, será feita de maneira gradual e organizada, sempre aproveitando as melhores oportunidades para geração de valor. Além da perspectiva de ganhos de liquidez, o novo acordo promove melhores práticas de governança corporativa, uma vez que possibilita o alinhamento de interesses entre os acionistas e fortalece o Conselho de Administração.
Em agosto de 2017, foram concluídas com sucesso a reestruturação societária, com incorporação da Valepar por Vale com prêmio de 10% para os acionistas da Valepar, e a etapa de conversão de ações preferenciais em ordinárias com a adesão de 84,4% dos preferencialistas. A conversão das ações preferenciais remanescentes em ordinárias foi aprovada em assembleia em outubro de 2017, quando também ocorreu a eleição de dois membros independentes no Conselho de Administração. No período de três anos de duração do novo acordo de acionistas, os sócios manterão influência relevante sobre a Vale, com o objetivo de conferir estabilidade para a companhia no período de transição, o que contribui para o crescimento da mineradora.
Liquidação da venda da CPFL Energia
Divulgada ao mercado em setembro de 2016, a liquidação financeira da operação da venda de ações de emissão da CPFL Energia, vinculadas ao acordo de acionistas do qual a PREVI fazia parte, foi realizada em janeiro de 2017. A alienação da participação na empresa garantiu uma entrada de R$ 5,13 bilhões em janeiro no caixa da Entidade, contribuindo para o atingimento do objetivo estratégico “Balanceamento da gestão de investimentos com necessidades do passivo do Plano 1” e para a redução do déficit conjuntural registrado em 2015. A oportunidade de venda surgiu com a negociação entre o grupo Camargo Corrêa e a State Grid Brazil Power Participações Ltda., que assumiu o controle da CPFL Energia; a PREVI exerceu seu direito de tag along (venda conjunta), por considerar favoráveis as condições para a alienação.
Em continuidade à operação, a State Grid realizou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) das ações ordinárias de emissão da CPFL Energia para os minoritários da empresa. A oferta foi concluída em novembro de 2017, e a PREVI vendeu suas ações remanescentes, não pertencentes ao bloco de controle. Essas ações representavam 9,64% do capital social da companhia, o que representou o recebimento de mais R$ 2,72 bilhões pela PREVI.
Incorporação na Neoenergia
A PREVI, em conjunto com os demais acionistas controladores, liderou o processo de incorporação da Elektro Holding S.A. pela Neoenergia, que atua em distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. Com a incorporação, a Iberdrola passou a deter 52,45%, a PREVI 38,21% e o BB Banco de Investimento 9,35% da companhia. Apesar de ter seu percentual reduzido, a PREVI passou a deter participação em uma empresa maior, com melhores indicadores financeiros e com melhor potencial de valorização. A operação incluiu um novo compromisso de realização de uma Oferta Pública Inicial de Ações (IPO) assim que as condições de mercado se apresentarem mais favoráveis. Essa é mais uma oportunidade de gerar liquidez para o Plano 1, por meio de negociações em bolsa.
Reestruturação na Paranapanema
Em 2017 foi finalizado um plano de reestruturação da empresa. O plano contemplou capitalização por parte de alguns dos principais acionistas e de um dos maiores conglomerados do setor de mineração, o grupo Glencore, no valor de aproximadamente R$ 360 milhões; a conversão de dívida em ações por parte de credores no mesmo montante; o reperfilamento da dívida com maiores prazos e redução de taxas. Essa operação permitiu fortalecer a estrutura de capital e retomar a atividade operacional da companhia em melhores níveis. Com esse movimento, a PREVI busca promover a estabilidade operacional e a posterior busca de condições de gerar liquidez à sua participação na empresa.
Investimento na Petrobras Distribuidora
A PREVI investiu R$ 470 milhões em recursos do Plano 1 na oferta pública inicial (IPO) de ações da Petrobras Distribuidora S.A., o suficiente para garantir uma participação de 2,69% na subsidiária da Petrobras. A operação segue a lógica do desinvestimento líquido em renda variável, traçada para o Plano 1: alienação de ativos em blocos de controle substituídos por investimentos menores e mais diversificados, com grande potencial de liquidez.
Liquidação da participação na Celesc
Pelo valor de R$ 230 milhões, a PREVI vendeu toda a sua participação na Celesc para a EDP Energias do Brasil. O ativo não possui liquidez e sua alienação faz parte da estratégia de desenquadramento de renda variável prevista na Política de Investimentos do Plano 1. A concretização da operação ainda está sujeita ao atendimento de algumas condições precedentes.
Kepler Weber: venda cancelada
Anunciada em fevereiro de 2017, a venda da participação na empresa de agronegócio Kepler Weber foi cancelada em novembro. A concretização do negócio dependia do atendimento de diversas condições precedentes exigidas pela compradora, a AGCO do Brasil, e parte delas não foi cumprida no prazo estabelecido. A PREVI vem acompanhando a reestruturação financeira e operacional da Kepler Weber e mantém-se atenta a novas possibilidades de negociação.
Venda de Sauípe S.A.
Em novembro de 2017, foi divulgada a venda da Sauípe S.A., controladora do complexo hoteleiro Costa do Sauípe, na Bahia, da qual a PREVI detinha 100% do capital, à Companhia Termas do Rio Quente. O preço de aquisição foi de R$ 140,5 milhões, sujeito a ajustes usuais nesse tipo de operação, dentre eles endividamento líquido e variação do capital circulante líquido da Companhia. A alienação foi concretizada em janeiro de 2018 e encerra um longo período no qual a Entidade buscou diversas maneiras de reduzir perdas e revitalizar o negócio, incluindo novos investimentos e contratação de consultorias de gestão.
Petrobras e Sete Brasil
A PREVI, durante 2017, adotou as medidas jurídicas cabíveis em face da Petrobras, visando à defesa de seus direitos no âmbito dos investimentos na Sete Brasil e na própria Petrobras.
Imóveis
A rentabilidade do Plano 1 ficou acima da meta fixada para o ano. O segmento de shopping centers, tradicionalmente um dos mais rentáveis, prosseguiu com bons resultados. Três ativos da carteira imobiliária do Plano 1 foram vendidos em 2017: o Hospital São Luiz, o Condomínio São Luiz e o Condomínio Centenário Plaza, todos em São Paulo (SP). As alienações foram em razão de oferta financeira frente aos valores de avalições, necessidade de investimentos em modernizações e estratégia de giro da carteira. As vendas representaram importante desinvestimento em imóveis em 2017, que atingiu o valor de R$ 767 milhões.