Um
“Informativo” apócrifo com texto e ilustrações
alusivos à PREVI e a seus dirigentes circulou entre funcionários
e aposentados do BB. O material faz uma série de acusações
e insinuações, algumas, inclusive, com conotação
de preconceito com relação à orientação
sexual. O Boletim PREVI ouviu o diretor Sérgio Rosa e o conselheiro
José Roberto do Amaral no tocante aos fatos relacionados
à administração da PREVI.
"O
anonimato é normalmente
o recurso do mentiroso"
Entrevista
com
SÉRGIO ROSA
O
informativo anônimo caracteriza o processo de indicação
de conselheiros como um trem da alegria. O que o senhor tem a dizer
sobre isso?
A
PREVI é acionista de dezenas de empresas e tem o direito
e o dever de indicar conselheiros para zelar pelos investimentos
que fez. A seleção e o acompanhamento do trabalho
dos conselheiros vêm sendo aprimorados continuamente. Eles
têm que atuar em pé de igualdade com os representantes
dos demais acionistas, e defender o crescimento da empresa e os
interesses da PREVI. Críticas construtivas são bem-vindas.
Já as críticas mentirosas e preconceituosas atingem
a própria PREVI, desmerecendo este importante trabalho. Não
existe trem da alegria. A maioria dos conselheiros é de associados
aposentados. Outra parte vem dos quadros do Banco e da PREVI. Não
há porque desmerecer o trabalho e a competência destes
colegas.
A
responsabilidade pela indicação dos conselheiros era
exclusivamente sua?
Acho
que a maioria dos associados sabe que a palavra final sobre a nomeação
dos conselheiros é do Conselho Deliberativo da PREVI. Isto
está no Estatuto e já foi divulgado diversas vezes.
Por isso, a nomeação de conselheiros envolve uma ampla
discussão entre os eleitos e os indicados pelo Banco. No
entanto, tem sido muito freqüente a tentativa de responsabilizar
pessoalmente o Diretor de Participações, função
que eu exerci até maio deste ano, pelas nomeações.
Infelizmente, esta forma distorcida de tratar o assunto tem servido
para alimentar uma forma desleal de fazer política junto
aos associados.
Quais
foram os critérios adotados para indicação
de conselheiros?
Apesar
de sucessivas propostas que a Diretoria de Participações
fez para alterar o critério de indicação, a
metodologia vigente é basicamente a mesma que vem sendo adotada
desde 1998. Há um cadastro com o currículo de todos
os associados que quiseram se inscrever. Estes currículos
são pontuados e formam uma lista de nomes disponíveis.
Desta lista, é realizada uma pré-seleção
de nomes, baseada em experiência e afinidade com cada tipo
de empresa. A proposta é encaminhada para a Diretoria Executiva
da PREVI e depois para o Conselho Deliberativo, que faz a aprovação
final.
É
verdade que o senhor ganha um total de R$ 15 mil para participar
de uma reunião mensal?
Isto
é mentira. Os dirigentes e funcionários da ativa da
PREVI e do Banco só podem receber no máximo R$ 1.785,69
pela função de conselheiro. Se estiverem em mais de
um conselho, só podem receber de um deles, dentro daquele
teto. Não se pode confundir isso com o que as empresas definem
e pagam para seus conselheiros em geral. As empresas definem a remuneração
de seus conselheiros, e esta remuneração varia de
cerca de R$ 2.000,00 a R$ 20.000,00, ficando na média de
R$ 6.000,00. Mas os conselheiros da PREVI que estão na ativa
enviam uma carta para as empresas auto-limitando a sua remuneração.
Por
que existem sindicalistas indicados como conselheiros?
Existem
conselheiros que são aposentados, executivos do Banco, dirigentes
e funcionários da PREVI, dirigentes de associações
etc. Por que não poderia haver, eventualmente, conselheiros
que são também dirigentes sindicais? Deveríamos
vetar estes colegas ? Eles acumularam experiência em negociações,
têm experiência administrativa em suas entidades, receberam
a confiança dos bancários que os elegeram e são
associados da PREVI. Se preenchem os critérios, como os demais,
podem ser indicados. De vez em quando alguém faz uma tempestade
com isso, sendo que na verdade há uma ínfima parcela
de conselheiros que são também dirigentes sindicais.
Parece que alguns setores ainda vêem os sindicalistas com
preconceito, quando eu, pelo contrário, tenho muito orgulho
de todos os que se dispõem a lutar em defesa do funcionalismo.
E
com relação aos demais nomes citados, é verdadeira
a remuneração publicada no material apócrifo?
Praticamente
tudo que está nesse gibi é mentira, e me incomoda
muito ter que discutir informações deste tipo, que
as pessoas não tiveram nem a coragem de assinar em baixo.
Acho que o associado da PREVI deveria ter um princípio, até
como cidadão, de desconfiar de toda informação
apócrifa, cujo autor não teve a hombridade de se identificar.
Porque o recurso ao anonimato é normalmente o recurso do
mentiroso, que não quer se expor ao desmascaramento e às
ações judiciais que estas mentiras ensejam.
O
material afirma ainda que o senhor teria sido omisso e negligente.
Todos
nós estamos sujeitos à avaliação de
nossa gestão, e não me furto a isso. Tenho ido a debates
e encontros com associados em todo país, informado o que
fiz e o que deixei de fazer, e dialogado francamente com todos que
me interpelam. Acho que este é um exercício democrático
da maior importância. Na PREVI, lutei para não permitir
a transferência de recursos da Entidade, lutei para não
pagarmos impostos que julgo indevidos, lutei para preservar os direitos
dos associados, me expondo inclusive à cassação
do meu mandato e a inquéritos movidos pelo Ministério
da Previdência. No meu dia-a-dia, assumo com paixão
e muito profissionalismo as minhas tarefas e teria muitos casos
para destacar, como a denúncia do Magic Park, do caso Opportunity,
o esforço para recuperar Sauípe, a Ferroban, o Terminal
Ponta do Félix, o empreedimento Humberto Primo e outros tantos.
Mas não cabe a mim dar a palavra final sobre meu desempenho.
Cabe aos associados esta avaliação, e espero apenas
que ela seja feita com base em informações objetivas.
A
que o Senhor atribui este tipo de acusação?
Como
já disse, é uma forma desleal de fazer política.
A democracia, que defendo arduamente, se baseia em processos eletivos
e, sendo assim, é natural a disputa de idéias e opiniões.
Só que, de vez em quando, alguns fazem esta disputa ultrapassando
todos os limites da ética.
Continua
»
Entrevista
com JOSÉ ROBERTO DO AMARAL
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