“O que se busca são alternativas competitivas”

É indispensável que o Banco Opportunity facilite o acesso aos dados das operadoras celulares, de modo que uma avaliação das mesmas possa ser realizada por uma instituição independente. / Foto: P. R. de Bruno


Um dos assuntos abordados na matéria da Revista Isto É Dinheiro é a proposta de compra das celulares pela Brasil Telecom aos fundos de pensão PREVI, Petros e Telos. Para falar desse assunto, o Boletim PREVI ouviu o diretor de Investimentos, Gilberto Audelino.

De acordo com a Revista Isto É Dinheiro, a Brasil Telecom Participações apresentou proposta para compra das participações da PREVI, Petros e Telos na Telemig e Telenorte Celular (Amazônia Celular). Isso de fato ocorreu?
Sim, a Brasil Telecom Participações apresentou proposta de aquisição das participações diretas dos fundos de pensão na empresa Newtel, veículo de investimento nessas celulares, não abrangendo, entretanto, a parcela do investimento realizada via o fundo de investimento administrado pelo Opportunity (Fundo CVC).

Por que a PREVI não aceitou?
Não houve em momento algum recusa à proposta; ao contrário, reiteradas vezes manifestamos nossa firme intenção de entabular negociações, a fim de obtermos uma solução para as dificuldades surgidas no relacionamento entre os sócios da empresa. Entretanto, o que se busca são alternativas competitivas de negociação, sendo necessário para tanto que se determine, prioritariamente, o valor justo das companhias, mediante avaliação econômico-financeira independente.

Como se dá esse processo?
Em primeiro lugar, é indispensável que o Banco Opportunity facilite o acesso aos dados das operadoras celulares, de modo que uma avaliação das mesmas possa ser realizada por uma instituição independente, indicada pelos fundos de pensão. Esta observação é necessária, porque já houve uma tentativa frustrada de se realizar avaliação das companhias, na qual o Banco Opportunity dificultou de todas as formas o trabalho do avaliador, negando acesso ao plano de negócios e às projeções de longo prazo das companhias, informações essenciais para que se possa estimar o valor de uma empresa com base em sua expectativa de resultados.

Em face disso, a PREVI então recusou a proposta que eles haviam feito?
Não, o que a PREVI fez, conjuntamente com os demais fundos de pensão, foi informar à Brasil Telecom que não poderia se manifestar sobre a proposta sem que os órgãos de administração da proponente tivessem anuído previamente com a pretensa aquisição, bem como frisou que para examinar a adequação do preço ofertado era indispensável que o Banco Opportunity permitisse o acesso às informações das operadoras celulares.

A Revista fala que a empresa de telefonia celular TCO também teria apresentado proposta de compra aos fundos de pensão.
Sim, eles apresentaram uma proposta, que também está em análise.

Na Revista, uma executiva do Opportunity afirma que a proposta feita pela Brasil Telecom seria melhor do que a proposta da TCO. Isso é fato?
O fato é que não se pode comparar as propostas de uma forma simplista; a proposta da TCO engloba a totalidade das participações detidas pelos fundos de pensão na Telemig e Telenorte Celular (Amazônia Celular), incluindo a parcela via fundo de investimento, o que não ocorre com a proposta da Brasil Telecom.
De qualquer forma, vale a pena esclarecer que os R$ 330 milhões oferecidos pelos 37,22% de participação dos fundos de pensão na Newtel não equivalem a US$ 1.800 por assinante, como afirma o Opportunity, mas sim a US$ 1.400, considerando a base de assinantes das companhias em 30/8/2001. Como não se pode também comparar os valores da Telemig e Telenorte (Amazônia Celular), empresas oriundas do Sistema Telebrás, com os da negociação recente de Americel e Telet, que são companhias novas, com outro grau de maturidade.

Mas a Revista afirma que a proposta da Brasil Telecom resolveria os conflitos societários entre os fundos e o Opportunity...
A proposta da Brasil Telecom é uma solução parcial, uma vez que o relacionamento dos fundos de pensão com o Opportunity não se restringe aos investimentos em telefonia celular. Na realidade, independentemente da solução desses ativos, o Banco Opportunity é o administrador do fundo de investimento CVC, que também tem participação em outras empresas, como Metrô, Santos Brasil, Sanepar e a própria Brasil Telecom.

A PREVI já se definiu pela proposta da TCO?
Não, a proposta está sendo analisada, da mesma forma que analisamos todas as propostas recebidas, em consonância com nosso dever fiduciário.

Qual das duas propostas é melhor?
Esta resposta só pode ser dada após concluído o processo de avaliação econômica das companhias, que está sendo realizado por uma avaliador independente, contratado pelos fundos de pensão.


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TELEMIG / AMAZÔNIA CELULAR - Capital Ordinário


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