recursos do plano
As cinco grandes
Conheça o perfil dos ativos mais importantes da carteira de renda variável da PREVI
São apenas cinco empresas. Vale, Petrobras, Banco do Brasil, Neoenergia e Bradesco. No entanto, com a queda das bolsas, esses ativos – os cinco maiores na carteira de investimentos da PREVI – representaram uma perda de R$ 13 bilhões somente no Plano 1. Isso corresponde à metade das perdas operacionais registradas pela Entidade em 2015.
No PREVI Futuro, embora os investimentos estejam mais pulverizados, Vale, Petrobras, Banco do Brasil e Bradesco também influenciaram a rentabilidade negativa de 13,53% da carteira de renda variável. O plano não possui ativos da Neoenergia.
É importante destacar que se trata de ativos extremamente valiosos para a PREVI, que já proporcionaram ganhos elevados no passado e sustentaram sucessivos superávits no Plano 1. “São empresas extremamente relevantes para nossa economia, e que têm sustentação financeira”, destaca o presidente da PREVI, Gueitiro Matsuo Genso. Por isso, apresentamos um perfil dessas cinco empresas tão estratégicas para nossa carteira de investimentos.
Vale: recuperação de preços
O ano começou com boas notícias para a Vale. No primeiro trimestre deste ano a empresa registrou lucro líquido de R$ 6,3 bilhões, desempenho muito superior à expectativa do mercado. A empresa alcançou diversos recordes históricos de produção no período, com destaque para o minério de ferro, pelotas, níquel e cobre.
A Vale é o maior ativo da carteira de investimentos da PREVI. Ao todo, são cerca de R$ 24 bilhões em recursos do Plano 1 investidos por meio da Litel, empresa-veículo que reúne as entidades de previdência complementar que participam da empresa. A Litel, por sua vez, detém participação acionária expressiva na Valepar, que controla a mineradora. Já o PREVI Futuro possuía, ao final de 2015, pouco mais de R$ 76 milhões diretamente em ações da Vale.
O bom resultado foi influenciado pelo preço do minério de ferro, que teve recuperação parcial no primeiro trimestre deste ano em comparação com o final de 2015, subindo de US$ 45,10 para US$ 54,70 a tonelada, além do trabalho contínuo da Vale de redução de custos, e o aumento de produtividade, o que torna a mineradora uma das mais competitivas no seu setor de atuação.
A queda no preço do minério no ano passado foi justamente um dos principais fatores para a queda das ações da empresa na bolsa, refletida na avaliação econômica da empresa na carteira da PREVI. Os preços praticados pela Vale sofreram redução de 40,8% em 2015. A China, principal mercado comprador, apresentou desaceleração no seu ritmo de crescimento.
Em relação ao acidente ocorrido em 5 de novembro de 2015, na região de Mariana (MG), com o rompimento de barragem de rejeito de responsabilidade da Samarco, foi homologado em 5 de maio o acordo celebrado em março entre a empresa, seus acionistas Vale e BHP Billiton e autoridades federais e estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo para a recuperação social, ambiental e econômica das regiões atingidas. A Vale tem 50% de participação na Samarco.
Segundo Luciano Siani, diretor de Finanças da Vale, a empresa se encontra em um período de transição, encerrando um ciclo de investimentos estratégicos iniciado em 2008. Em 2016, deve concluir seu principal projeto, a mina S11D, em Carajás, no Pará. A exploração da nova jazida contribuirá para que a Vale se torne ainda mais competitiva por ter custo de produção baixo e minério de ferro de ótima qualidade. Por tudo isso, Siani está otimista. “A partir de 2017 teremos muitas alegrias, com menos gastos e mais caixa para distribuir para os sócios”, conclui.
Banco do Brasil: confiança no futuro
Patrocinador dos planos da PREVI, o Banco do Brasil é também um ativo importante na carteira da Entidade, que detinha ao final de 2015 10,38% do capital total do Banco, o que representava R$ 4,38 bilhões distribuídos entre o Plano 1, com cerca de R$ 4,35 bilhões, e o PREVI Futuro, em torno de R$ 27 milhões. Recentemente a PREVI reduziu sua participação no BB para 9,98%.
José Maurício Coelho, vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores do Banco do Brasil, admite que a crise afetou todo o segmento bancário, mas acredita que o BB está bem preparado para enfrentá-la.
“O país e o Banco do Brasil já passaram por situações muito mais difíceis do que a de hoje e sempre superaram todas elas. Tenho certeza de que vamos sair desse ciclo mais fortes do que entramos”, afirma.
Segundo Coelho, se o Banco isolar as provisões para cobertura de créditos duvidosos, o crescimento em 2015 foi de 17,2%, número significativo para o cenário atual. “O Banco tem buscado melhorar margens financeiras brutas, aumentar a receita com vendas e tarifas, além de manter um rígido controle sobre despesas administrativas e, em especial, sobre a inadimplência”, diz.
“Setenta e seis por cento da nossa carteira de crédito de pessoa física estão em modalidades de baixo risco, como empréstimo consignado, imobiliário ou financiamento de veículos”, continua Coelho. Desse modo, o BB fechou 2015 com 2,38% de inadimplência em sua carteira de crédito contra 3,70% da média da concorrência.
O otimismo com o futuro se traduz em planos ambiciosos. O Banco almeja a liderança no segmento de alta renda, uma aposta que começou no ano passado, com o lançamento do BB Estilo Digital. “Queremos chegar a 250 agências e 1,3 milhão de clientes em 2016, num segmento que cria uma alta percepção de valor no mercado”, conclui.
Neoenergia: alívio que vem do céu
O setor energético começa a respirar aliviado no Brasil. Dois anos de pouca chuva provocaram uma crise hídrica que aumentou fortemente os custos das empresas geradoras, obrigadas a comprar energia termelétrica, mais cara, para honrar seus contratos. O setor de distribuição, neste cenário, também foi afetado com aumento da necessidade de capital de giro. Para 2016, no entanto, o cenário hidrológico vem apresentando importante recuperação. A melhor perspectiva para o setor foi impulsionada pelos acordos setoriais negociados em 2015, bem como pela implantação das bandeiras tarifárias e de reajustes nas tarifas.
Desse modo, o cenário fica mais favorável para a Neoenergia, maior grupo privado do setor elétrico do Brasil em número de clientes, com 10,6 milhões de unidades consumidoras atendidas em suas três distribuidoras, Coelba (BA), Celpe (PE) e Cosern (RN). Presente em 12 estados brasileiros, o conglomerado atua em todas as fases da cadeia produtiva do setor: geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia.
Com 49% das ações da empresa, pertencentes somente à carteira do Plano 1, a PREVI acompanha atentamente esse movimento de recuperação. Em 2015, apesar das dificuldades, o Grupo Neoenergia investiu R$ 3,3 bilhões em suas empresas controladas e coligadas. Desse valor, R$ 216,3 milhões foram investidos em ações para reduzir perdas e aumentar a eficiência das empresas distribuidoras.
A Neoenergia também viu crescer em 2,9% o número de consumidores em suas empresas de distribuição, e em 2% o total de energia distribuída. O lucro líquido, no entanto, teve queda de 22,3% em relação ao ano anterior, impactado principalmente pela elevação dos juros e maior endividamento.
Vale lembrar que a perspectiva da PREVI visa ao longo prazo. E a cultura da Neoenergia aponta nessa direção. O grupo é um dos líderes em energias renováveis no país, de olho nos padrões de sustentabilidade do setor, e investiu R$ 175 milhões em Pesquisa e Desenvolvimento nos últimos dez anos.
Petrobras: momento de atenção
No setor de óleo e gás, a PREVI acompanhou de perto as dificuldades enfrentadas pela Petrobras em 2015. A participação da Entidade na companhia ao final de 2015 representava 2,82% do capital da empresa, sendo 2,69% do Plano 1, no valor de R$ 2,4 bilhões, e 0,11% no PREVI Futuro, equivalente a R$ 367 milhões. Por se tratar de um ativo importante – e que movimenta uma grande parcela do PIB do país – buscou-se verificar se estão sendo tomadas as medidas corretas de boa governança e de saneamento da gestão da empresa.
Além das complicações institucionais decorrentes das denúncias da Operação Lava Jato, a companhia sofreu com a queda global do preço do petróleo e precisou renegociar seu endividamento. Tudo isso se refletiu nos resultados da Petrobras, que registrou uma perda de R$ 34,8 bilhões no balanço de 2015, fortemente relacionada à reavaliação de ativos. O caminho de recuperação do equilíbrio passa por um plano de reestruturação aprovado na última assembleia de acionistas no final de abril. A Petrobras espera reduzir custos em até R$ 1,8 bilhão por ano e as medidas incluem também a redução de 43% no número de cargos de gerência e diretoria.
A petroleira também lançou, no começo do ano, um plano de demissões voluntárias com o objetivo de reduzir em 12 mil pessoas o número de empregados. O custo dos desligamentos está estimado em R$ 4,4 bilhões, mas a Petrobras espera um retorno de R$ 33 bilhões no período entre 2016 e 2020, adequando a força de trabalho às necessidades do Plano de Negócios e Gestão e aumentando a produtividade.
Outra medida importante foi a redução do plano de investimento da companhia, de US$ 130 bilhões para US$ 98,4 bilhões no período de 2015 a 2019. Com um portfólio de projetos mais enxuto, a Petrobras espera fazer frente ao cenário de preços mais baixos no mercado petroleiro.
Bradesco: marca valiosa
Segundo maior banco privado do Brasil, com R$ 883 bilhões em ativos, o Bradesco não passou imune às turbulências da economia. Apesar de ter registrado um lucro líquido de R$ 17,19 bilhões em 2015, equivalente a um aumento de 13,19% em relação ao ano anterior (sem descontar a inflação), as ações do banco sofreram em 2015.
Um dos motivos é a inadimplência na carteira de crédito do banco, que está em 4,2%, o maior nível dos últimos quatro anos. O Bradesco admite que a recessão no país pode fazer esse número aumentar até o final do ano, se estabilizando em 2017 e começando a cair apenas no ano seguinte.
A inadimplência acima da média do mercado impede, no momento, que o banco tenha resultados melhores. No primeiro trimestre de 2016, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 4,4 bilhões, com uma ligeira queda em relação ao ano anterior, justamente por causa da despesa com provisões para cobrir calotes.
Essas provisões chegaram a R$ 5,45 bilhões, um salto de 52% em relação ao primeiro trimestre de 2015. Segundo o Bradesco, esse movimento foi influenciado por uma provisão de R$ 836 milhões para um cliente corporativo da área de óleo e gás. A expectativa do banco é terminar 2016 com provisões de R$ 16,5 bilhões.
Apesar do cenário de curto prazo, o Bradesco é considerado um ativo extremamente sólido e um banco muito bem posicionado no mercado brasileiro. A participação da PREVI era de 1,45% do capital social do banco ao final de 2015, sendo R$ 1,32 bilhão na carteira do Plano 1 e R$ 125,33 milhões do PREVI Futuro.
Vale lembrar que, na corrida pelas melhores posições no mercado, o banco venceu os concorrentes na disputa pelo HSBC, comprado em 2015 por R$ 17,6 bilhões. Além disso, o banco foi apontado como a marca mais valiosa do Brasil no ano passado, pela Brandz, superando Itaú e Petrobras. Segundo a consultoria, a marca Bradesco teve uma valorização de R$ 5,6 bilhões entre 2007 e 2015.
De olho nos ativos
Como parte do esforço de transparência e buscando levar ao participante informações diretas da fonte sobre nossos ativos, a PREVI lançou a série de vídeos De Olho nos Ativos, na seção de notícias do site.
Em cada vídeo, o diretor de Participações, Renato Proença, entrevista executivos de empresas que estão na carteira de investimentos da PREVI. Estratégias, posicionamentos, dificuldades e avanços são debatidos diretamente pelos envolvidos nos resultados das companhias.
Até o momento, diretores de Vale, Banco do Brasil, BRF e Invepar participaram do programa on-line.
Assista aos vídeos em nosso site e não perca os próximos encontros.