recursos do plano
A renda variável e o Plano 1: menos risco, mais liquidez
Perfil do plano indica tendência a reduzir participação em empresas
Por representar quase a metade da carteira de investimentos do Plano 1, a renda variável é decisiva para o resultado final – seja positivo ou negativo. Se em 2015 ela foi uma das principais responsáveis pelo déficit registrado, também foi a grande influenciadora do superávit acumulado no período entre 2003 e 2014. Esse resultado positivo gerou a Reserva Especial, que foi utilizada para revisão de parâmetros do Plano, como a tábua de mortalidade e taxa atuarial utilizada, a redução e posterior suspensão das contribuições, além da distribuição de Benefícios Especiais Temporários.
A tendência de longo prazo, no entanto, é que a participação da renda variável nos investimentos do Plano 1 seja reduzida gradualmente nos próximos anos. Trata-se de uma orientação da Política de Investimentos adotada em função do perfil do plano. Afinal, o Plano 1 está fechado a novas adesões e dentro de poucos anos não terá mais participantes na ativa.
Prioridade
A combinação desses fatores aumenta a necessidade de recursos para o pagamento de benefícios. Até o final da próxima década, esse volume necessário atingirá seu ponto máximo. Assim, a Política indica que o Plano 1 deve buscar investimentos que ofereçam menor risco do que a renda variável.
Além disso, a liquidez se torna uma prioridade. Ou seja, cada vez mais os recursos do Plano 1 serão direcionados a investimentos que podem ser facilmente convertidos em caixa – o que vai na contramão das grandes participações em empresas, que são mais difíceis de serem vendidas.
Na verdade, o processo de desfazimento da carteira variável do Plano 1 já vem acontecendo. Só nos últimos seis anos, a Entidade vendeu R$ 18 bilhões em ações. Em 2015, foram R$ 3,8 bilhões. No 1º trimestre de 2016, o total das vendas em renda variável, do Plano 1, foi de R$ 1,1 bilhão.
Processo lento
O processo será gradativo e deve ser feito com muita cautela. A carteira de renda variável do Plano 1 é muito grande para o mercado brasileiro, que é relativamente pequeno. Se a venda for feita muito rapidamente, o excesso de oferta derruba o preço dos papéis, prejudicando as empresas e a própria PREVI.
O desfazimento da carteira de renda variável do Plano 1 também é lento porque uma parte considerável das ações não são negociadas livremente em bolsa. Estamos falando de participações em blocos de controle de grandes empresas. Tais participações tem precificação distinta da cotação diária da bolsa, devido a sua falta de liquidez. Há também a limitação dos acordos de acionistas subscritos pela PREVI. É o caso das ações na Vale, por exemplo, que não podem ser negociadas até o vencimento do acordo no primeiro semestre de 2017.