Como gerir os riscos
A própria exigência de certificação para os administradores
já é uma medida que visa buscar
melhor retorno para os fundos, uma vez que o
preparo dos gestores será avalizado por instituições
do mercado financeiro. Mas não é a única.
A Resolução flexibiliza a adoção de um modelo
de gestão de riscos. As Entidades Fechadas de
Previdência Complementar devem identificar,
avaliar, controlar e monitorar todos os riscos
inerentes a sua atividade, mas estão liberadas
para definir qual modelo de gerenciamento
de riscos melhor se adequa a sua realidade,
considerando o porte, a complexidade, a modalidade
e a forma de gestão de cada plano por
elas administrado.
Carlos Eduardo Gomes, diretor de Monitoramento
e Controle da Secretaria de Previdência
Complementar (SPC), também presente ao
Encontro Regional Sudeste da Abrapp, afirmou
que “não se trata de convencer os técnicos da SPC
de qual modelo de gestão de riscos é o melhor. O
que os fundos precisarão fazer é explicar para os
fiscais da secretaria por que eles estão convencidos
de que aquele modelo de gestão de riscos que
adotaram é o melhor para o seu plano”.
Uma Política para cada Plano
A Resolução mantém a exigência de se definir
uma política de investimentos por plano, como
já acontece na PREVI, mas amplia os itens mínimos
necessários, como a obrigação de se ter
uma meta de rentabilidade para cada segmento
de aplicação e a necessidade de transparência
quanto à observância, ou não, de princípios de
responsabilidade socioambiental. As políticas de
investimento para 2010 já estão sendo elaboradas
em conformidade com as novas regras.
Novos limites para investimentos
em cada segmento
O segmento de renda variável é o que apresentou
a principal novidade desta Resolução,
com o aumento do limite de investimento para
até 70% dos recursos garantidores do plano. A
ampliação do limite é coerente com o cenário
econômico que, por apresentar taxas de juros
mais baixas, obrigará os fundos de pensão a
buscarem alternativas que ofereçam maiores
rentabilidades, ainda que para isso seja preciso
aumentar o grau de exposição ao risco. A razão
é que investimentos em ações tendem a ser mais
bem remunerados no longo prazo. Com ampliação
do limite de 50% para 70% é possível ter mais
flexibilidade para administrar os investimentos
em renda variável.
Outra novidade nesse segmento é a possibilidade
de aplicação em certificados de reduções de
emissões ou créditos de carbono, em linha com o
contexto de práticas de investimentos socioambientais.
Também nesse aspecto, o diretor Moser
elogia a Resolução: “A legislação está olhando
para o que está acontecendo no mundo. Essa já
é uma realidade e os investimentos ambientalmente
responsáveis só tendem a crescer”.
Em renda fixa, continua o limite de 100% para
títulos públicos emitidos pelo governo federal e a
principal novidade é que houve simplificação das
regras de forma a permitir maior participação
dos fundos de pensão na compra de títulos emitidos
por empresas (debêntures, cédulas de crédito
bancário – CCB, cédulas de crédito industrial – CCI e outros). Pela nova regra, não são mais
definidos limites específicos para investimentos
em ativos de médio/alto risco de crédito.
No segmento de imóveis não se verificam alterações
significativas em relação a limite com a
Resolução, que o mantém em 8% dos recursos.
Esse segmento vem apresentando excelentes
rentabilidades – em 2008, foi o de melhor desempenho
na carteira da PREVI – e segue com
tendência favorável. Em função disso, em 2009
a Política de Investimentos do PREVI Futuro
passou a contemplar a possibilidade de investir
nesse segmento. No caso do Plano 1, cerca de
3% dos recursos estão atualmente alocados em
imóveis, especialmente shoppings centers e
imóveis comerciais. Ou seja, há margem para
crescimento.
Com relação ao segmento de empréstimos e
financiamentos a participantes, o limite geral de
15% dos recursos garantidores do plano não foi
alterado, mas há maior flexibilidade de alocação
entre as carteiras, compreendidas aí as operações
de empréstimo simples e os financiamentos
imobiliários feitos pela Carim. |