A guinada da Kepler
Weber
Maior fabricante
de silos e armazéns da América Latina prepara-se para
crescer
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A empresa desenvolve, fabrica e instala equipamentos
para uso em unidades armazenadoras de cereais, indústrias
de alimentos, instalações industriais
e distribuição |
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A gaúcha
Kepler Weber, fabricante de equipamentos agrícolas, está
construindo uma nova fábrica em Campo Grande, no Mato Grosso
do Sul. A nova unidade estará pronta em meados de 2004, e vai
gerar 500 empregos diretos. Mais do que uma fábrica, a unidade
de Campo Grande marca a guinada da empresa que em 1999 encontrava-se
em estado pré-falimentar: carregava alto endividamento bancário,
deixara de recolher tributos e de pagar fornecedores.
Maior fabricante de silos e armazéns da América Latina,
e uma das três maiores do mundo, a Kepler Weber passou a ser
controlada, a partir de 1996, por um grupo formado pelos fundos de
pensão PREVI, Aerus (aeroviários) e Serpros (funcionários
do Serpro), e Banco do Brasil. Apesar da injeção de
capital que fizeram, os acionistas perceberam que só aportar
mais recursos não resolveria a situação da empresa,
que passava por sérias dificuldades. Era preciso promover uma
mudança profunda, capaz de devolver à empresa sua saúde
financeira. “ O endividamento sufocava a companhia deixando-a
sem capital de giro”, diz Renato Chaves, diretor de participações
da PREVI.
Foi quando, em 1999, os acionistas, que juntos detêm 98% do
capital, decidiram promover uma completa mudança. O presidente
do conselho de administração, Othon D’Eça
Cals de Abreu – indicado para o conselho pela PREVI –
foi contratado para ficar à frente da diretoria executiva,
a estrutura administrativa foi reformulada, e realizada uma reestruturação
do capital da empresa com a conversão das debêntures
em ações, sem qualquer novo aporte de recursos.
O processo de recuperação da empresa foi alicerçado
em três pilares: redução de custos, modernização
de processos e mudança de cultura. Ao pagar em dia os credores,
a Kepler Weber recuperou a credibilidade e pode reduzir o percentual
que pagava a título de risco pelos empréstimos. Com
isso, a matéria-prima que representava 45% a 48% dos custos
passou a participar com 37%. A diversificação do portfólio
com a fabricação de instalações portuárias,
torres para sistemas elétricos e de telecomunicações
permitiu a elevação da produção nos períodos
de entressafra no campo. Houve aumento de 25% no quadro de pessoal
para fazer frente ao crescimento de mais de 50% no faturamento, definição
de Planos de Cargos e Salários e avaliação de
desempenho, além de investimento em treinamento.
Desde então, os resultados começaram a aparecer. O resultado
operacional que havia sido negativo (12,8%) em 1999, passou a positivo
(16,6%) em 2002. A receita bruta subiu de R$ 104,943 milhões
para R$ 264,805 milhões. E as perspectivas são boas.
Depois de apresentar resultado positivo de cerca de R$ 14 milhões
em 2002, a Kepler quer crescer ainda mais. A fábrica de Campo
Grande, construída com financiamentos e recursos próprios
da empresa, é fundamental para a implementação
da estratégica de ampliação da oferta para o
mercado interno e para a exportação. O escoamento da
produção para os novos mercados seria feito pelo corredor
de ligação do Centro-Oeste ao Pacífico.
Continua
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