Políticas de Investimentos definem grandes linhas a serem seguidas
Políticas de Investimentos aprovadas para 2010 adaptam-se à nova regulamentação e ao novo cenário econômico
A ‘gestão dos recursos’ é uma das atividades-
chave para um fundo de pensão.
Afinal de contas, toda estratégia de
financiamento das aposentadorias
futuras está ancorada na aplicação do
dinheiro que vem das contribuições dos participantes
e do patrocinador. A capacidade do Plano
de pagar as aposentadorias com segurança, dentro
das condições acordadas, e se possível agregando
mais benefícios (tais como redução das contribuições,
revisão de benefícios ou saldos de conta
maior) depende diretamente da rentabilidade
gerada ano após ano pelo plano.
O processo de investimento pode ser visto como
um ciclo contínuo, envolvendo várias etapas de
estudos, defi nições, implementação, controle, revisão,
análise, redefinições, nova implementação,
e assim sucessivamente. O desejável é que a cada
rodada haja um aprimoramento das políticas e
práticas, incorporando-se o aprendizado com o
que já foi feito, além de trazer o que há de melhor
no mercado, acumulando as experiências de outros
parceiros e gestores.
Políticas de Investimentos: um
ponto de partida
Dentro deste ciclo contínuo que é o processo
de investimento, a aprovação das Políticas de
Investimento pode ser vista como um ponto de
partida de cada rodada. Não se trata de um ponto
zero porque cada plano carrega uma carteira de
investimentos constituída nos anos anteriores, e
essas carteiras têm que ser consideradas. Mas é a
Política de Investimento que vai definir as grandes
linhas de ação, estabelecendo limites, metas e
parâmetros para os gestores executarem.
A própria Política de Investimento, por sua vez,
tem que obedecer aos parâmetros da legislação.
Quem fixa as regras gerais para os investimentos
dos Fundos de Pensão é o Conselho Monetário
Nacional. A mais recente norma é a Resolução
CMN 3.792, editada em 24/9/09 (cujos principais
aspectos foram tratados em matéria na edição de
outubro da Revista PREVI).
Além da observância da legislação, a preparação
da Política de Investimento recorre a vários
instrumentos e metodologias. Uma das fases mais
importantes é a projeção de cenários econômicos
para o futuro. Sabemos que nenhum cenário é
uma certeza, mas é necessário projetar alguma
ideia do que vai acontecer para que as escolhas
sejam feitas.
Além dos cenários econômicos, também são
realizadas projeções do passivo atuarial da PREVI,
ou seja, quanto será necessário acumular em termos
de reservas para o pagamento de benefícios e
quanto será pago de benefícios a cada ano. Afinal
de contas, a Política de Investimento tem que
atender essencialmente a essas obrigações, tanto
em termos de recursos totais acumulados quanto
em termos de recursos líquidos disponíveis para
o pagamento mensal de benefícios.
Outros instrumentos utilizados servem para
avaliar os riscos de cada estratégia de alocação
dos recursos e simular os possíveis resultados
em termos de rentabilidade. Com base nessas
simulações pode-se escolher uma determinada
combinação de taxa de risco com taxa de retorno.
Existem metodologias estatísticas que permitem
simular até mil cenários aleatórios, que combinam diferentes hipóteses de rentabilidade para cada
segmento de aplicação. Essa metodologia permite
identificar em quantos cenários haveria risco de
insolvência para cada Plano.
Com base nessas avaliações, entre outras, são
definidos limites de alocação para cada segmento
de aplicação, metas de rentabilidade a serem
perseguidas, limites de risco que se pode correr,
parâmetros para investimento em determinados
mercados etc. |