|nº 146| Nov/Dez 09

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Políticas de Investimentos definem grandes linhas a serem seguidas

Políticas de Investimentos aprovadas para 2010 adaptam-se à nova regulamentação e ao novo cenário econômico

A ‘gestão dos recursos’ é uma das atividades- chave para um fundo de pensão. Afinal de contas, toda estratégia de financiamento das aposentadorias futuras está ancorada na aplicação do dinheiro que vem das contribuições dos participantes e do patrocinador. A capacidade do Plano de pagar as aposentadorias com segurança, dentro das condições acordadas, e se possível agregando mais benefícios (tais como redução das contribuições, revisão de benefícios ou saldos de conta maior) depende diretamente da rentabilidade gerada ano após ano pelo plano.

O processo de investimento pode ser visto como um ciclo contínuo, envolvendo várias etapas de estudos, defi nições, implementação, controle, revisão, análise, redefinições, nova implementação, e assim sucessivamente. O desejável é que a cada rodada haja um aprimoramento das políticas e práticas, incorporando-se o aprendizado com o que já foi feito, além de trazer o que há de melhor no mercado, acumulando as experiências de outros parceiros e gestores.

Políticas de Investimentos: um ponto de partida

Dentro deste ciclo contínuo que é o processo de investimento, a aprovação das Políticas de Investimento pode ser vista como um ponto de partida de cada rodada. Não se trata de um ponto zero porque cada plano carrega uma carteira de investimentos constituída nos anos anteriores, e essas carteiras têm que ser consideradas. Mas é a Política de Investimento que vai definir as grandes linhas de ação, estabelecendo limites, metas e parâmetros para os gestores executarem.

A própria Política de Investimento, por sua vez, tem que obedecer aos parâmetros da legislação. Quem fixa as regras gerais para os investimentos dos Fundos de Pensão é o Conselho Monetário Nacional. A mais recente norma é a Resolução CMN 3.792, editada em 24/9/09 (cujos principais aspectos foram tratados em matéria na edição de outubro da Revista PREVI).

Além da observância da legislação, a preparação da Política de Investimento recorre a vários instrumentos e metodologias. Uma das fases mais importantes é a projeção de cenários econômicos para o futuro. Sabemos que nenhum cenário é uma certeza, mas é necessário projetar alguma ideia do que vai acontecer para que as escolhas sejam feitas.

Além dos cenários econômicos, também são realizadas projeções do passivo atuarial da PREVI, ou seja, quanto será necessário acumular em termos de reservas para o pagamento de benefícios e quanto será pago de benefícios a cada ano. Afinal de contas, a Política de Investimento tem que atender essencialmente a essas obrigações, tanto em termos de recursos totais acumulados quanto em termos de recursos líquidos disponíveis para o pagamento mensal de benefícios.

Outros instrumentos utilizados servem para avaliar os riscos de cada estratégia de alocação dos recursos e simular os possíveis resultados em termos de rentabilidade. Com base nessas simulações pode-se escolher uma determinada combinação de taxa de risco com taxa de retorno. Existem metodologias estatísticas que permitem simular até mil cenários aleatórios, que combinam diferentes hipóteses de rentabilidade para cada segmento de aplicação. Essa metodologia permite identificar em quantos cenários haveria risco de insolvência para cada Plano.

Com base nessas avaliações, entre outras, são definidos limites de alocação para cada segmento de aplicação, metas de rentabilidade a serem perseguidas, limites de risco que se pode correr, parâmetros para investimento em determinados mercados etc.

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