A projeção de juros e
as novidades para 2010
De forma geral, as Políticas de Investimento
para 2010 apresentam mais flexibilidade, ou seja,
autorizam limites de alocação um pouco maiores
para segmentos antes tratados com mais restrição,
como renda variável, imóveis, títulos privados e
fundos de investimento. Essa flexibilidade acompanha
a nova Resolução CMN 3.792 e também
tem a ver com o cenário projetado para a economia
brasileira.
Uma das grandes mudanças projetadas para
o futuro é a estabilidade da taxa básica de juros
em níveis mais baixos do que os verificados nas
séries históricas dos últimos anos. A taxa básica
de juros sempre foi muito elevada no Brasil. Os
títulos públicos garantiam rendimentos reais
acima de 10% ao ano, e em alguns momentos
superavam esse percentual. Como ao mesmo
tempo os títulos públicos eram considerados
como o investimento de menor risco (chamado
de “risco soberano”), eles combinavam uma boa
rentabilidade com estabilidade e segurança. Mas
todas as projeções indicam uma mudança nessa
situação. O Brasil passou a ser considerado investment
grade, ou seja, um país com baixo risco
de crédito, o que permite ao governo financiar
sua dívida pagando taxas de juros menores. A
própria dívida pública vem sendo reduzida em
proporção ao PIB, o que diminui a pressão pela
colocação de títulos públicos. E, finalmente, a
inflação (que pressiona a taxa de juros) tem se
mostrado mais comportada nos últimos anos,
permitindo taxas mais baixas.
Se a taxa de juros vai se estabelecer em patamares mais baixos, a tendência é que outros segmentos
da economia se valorizem. E, portanto, faz sentido
que as aplicações migrem da renda fixa para esses
outros ativos, pelo menos em uma determinada
proporção. No caso do Plano 1, que já tem um
volume grande de ações, faz sentido reduzir o
ritmo de desfazimento, ainda que esse movimento
continue necessário para fazer frente às necessidades
de pagamento de benefício.
Além do segmento de ações, existem boas
perspectivas para o setor imobiliário. Tanto o
crescimento econômico quanto a redução dos
juros valorizam os imóveis, e por isso faz sentido
prever um aumento da carteira imobiliária tanto
no Plano 1 quanto no PREVI Futuro.
Outro segmento a ser utilizado é o de Fundos,
especialmente os chamados Private Equity, que são
voltados para buscar empresas ou empreendimentos
em fase de amadurecimento, aportar recursos
e orientação estratégica e mirar na valorização
desses novos negócios em prazos mais longos.
Com essas estratégias combinadas pretende-se
buscar os melhores ativos, mirando rentabilidades
mais elevadas no médio e longo prazos, condizentes
com a filosofia de um fundo de pensão.
Excelência no planejamento, na execução e no acompanhamento.
Como dissemos, o processo de investimento é
um ciclo contínuo. Após a aprovação da Política de
Investimento, o foco é melhorar todas as práticas,
que vão desde a seleção, a negociação, o acompanhamento
e a eventual venda dos ativos.
Durante o ano de 2009 a PREVI revisou todas as
suas práticas de investimento na área imobiliária.
Com a contratação de uma consultoria especializada,
foi feita uma nova análise do mercado, dos
seus diversos segmentos e das estratégias mais
condizentes com nossas necessidades. A partir
daí, a área de investimento imobiliário está sendo
redesenhada para atender à estratégia de novos
investimentos no setor.
Em 2010 será feito o mesmo trabalho detalhado
para as áreas de renda variável e renda fixa. A filosofia é buscar sempre o aperfeiçoamento do nosso
trabalho, incorporando novas metodologias e visões cada vez mais atualizadas do mercado. Afinal
de contas, administrar mais de R$ 130 bilhões de
recursos exige elevado grau de profissionalismo
e treinamento. |