|nº 146| Nov/Dez 09

Nesta Edição » Capa » Políticas de Investimentos definem grandes linhas a serem seguidas

A projeção de juros e as novidades para 2010

De forma geral, as Políticas de Investimento para 2010 apresentam mais flexibilidade, ou seja, autorizam limites de alocação um pouco maiores para segmentos antes tratados com mais restrição, como renda variável, imóveis, títulos privados e fundos de investimento. Essa flexibilidade acompanha a nova Resolução CMN 3.792 e também tem a ver com o cenário projetado para a economia brasileira.

Uma das grandes mudanças projetadas para o futuro é a estabilidade da taxa básica de juros em níveis mais baixos do que os verificados nas séries históricas dos últimos anos. A taxa básica de juros sempre foi muito elevada no Brasil. Os títulos públicos garantiam rendimentos reais acima de 10% ao ano, e em alguns momentos superavam esse percentual. Como ao mesmo tempo os títulos públicos eram considerados como o investimento de menor risco (chamado de “risco soberano”), eles combinavam uma boa rentabilidade com estabilidade e segurança. Mas todas as projeções indicam uma mudança nessa situação. O Brasil passou a ser considerado investment grade, ou seja, um país com baixo risco de crédito, o que permite ao governo financiar sua dívida pagando taxas de juros menores. A própria dívida pública vem sendo reduzida em proporção ao PIB, o que diminui a pressão pela colocação de títulos públicos. E, finalmente, a inflação (que pressiona a taxa de juros) tem se mostrado mais comportada nos últimos anos, permitindo taxas mais baixas.

Se a taxa de juros vai se estabelecer em patamares mais baixos, a tendência é que outros segmentos da economia se valorizem. E, portanto, faz sentido que as aplicações migrem da renda fixa para esses outros ativos, pelo menos em uma determinada proporção. No caso do Plano 1, que já tem um volume grande de ações, faz sentido reduzir o ritmo de desfazimento, ainda que esse movimento continue necessário para fazer frente às necessidades de pagamento de benefício.

Além do segmento de ações, existem boas perspectivas para o setor imobiliário. Tanto o crescimento econômico quanto a redução dos juros valorizam os imóveis, e por isso faz sentido prever um aumento da carteira imobiliária tanto no Plano 1 quanto no PREVI Futuro.

Outro segmento a ser utilizado é o de Fundos, especialmente os chamados Private Equity, que são voltados para buscar empresas ou empreendimentos em fase de amadurecimento, aportar recursos e orientação estratégica e mirar na valorização desses novos negócios em prazos mais longos.

Com essas estratégias combinadas pretende-se buscar os melhores ativos, mirando rentabilidades mais elevadas no médio e longo prazos, condizentes com a filosofia de um fundo de pensão.

Excelência no planejamento, na execução e no acompanhamento.

Como dissemos, o processo de investimento é um ciclo contínuo. Após a aprovação da Política de Investimento, o foco é melhorar todas as práticas, que vão desde a seleção, a negociação, o acompanhamento e a eventual venda dos ativos.

Durante o ano de 2009 a PREVI revisou todas as suas práticas de investimento na área imobiliária. Com a contratação de uma consultoria especializada, foi feita uma nova análise do mercado, dos seus diversos segmentos e das estratégias mais condizentes com nossas necessidades. A partir daí, a área de investimento imobiliário está sendo redesenhada para atender à estratégia de novos investimentos no setor.

Em 2010 será feito o mesmo trabalho detalhado para as áreas de renda variável e renda fixa. A filosofia é buscar sempre o aperfeiçoamento do nosso trabalho, incorporando novas metodologias e visões cada vez mais atualizadas do mercado. Afinal de contas, administrar mais de R$ 130 bilhões de recursos exige elevado grau de profissionalismo e treinamento.

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