O risco
A incerteza é um fator importante em qualquer
decisão que envolva investimentos e expectativas
futuras de retorno, especialmente no caso da
Renda Variável. E quando essa incerteza pode ser
medida matematicamente, ela tem o nome de
risco. Enxergar o risco estatisticamente é um bom
sinal e faz parte do jogo. Signifi ca que, em tese, é
possível mensurar parte da incerteza.
São vários os instrumentos estatísticos que
ajudam a medir riscos. Mas a medida matemática
que estipula um tipo de risco é um olhar
retrospectivo. Os números agregam e desagregam
fatos históricos. Eles podem indicar um padrão,
um comportamento previsível, um cenário, uma
projeção, mas não poderão predizer o futuro.
Operações com ativos como são os da Renda
Variável sempre são realizadas sem que exista
certeza absoluta quanto ao retorno, aos ganhos
sobre o que foi investido. É grande a quantidade
de fatores presentes para se apurar, por exemplo,
o preço justo da ação de uma empresa: comportamento
dos consumidores, qualidade dos
fornecedores, disponibilidade de matéria-prima,
estabilidade dos marcos de regulação, situação
dos mercados internacionais, comportamento do
câmbio e tantos outros. O risco é a probabilidade
de ocorrência de um acontecimento que altere o
retorno esperado para os investimentos.
A negociação de ações é, portanto, tarefa de risco.
Ainda mais quando o que está em jogo são carteiras
grandes. A PREVI tem os instrumentos, as políticas
de investimento e a experiência necessária para
fazer essas avaliações em uma escala maior.
Mesmo assim a recente crise econômica mundial
demonstrou claramente os limites de análises de
risco formuladas por diversos agentes, das agências
de risco aos bancos de investimento. Nem
os mais sofi sticados instrumentos foram capazes
de detectar, com precisão, acontecimentos que
abalaram algumas das principais economias do
mundo desenvolvido.
Oscilações e longo prazo
O longo prazo tende a ser a forma correta de
minimizar o impacto das oscilações de preços da
Renda Variável. O exemplo abaixo retrata os melhores e piores resultados do índice Dow Jones, da
bolsa de valores dos Estados Unidos, entre 1921 e
2008, calculados para “janelas móveis” de três, cinco,
dez e 20 anos. É um cálculo matemático que não
traz informações sobre o contexto, mas nos ajuda a
entender a avaliação do risco da Renda Variável.
A ideia de ir buscar longe esse exemplo foi a de
ter como pano de fundo uma economia na qual o
mercado de capitais, apesar das grandes crises, já
está mais consolidado. Não houve nesse período,
por exemplo, surtos inflacionários que distorceriam
indicadores.
Quando olhamos os investimentos em ações
com foco no longo prazo, vemos que, no caso do
Dow Jones, a volatilidade se reduz, à medida que o
tempo passa. A volatilidade aqui são os extremos de
perdas e ganhos. Para o prazo de um ano, o melhor
retorno no período foi de 67%. Em contrapartida,
um investidor também poderia amargar perdas de
53%. Esses extremos vão se reduzindo. Ou seja, o
risco dos grandes impactos negativos sobre o patrimônio
também se reduz com o tempo.
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Índice Dow Jones / Retornos por fechamento do ano / Período: 1921 – 2008 |
Com base na análise do gráfico, um participante que pretenda
aposentar-se daqui a dez anos, ao alocar recursos em
investimento de renda variável poderia ter uma rentabilidade
positiva máxima de 16%, mas correria o risco de uma redução
de 6% nos valores investidos. se faltassem apenas três
anos para a aposentadoria, os recursos em renda variável
poderiam render 34% nesse período, mas com o risco de
apresentar uma perda de 38%. ou seja, quanto menor o prazo,
maiores as variações positivas e negativas. |
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