|nº 136| Set 08

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Impactos no Brasil: consenso de que estamos mais fortes

É tentador disparar a pergunta: e o Brasil, vai passar ao largo dessa crise? mas se não sabemos nem mesmo como e quando a crise lá fora vai acabar, como podemos responder categoricamente a esta pergunta?


O que podemos dizer é que o Brasil está mais forte e tem sofrido muito menos impacto da crise externa do que já sofreu em todas as outras. E olha que isto não é pouca coisa, pois estamos falando de um processo que já é considerado o maior ou pelo menos o segundo mais grave depois do conhecido Crash de 1929.
Esta avaliação positiva em relação ao Brasil é hoje praticamente um consenso dentre os analistas, tanto nacionais quanto internacionais. A base para esta situação é encontrada na dinâmica do mercado interno (que torna nosso crescimento menos dependente das exportações); na saúde das contas públicas (com reservas cambiais signifi cativas, dívida externa líquida negativa e redução da dívida total como proporção do PIB); no controle da infl ação; e no potencial de crescimento ditado por um conjunto de iniciativas econômicas.
Recentemente, aliás, as autoridades monetárias do país demonstraram muito mais preocupação com o controle da infl ação (e só por isso aumentaram as taxas de juros) do que com os impactos da crise externa. Em outros tempos, as taxas de juros tinham que ser aumentadas (em níveis incrivelmente mais altos) apenas para conter a fuga do dinheiro, o ataque especulativo contra o real e para proteger a capacidade do governo de rolar sua dívida.
Apesar desse consenso, ninguém aposta que o país sairá totalmente ileso de uma crise com as proporções de um terremoto fi nanceiro internacional. Alguns efeitos já se fazem sentir por aqui. O efeito mais visível está no valor das ações negociadas na Bovespa. O outro efeito está na disponibilidade de crédito para investimentos de longo prazo, que se tornou mais escasso. Esses dois fatores podem ser compensados, mas apresentam alguns riscos e desafi os imediatos.

A partir de meados de 2006, o Banco Central adotou a estratégia de elevar significativamente as reservas em dólar do país
Dentro de uma mesma estratégia, o Banco Central priorizou a quitação da dívida externa pública nos últimos anos
O peso da dívida externa sobre o Produto Interno Bruto (PIB) teve redução acentuada
Seguindo o regime de metas da inflação, o Banco Central vem buscando reverter a alta dos índices de preços, ou seja, controlar a inflação

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