Revista – Mas o debate sobre a utilização do
superávit será feito?
Sérgio – Sim, sem dúvida. Nós já tomamos
medidas concretas de utilização do superávit em
2005, 2006 e 2007 e só não discutimos o superávit
de 2008 porque foi um ano de crise e tivemos
a edição da Resolução 26, que trouxe novidades para essa discussão. É bom todo mundo lembrar
que a Resolução 26 está em vigor. Tem gente que
concorda e gente que não concorda com a referida
resolução. Mas é inevitável que tenhamos
de examinar os parâmetros da resolução 26 para
fazer a discussão do superávit, porque ela passou
a ser um fato do mundo jurídico que regula os
fundos de pensão.
Revista – Qual será o processo de discussão do
superávit? Há um prazo determinado para isso?
Sérgio – Tudo começa com a aprovação formal
do Balanço de 2009. A partir daí temos que fazer a
análise técnica, aplicar as premissas exigidas pela
Resolução 26, levar as propostas para a Diretoria
e o Conselho Deliberativo, depois para o Banco e
Departamento de Coordenação e Governança das
Empresas Estatais (Dest) e, finalmente, para a SPC
(Secretaria de Previdência Complementar). Acredito
ainda que os participantes queiram discutir
o assunto diretamente com o Banco, como foi
feito em anos anteriores, e talvez até ocorra algum
processo de consulta organizado por sindicatos
e associações. Temos que respeitar o processo
democrático e formal. Vamos tentar ser rápidos,
mas sem atropelar as etapas necessárias, pois, do
contrário, as soluções acabam não se viabilizando.
Revista – Este ano haverá eleição para diretores
e conselheiros na PREVI. O que o senhor pode
dizer sobre isso?
Sérgio – A nossa tarefa é organizar as eleições
da maneira mais correta possível, dando direito a
todos de concorrer, discutir e escolher os futuros
diretores e conselheiros. É importante reforçar a
relevância desse processo. Por incrível que pareça,
ainda temos muitos associados que não se informam
adequadamente e muitos que nem sabem
quem são os diretores da PREVI. Estou na Diretoria
desde o ano 2000 e sei o quanto é importante
e decisivo o papel dos Diretores e Conselheiros.
Cada um pode fazer a diferença, de acordo com
seu comportamento e sua capacidade. É claro
que a ética e o compromisso com o Fundo estão
em primeiríssimo lugar. A boa-fé é um requisito
básico para qualquer gestor de fundo. Além disso, é importante que a pessoa tenha capacidade de
gestão, pois a PREVI é uma grande “empresa”,
que não pode querer menos que a excelência em
qualquer dos processos que execute.
Revista – Que outra mensagem gostaria de dar
aos associados?
Sérgio – Eu gostaria de renovar meu apelo para
que os associados acompanhem de perto a gestão
da PREVI. Esse é o patrimônio de todos. Em 2010
teremos eleições na PREVI e, depois, eleições
gerais para governadores, deputados, senadores
e para a Presidência da República. A democracia
foi a principal conquista que tivemos na nossa
história recente, e eleições representam um dos
mecanismos mais importantes da democracia.
Cabe a nós, eleitores e associados, escolher conscientemente
nossos representantes, avaliando as
propostas, o caráter e as realizações concretas de
cada um. Também gostaria de deixar um alerta:
em ano de eleição, a disputa de interesses cresce
ainda mais e a imprensa sai atrás de muitas informações
parciais e frias. A PREVI, como o maior
fundo de pensão do País, infelizmente acaba se
transformando em alvo constante de insinuações
e alguns ataques infundados. Gostaria de pedir
ao associado para exercer seu senso crítico ao ler
certas notícias e sempre buscar a informação junto à PREVI. Acredito que a comunicação da PREVI já
demonstrou que merece credibilidade, divulgando
os fatos com a maior fidelidade possível. |