|nº 147| Jan/Fev 10

Nesta Edição » Entrevista » 2009, ano de recuperação

Revista – Mas o debate sobre a utilização do superávit será feito?

Sérgio – Sim, sem dúvida. Nós já tomamos medidas concretas de utilização do superávit em 2005, 2006 e 2007 e só não discutimos o superávit de 2008 porque foi um ano de crise e tivemos a edição da Resolução 26, que trouxe novidades para essa discussão. É bom todo mundo lembrar que a Resolução 26 está em vigor. Tem gente que concorda e gente que não concorda com a referida resolução. Mas é inevitável que tenhamos de examinar os parâmetros da resolução 26 para fazer a discussão do superávit, porque ela passou a ser um fato do mundo jurídico que regula os fundos de pensão.

Revista – Qual será o processo de discussão do superávit? Há um prazo determinado para isso?

Sérgio – Tudo começa com a aprovação formal do Balanço de 2009. A partir daí temos que fazer a análise técnica, aplicar as premissas exigidas pela Resolução 26, levar as propostas para a Diretoria e o Conselho Deliberativo, depois para o Banco e Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) e, finalmente, para a SPC (Secretaria de Previdência Complementar). Acredito ainda que os participantes queiram discutir o assunto diretamente com o Banco, como foi feito em anos anteriores, e talvez até ocorra algum processo de consulta organizado por sindicatos e associações. Temos que respeitar o processo democrático e formal. Vamos tentar ser rápidos, mas sem atropelar as etapas necessárias, pois, do contrário, as soluções acabam não se viabilizando.

Revista – Este ano haverá eleição para diretores e conselheiros na PREVI. O que o senhor pode dizer sobre isso?

Sérgio – A nossa tarefa é organizar as eleições da maneira mais correta possível, dando direito a todos de concorrer, discutir e escolher os futuros diretores e conselheiros. É importante reforçar a relevância desse processo. Por incrível que pareça, ainda temos muitos associados que não se informam adequadamente e muitos que nem sabem quem são os diretores da PREVI. Estou na Diretoria desde o ano 2000 e sei o quanto é importante e decisivo o papel dos Diretores e Conselheiros. Cada um pode fazer a diferença, de acordo com seu comportamento e sua capacidade. É claro que a ética e o compromisso com o Fundo estão em primeiríssimo lugar. A boa-fé é um requisito básico para qualquer gestor de fundo. Além disso, é importante que a pessoa tenha capacidade de gestão, pois a PREVI é uma grande “empresa”, que não pode querer menos que a excelência em qualquer dos processos que execute.

Revista – Que outra mensagem gostaria de dar aos associados?

Sérgio – Eu gostaria de renovar meu apelo para que os associados acompanhem de perto a gestão da PREVI. Esse é o patrimônio de todos. Em 2010 teremos eleições na PREVI e, depois, eleições gerais para governadores, deputados, senadores e para a Presidência da República. A democracia foi a principal conquista que tivemos na nossa história recente, e eleições representam um dos mecanismos mais importantes da democracia. Cabe a nós, eleitores e associados, escolher conscientemente nossos representantes, avaliando as propostas, o caráter e as realizações concretas de cada um. Também gostaria de deixar um alerta: em ano de eleição, a disputa de interesses cresce ainda mais e a imprensa sai atrás de muitas informações parciais e frias. A PREVI, como o maior fundo de pensão do País, infelizmente acaba se transformando em alvo constante de insinuações e alguns ataques infundados. Gostaria de pedir ao associado para exercer seu senso crítico ao ler certas notícias e sempre buscar a informação junto à PREVI. Acredito que a comunicação da PREVI já demonstrou que merece credibilidade, divulgando os fatos com a maior fidelidade possível.

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