Trajetória de pioneirismo e vanguarda |
Capa |
|
Corria o
ano de 1904. A República brasileira ainda engatinhava, mas
o clima era de grande agitação. Na capital, o Rio de
Janeiro, onde a população mal passava de 700 mil habitantes,
o grande assunto era a vacinação obrigatória
contra a varíola, imposta pelo sanitarista Oswaldo Cruz, com
apoio do prefeito Pereira Passos e do presidente Rodrigues Alves.
As ordens eram rigorosas: invadir as residências e aplicar a
injeção a qualquer preço, mesmo que o morador
não concordasse.
Nas ruas, no Congresso, nos locais de trabalho, criticava-se a medida autoritária. Durante cinco dias, homens, mulheres e até crianças, armados com paus e pedras, enfrentavam os policiais. Ao final da batalha, vencida pelo governo após a imposição de estado de sítio, os números alarmantes: 30 mortos, 110 feridos, 945 presos e 454 deportados. Mas ao final do ano, o governo exibia outros resultados: foram registrados apenas 39 casos, contra 600 do ano anterior. A varíola tendia a desaparecer na capital da República. Foi em meio a esse clima que, no dia 16 de abril de 1904, nasceu a Caixa Montepio dos Funcionários do Banco da República do Brasil com um propósito bem definido: "garantir o pagamento de uma pensão mensal ao herdeiro do empregado que do Montepio fizer parte, na forma estabelecida pelos estatutos". A iniciativa era resultado da união de 52 funcionários do Banco. Os beneficiários também eram claramente definidos, nesta ordem: "a) a viúva do contribuinte enquanto viúva; b) a filha ou filhas solteiras, embora maiores, e os filhos enquanto menores; c) a mãe viúva; d) o pai que por moléstia ou avançada idade esteja impossibilitado de prover sua subsistência ou de sua família; e) as irmãs solteiras, embora maiores, e os irmãos de menor idade." Num país assolado por diversas moléstias, como a febre amarela, a varíola e a malária, onde nem mesmo a capital da República era poupada, a preocupação dos fundadores da Caixa Montepio era visível: proteger as viúvas, as filhas, as irmãs, numa época em que o trabalho feminino se limitava ao lar e as mulheres ficavam ao desamparo com a morte dos homens da família. Mas dificilmente passaria pela cabeça daqueles pioneiros o resultado, cem anos depois, de sua ação inovadora: a transformação da modesta Caixa de Montepio, rebatizada em 1934 de Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, no maior fundo de pensão da América Latina, com mais de 128 mil associados, além de pensionistas e dependentes, e ativos superiores a 58 bilhões de reais. Mulheres pegam o bonde da história E
uma das mudanças mais notáveis foi exatamente em relação
à situação da mulher no Banco do Brasil, patrocinadora
da PREVI. Em 1904 não existia no Banco nenhuma funcionária,
situação que só se alterou a partir da década
de 20, com o ingresso de mulheres como a gaúcha Emma Berg Medeiros,
admitida em 1924, com 20 anos de idade. Nascida no mesmo ano da fundação
da PREVI e, portanto, festejando também o seu centenário,
dona Emma trabalhou durante 30 anos na agência Pelotas, onde
tomou posse. De escriturária passou a gerente da carteira de
cobrança e encerrou carreira como chefe do setor de ordens
de pagamento.
Os tempos mudaram. Hoje as mulheres representam 35% da força de trabalho do Banco do Brasil, ocupando cada vez mais, com sua dedicação e competência, postos de relevância na administração do BB. São gerentes, superintendentes, e, fato recente, diretoras. A carioca Fernanda Duclos Carísio fez carreira no Banco, chegando a Gerente de Expediente, numa época em que poucas mulheres assumiam cargos de chefia. “Tive funcionários que me disseram: eu não obedeço ordens de mulher. E eu respondia tranqüilamente: as minhas você vai obedecer”. Mas a carreira de Fernanda foi marcada principalmente por um fato inédito: tornou-se a primeira mulher a ocupar a presidência do Sindicato dos Bancários do Rio, eleita em 1994 e reeleita em 1997. “Eu me interessei pela atividade sindical em 1977, quando o país começava a sair do regime ditatorial. Era preciso reconstruir o sindicato, recuperá-lo para os trabalhadores”, diz.
Fernanda presidiu o Conselho Fiscal da PREVI no biênio 2000/2002
e guarda até hoje boas recordações deste período.
“É preciso cada vez mais agir com transparência,
com bom gerenciamento, e a PREVI deu importante contribuição
nesse sentido. A Fundação é quase um mito, o
mais poderoso Fundo da América Latina, e certamente influenciou
os demais fundos, que passaram a imitar o seu exemplo, ou seja, garantir
o pagamento das aposentadorias, que é sua missão principal,
mas também investir de forma socialmente responsável”.
Para Fernanda, os funcionários, por sua vez, não podem
pensar na PREVI apenas na hora de aposentadoria ou do financiamento
imobiliário.
Na abertura das comemorações do centenário da PREVI, em Belém do Pará, uma cena emocionou a todos os presentes. Uma feliz coincidência unia dois dos homenageados da noite: o aposentado Armando Leão Rodrigues, de 86 anos, e a neta Diana Henriques Rosa, de apenas 22 anos, e que já ocupa cargo gerencial no Banco do Brasil.
Sem
esconder a felicidade pelo sucesso profissional da neta, o engenheiro
agrônomo Armando Rodrigues fala com orgulho da forte ligação
que a família tem com o Banco do Brasil. “Comecei a trabalhar
no Banco em Caruaru (PE), em outubro de 1946, um ano depois da Segunda
Guerra. Sempre trabalhei muito motivado e agora na aposentadoria conto
com a Previ, uma instituição meritória, um esteio
para nós, com sua boa administração, sua carteira
de crédito imobiliário e outros benefícios. Aconselhei
meus filhos a fazerem carreira no BB. Quatro deles entraram para o
Banco: Aluízio, Eduardo, Célia e Armando. Um deles é
médico, os demais trabalharam em área administrativa.
Meu genro, Tito, também foi do Banco. Só o Aluízio
continua na ativa, os outros já se aposentaram. E agora já
estamos na terceira geração. Além da Diana, que
já é gerente e dá palestras para os funcionários
novatos, tenho outros dois netos no Banco: Alex e Armando”,
diz orgulhoso. Aos 89 anos, o associado Lecy Infante Cardoso de Castro é o mais idoso ex-presidente vivo da PREVI - que ele dirigiu por oito anos, de meados de 1952 a meados de 1960. Ele surpreende seus interlocutores com uma memória prodigiosa. Aposentado desde 1970, o Sr. Lecy representou os ex-presidentes da PREVI na solenidade realizada em abril passado no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, o que o deixou feliz e emocionado. Ao receber a medalha alusiva ao evento, fez questão de recordar os ex-dirigentes que deram sua contribuição para o sucesso e a longevidade da Instituição. Aos mais jovens, um conselho "Ingressar na PREVI é de capital importância. É ela que garantirá nossa fonte de renda e será o amparo de nossa família. Estou aposentado há 34 anos e posso afirmar que a Fundação sempre foi exemplar cumpridora de seus deveres". VOLTAR AO TOPO
|
||||||||||||||||||||||||||
Nossa
História |
||||||||||||||||||||||||||||
Trajetoria
de pioneirismo e vanguarda |
||||||||||||||||||||||||||||
Visão do Presente | ||||||||||||||||||||||||||||
Dirigentes
da PREVI e do BB, parlamentares |
||||||||||||||||||||||||||||
|
Parabéns
para vocês |
|||||||||||||||||||||||||||
Homenagens
e festejos do centenário em diversas cidades |
||||||||||||||||||||||||||||
|
Por
dentro da PREVI |
|||||||||||||||||||||||||||
PREVI
Futuro é a garantia de mais 100 anos |
||||||||||||||||||||||||||||
|
Curtas |
|||||||||||||||||||||||||||
Idéias |
||||||||||||||||||||||||||||
Cidadania |
||||||||||||||||||||||||||||
Solidariedade
e inserção social |
||||||||||||||||||||||||||||
|