
ASGI: MUITO ALÉM DAS QUATRO LETRAS, UM PROPÓSITO DE GESTÃO E DE VIDA
Como a responsabilidade social e ambiental, a governança e a integridade geram valor para as empresas. E como a Previ estimula a adoção de boas práticas.
leia o artigo completoS de Social – Ambev
Por que uma indústria de bebidas precisa de uma Diretoria de Saúde Mental? Para a head de Saúde Mental, Diversidade e Inclusão da SAZ Ambev, Mariana Holanda, a criação da diretoria é resultado de uma evolução cultural que vem desde 2019. “Mesmo antes da pandemia, já enxergávamos uma tendência de aceleração em casos diretamente ligados à saúde mental, como a síndrome de Burnout, ou síndrome do desgaste profissional, caracterizada por exaustão física, emocional ou mental que surge geralmente devido ao acúmulo de estresse no trabalho e à depressão. Mas, com o impacto do isolamento social no início de 2020, entendemos que esse tema seria uma nova fronteira não só para o RH da Ambev, como para todas as empresas”, explica.
A Diretoria de Saúde Mental foi criada em junho de 2020 para apoiar a Ambev na evolução do olhar para a saúde por completo de cada colaborador, tanto física quanto mental. Nos primeiros meses, ainda no começo da pandemia, foram feitos diversos estudos, implementadas plataformas pilotos e realizadas pesquisas e análises de dados.
Hoje, a Ambev trabalha com três principais pilares dentro da área de saúde mental: suporte, prevenção e dados. “Utilizamos a tecnologia como forma de nos ajudar a tomar decisões embasadas em escuta ativa e informações”, diz Mariana Holanda.
Embora a pandemia tenha trazido necessidades urgentes e imediatas, os benefícios trazidos pelo cuidado com a saúde mental dos colaboradores vão muito além. “Não podemos falar sobre saúde mental apenas sob a perspectiva dos extremos, quando a pessoa enfrenta uma crise de ansiedade, por exemplo”, diz Mariana. “Os benefícios são inúmeros a longo prazo: redução de doenças ocupacionais, aumento da produtividade, redução de rotatividade de colaboradores, retenção de talentos e aumento da motivação e engajamento. Em suma, apostar na segurança psicológica significa criar uma base para sustentar todos os tipos de comportamento que buscamos.”
Variáveis sensíveis
Denísio afirma que cada um dos pilares ASGI contempla um grande número de variáveis, que precisam ser acompanhadas de perto, e avalia que algumas delas são particularmente sensíveis. “No aspecto ambiental, temos prestado bastante atenção aos indicadores de emissão de gases poluentes, que têm grande impacto sobre as mudanças climáticas”, revela.
Já no aspecto social, a Previ dá especial atenção ao ambiente interno das empresas, já que organizações mais acolhedoras, inclusivas e diversas têm mais chances de serem inovadoras. “A inovação é fundamental para a geração de valor e a sobrevivência das empresas no longo prazo”, evidencia o diretor.
Denísio aproveita para ressaltar a importância da governança nessa avaliação. Ele afirma que existe um conjunto de fatores importantes a observar, mas destaca a atuação do Conselho de Administração como fundamental, já que o órgão é o guardião da boa qualidade de gestão da empresa. “Um bom Conselho de Administração está sempre atento às tendências de longo prazo e, com isso, conseguem sinalizar os ajustes necessários para adequação a essas tendências. Sem essa visão estratégica, a perenidade da companhia fica comprometida”, afirma.
Por fim, o I de integridade. “A integridade está diretamente relacionada a um comportamento ético e à prevenção à corrupção. E isso é fundamental para fortalecer ainda mais uma estrutura de governança”, conclui o diretor.
Impulsionando boas práticas
Esse olhar atento para os aspectos ASGI direciona as decisões de investimento da Previ e impulsiona a adoção de boas práticas nas empresas participadas (ver vídeo). “À medida que os investidores incorporam esses critérios em suas estratégias de investimento, cresce a participação e o engajamento junto às outras empresas, o que gera contribuições positivas para o negócio e uma cadeia de fornecimento sustentável para a sociedade”, avalia Fernando Ryzzo, presidente da indústria de metalurgia Tupy.
Visão privilegiada
Já o superintendente de Compliance da Neoenergia, Roberto Medeiros dos Santos, observa que os investidores institucionais, como a Previ, têm um papel relevante no estímulo às boas práticas de ASGI em dois aspectos muito importantes. Primeiro, ao modular o mercado financeiro por meio da criação de mecanismos de incentivo para que seus agentes possam reconhecer a importância das boas práticas ASGI e alocar mais recursos para as empresas que as adotam. E, em segundo, ao incentivar e ajudar as empresas na construção de estratégias de negócio que contemplem, de forma objetiva, metas associadas às boas práticas de ASGI.
“Os investidores institucionais podem, pela sua visão privilegiada do mercado e da economia, ajudar as empresas a dar efetividade ao seu propósito e aos seus valores e conjugá-los com os conceitos de desenvolvimento sustentável e capitalismo consciente”, diz Medeiros.
Rodrigo Tavares, diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Localiza, acredita que há um consenso entre os principais investidores institucionais sobre a forte correlação entre empresas com boas práticas ASGI e um melhor nível de retorno dos investimentos ao longo do tempo. “São empresas que atuam com uma visão de longo prazo e buscam a perenidade do negócio e, assim, normalmente fazem uma melhor gestão de riscos, o que resulta em maior geração de valor e alinhamento com os acionistas”, afirma.
Mariana Holanda, head de Saúde Mental, Diversidade e Inclusão da SAZ Ambev, afirma que o foco do mercado investidor tem sido importante para colocar em evidência as iniciativas que garantirão a perenidade do negócio da empresa e para definir padrões de divulgação. “Isso nos ajuda a comparar com outras empresas e abrir e fechar lacunas nesse item, sempre com prioridade”, diz.
Denísio, por sua vez, ressalta que os efeitos das ações voltadas para os diferentes aspectos de ASGI não são apenas uma bela teoria e podem ser percebidos na prática nos resultados de diversas iniciativas. “Temos trabalhado em metodologias para quantificar esses diferentes aspectos e melhorar a qualidade do nosso rating de classificação”, diz.
Por tudo isso, selecionamos alguns projetos de destaque em cada um dos pilares, realizados por companhias da carteira de empresas participadas da Previ, para provar que, de fato, o ASGI é muito mais do que apenas uma sigla.
A de Ambiental – Tupy
Para uma empresa como a Tupy, que tem os resíduos metálicos como principal matéria-prima, a inovação no setor ambiental é uma estratégia no longo prazo. Por isso, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), a empresa deu início a um projeto de pesquisa para a aplicação das técnicas de hidrometalurgia na reciclagem de baterias. Mas por que baterias?
Segundo o presidente da Tupy, Fernando Rizzo, estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA) revelam um crescimento expressivo da eletrificação de veículos leves nas próximas décadas. Um desafio crucial para a viabilidade econômica e, principalmente, para a sustentabilidade desses produtos é a gestão do ciclo de vida das baterias, pois sua vida útil é inferior à dos veículos elétricos.
“Nosso projeto consiste em uma solução hidrometalúrgica, processo em que a matéria-prima é dissolvida em soluções ácidas e, então, extrai-se a substância desejada”, explica Rizzo. “O método consome menos energia, gera menos emissões de carbono e possibilita uma maior recuperação de materiais”.
O processo convencional de fabricação de baterias para veículos elétricos leves emite cerca de 9 toneladas de CO2 por tonelada de bateria produzida (tCO2/t bateria). Estudos realizados indicam que a utilização do processo de reciclagem por hidrometalurgia trouxe redução de uma a duas tCO2/t bateria, principalmente devido à maior eficiência energética e química desse processo.
Rizzo explica que o projeto tem a previsão de duração de dois anos e, nesse momento, encontra-se em fase preliminar. “O resultado já alcançado é o incentivo econômico e financeiro à pesquisa científica, que necessita de recursos para gerar valor para a sociedade”.
G de Governança - Localiza
Em seus esforços para reforçar a governança, a Localiza valoriza o diálogo com os acionistas e públicos de interesse (stakeholders, em inglês) e usa esse engajamento para descobrir novas formas de evoluir na agenda de sustentabilidade. Em 2021, a empresa escutou cerca de 2 mil stakeholders na revisão de sua matriz de materialidade e deu início a um programa de engajamento do Conselho de Administração e do presidente (CEO, na sigla inglesa para Chief Executive Officer) com investidores sobre esse tema.
A Localiza também aprimorou sua área de Gestão de Riscos Corporativos. “Melhoramos o modelo de governança e a área passou a responder diretamente ao Conselho de Administração, via Comitê de Auditoria, Gestão de Risco e Compliance”, diz Rodrigo Tavares, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Localiza. Segundo ele, o mapeamento dos processos dá ao conselho uma visão mais clara dos riscos do negócio e facilita a supervisão e o direcionamento no sentido de mitigação e priorização dos esforços. “Isso proporciona insumos relevantes para os executivos na tomada de decisões e na busca de geração de valor para os acionistas e stakeholders”, acrescenta.
Entre os riscos monitorados pela Localiza, estão a possibilidade de interrupção do funcionamento das lojas devido a eventos externos, aspectos relacionados à reforma tributária, riscos de mercado, riscos políticos, entre outros. E tudo isso se reflete nos resultados. “Movimentos corporativos que fortaleçam ainda mais nossa governança são sempre muito bem recebidos pelo mercado e, ao longo dos anos, se convertem em ganho na qualidade da base de acionistas”, resume Tavares.
A sigla ASGI vem se popularizando nos últimos anos e está presente no radar dos gestores de investimento. As quatro letras traduzem boas práticas de responsabilidade ambiental, social, de governança e de integridade e vão muito além de um modismo corporativo. Elas proporcionam mais sustentabilidade aos negócios, geram valor não apenas para acionistas e investidores, mas para toda a sociedade, e melhoram também o retorno dos investimentos e dão longevidade às empresas.
E isso é fundamental para investidores institucionais com uma estratégia de longo prazo, como a Previ. “Não podemos olhar apenas a rentabilidade de uma empresa hoje. Precisamos saber se ela continuará rentável daqui a 10, 20 ou 30 anos. Uma empresa poluente, por exemplo, pode dar lucro hoje, mas será que ela está preparada para lidar com uma taxa global sobre emissões de carbono, ou para lidar com restrições regulatórias contra suas operações?”, argumenta Denísio Liberato, diretor de Participações da Previ.
Por isso mesmo, a Previ incorporou a análise dos aspectos ASGI à tomada de decisões sobre seus investimentos. No entanto, cada empresa tem características e vulnerabilidades específicas, como explica Denísio. “Em algumas empresas, como companhias de mineração ou indústrias de cimento, por exemplo, o aspecto ambiental pode ser mais sensível. Em outros setores ou empresas, o aspecto social pode representar um desafio maior. Governança e integridade, por sua vez, são indispensáveis a todos os segmentos, e isso é levado em consideração para investirmos ou não”.
I de Integridade – Neoenergia
Para a Neoenergia, garantir a integridade de seus negócios é fundamental para a sustentabilidade da empresa e a geração de valor para os acionistas no longo prazo. Por isso mesmo, a companhia desenvolveu mecanismos específicos para combater práticas que ponham sua reputação em risco. Uma dessas ferramentas é o Sistema de Gestão Antissuborno, um conjunto de elementos (processos, normas, ferramentas) inter-relacionados, que têm como objetivo implantar uma cultura antissuborno e de conformidade nas organizações e buscar a prevenção, a detecção e a remediação do suborno e da corrupção nos processos empresariais.
Segundo o superintendente de Compliance da Neoenergia, Roberto Medeiros dos Santos, o sistema funciona por meio de procedimentos previamente definidos e documentados e utiliza-se de ferramentas típicas de programas de Integridade. Estamos falando de avaliação de riscos, avaliação de fornecedores, canais de denúncias, sistemas de controles internos, comunicação e treinamento, de forma a garantir transparência, capilaridade e rastreabilidade das informações, bem como a identificação e a remediação de situações de não conformidade que envolvam suborno. Vale destacar que o Sistema de Gestão Antissuborno da Neoenergia conta com o certificado ISO 37001, de qualidade de Compliance.
E o mecanismo já livrou a Neoenergia de situações potencialmente danosas. “Em uma avaliação de fornecedores, identificou-se que um fornecedor estava envolvido com denúncias de corrupção”, lembra Santos. Considerando a importância desse fornecedor para a Neoenergia e a qualidade de seus serviços, uma vez mapeado o risco, a empresa incentivou a adoção de medidas de mitigação por parte desse fornecedor e incluiu a implantação de um canal de denúncias e uma certificação ISO 37001. “Embora não houvesse qualquer comprometimento da Neoenergia com eventuais práticas inadequadas desse fornecedor no passado, o nosso sistema contribuiu para a evolução da gestão de integridade do parceiro e influenciou-o positivamente, além de não inviabilizar a relação entre as empresas”, conclui.
Os investidores e a sociedade agradecem.
Como a Previ impulsiona boas práticas de ASGI

Incentivo à pesquisa

Inúmeros benefícios

Procedimentos antissuborno

Um olhar para o longo prazo

"Os efeitos das ações voltadas para os diferentes aspectos de ASGI não são apenas uma bela teoria e podem ser percebidos na prática, nos resultados de diversas iniciativas", Denísio Liberato
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