Estratégia e investimentos
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Em um cenário econômico atribulado, as decisões da PREVI foram pautadas por uma visão de longo prazo, na busca pela liquidez necessária para cumprir sua Missão.
Como entidade fechada de previdência complementar, a PREVI distribui em investimentos os recursos advindos de contribuições de seus participantes e de seu patrocinador. Esses recursos são aplicados de acordo com as políticas de investimentos de cada um dos planos de benefícios, elaboradas a cada ano pela Diretoria de Planejamento e aprovadas pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo. As diretrizes apontadas pelas políticas procuram manter o equilíbrio e a sustentabilidade dos planos num panorama de longo prazo, com a otimização da relação entre risco e retorno e a observação das obrigações da PREVI para com seus participantes.
O cenário econômico brasileiro em 2014 foi muito atribulado. Tensões institucionais influenciadas pela eleição presidencial, inflação e taxa de juros em alta, extrema volatilidade no mercado de capitais e baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desenharam um panorama que exigiu cautela na condução dos investimentos. Todas as decisões da PREVI foram pautadas por uma visão de longo prazo, um grande cuidado na avaliação dos riscos e a busca pela liquidez necessária para cumprir sua Missão de pagar benefícios a milhares de participantes.
O mercado em 2014
O setor de previdência complementar no Brasil foi, em 2014, afetado principalmente pelo comportamento do mercado de ações e pela elevação da taxa básica de juros da economia (Selic), indicadores que impactam diretamente os ativos dos fundos de pensão. A observação desses fatores orientou as estratégias da PREVI no ano, por meio da gestão ativa de investimentos. Foram considerados todos os movimentos do mercado na elaboração de cenários de longo prazo, com ênfase na estabilidade.
O índice Ibovespa, principal indicador da valorização das ações negociadas na BM&FBovespa, passou por oscilações durante boa parte do ano. O primeiro trimestre foi de queda, com o índice atingindo o ponto mais baixo de 2014 em meados de março. Dali em diante, registrou-se um movimento de alta expressivo até maio, seguido por novas oscilações até o começo de setembro (pico de valorização do ano, com 61.895 pontos). A volatilidade intensificou-se ainda mais nos últimos meses do período, com quedas e altas agudas e – a partir de meados de novembro – um forte viés de baixa, influenciado principalmente pela desvalorização das ações da Petrobras.
A incerteza sobre os principais indicadores macroeconômicos (PIB, investimento industrial e inflação, dentre outros), potencializada pela expectativa com os resultados da eleição presidencial, puxou para baixo a cotação dos papéis das empresas estatais. Para equilibrar a queda, foi importante manter posições em ações de companhias privadas, menos suscetíveis a cenários políticos. O nível deprimido da atividade econômica também atingiu mais fortemente determinados segmentos, como a siderurgia e a geração de energia. Uma visão de longo prazo aplicada à abordagem do mercado de ações foi necessária para evitar perda de valor nas carteiras.
Para tentar conter a alta da inflação e a valorização do dólar, o Banco Central promoveu sucessivos reajustes da taxa básica de juros da economia (Selic): de janeiro a novembro de 2014, foram quatro elevações, que alteraram a taxa de 10,50% a 11,75% ao ano. Por um lado, o movimento aumentou a instabilidade relativa aos investimentos em renda fixa, incluindo CDBs, letras financeiras e títulos públicos, especialmente para os contratos de longo prazo; por outro lado, a alta da taxa básica de juros possibilitou ganhos significativos para a carteira da PREVI.
No mercado imobiliário, que registrou bons índices de rentabilidade e valorização nos últimos anos, 2014 foi um ano de cautela. Na avaliação da PREVI, houve um descompasso entre os preços fixados para os imóveis à disposição no mercado e a estimativa de retorno esperado pelos potenciais investidores. A percepção é de que o momento de maiores lucros no segmento já passou e vive-se um período de ajuste, com a redução na liquidez dos imóveis disponíveis no mercado, que não têm sido absorvidos no mesmo ritmo de antes (especialmente de espaços comerciais e corporativos).
Em função da instabilidade macroeconômica experimentada em 2014, a expectativa é de que o País passe por uma série de ajustes nos próximos anos, visando à retomada do crescimento e ao combate à inflação. Com base nesse cenário, a última revisão das políticas de investimentos, válidas para os próximos sete anos e em consonância com o Plano Estratégico 2015-2018, considerou um cenário no qual teremos dois anos (2015 e 2016) de crescimento econômico ainda baixo e um segundo momento (2017 a 2021) de perspectivas mais otimistas.