Responsabilidade Socioambiental
O Relatório de Sustentabilidade reafirma a intenção da PREVI de incentivar o diálogo e a busca por soluções para o desenvolvimento sustentável, considerando igualmente aspectos econômicos, sociais, ambientais e culturais. Trata-se do primeiro relatório socioambiental entre as entidades fechadas de previdência complementar que segue as diretrizes internacionais da Global Report Initiative (GRI)
O objetivo e o próprio negócio da PREVI estão associados a diversos aspectos da sustentabilidade. Administrar os recursos dos participantes e prover a sua aposentadoria, para que vivam dignamente o período pós-laboral, são a razão de ser dos fundos de pensão. Essas duas fases do negócio, dentro da lógica de longo prazo inerente à natureza dos planos de aposentadoria, têm tudo a ver com sustentabilidade.
Com o intuito de repensar seu papel e sua missão como investidor responsável, de promover a avaliação e o aperfeiçoamento constante de suas ações e de gerar informações para os públicos com os quais se relaciona, a PREVI publicou em maio o Relatório de Sustentabilidade 2009. Anteriormente chamado de Balanço Social e depois de Relatório de Responsabilidade Social e Empresarial, editados entre 1997 e 2004, a nova publicação é o primeiro relatório socioambiental entre as entidades fechadas de previdência complementar que segue as diretrizes internacionais da Global Report Initiative (GRI). O Relatório de Sustentabilidade aborda os resultados da gestão, tentando mostrar os aspectos de sustentabilidade nos negócios, nas empresas e nos empreendimentos imobiliários. Cerca de 150 pessoas, entre representantes de empresas participadas, de fundos de pensão e do Banco do Brasil, participaram do lançamento.
Durante os últimos quatro anos, a PREVI atuou em conjunto com entidades reconhecidas, referências em ações voltadas para a questão da responsabilidade socioambiental. Em termos globais, foi a primeira signatária latino-americana
do PRI (Principles for Responsible Investment, na sigla em inglês ou Princípios para o Investimento Responsável, na tradução livre), programa internacional patrocinado pela ONU, lançado com o objetivo de fornecer diretrizes para incorporar variáveis ambientais, sociais e de governança às decisões de investimento.
“É preciso que aqui, nesse nosso país que é jovem, com grande potencial para o futuro, toda a ação humana, toda a produção, toda a ação das instituições, das empresas, em qualquer área, seja consciente, realmente sustentável”, analisa a produtora Paula Saldanha, que mediou o debate que seguiu à apresentação do Relatório de Sustentabilidade 2009 da PREVI
Foi também parceira e patrocinadora do Carbon Disclosure Project desde o início do Programa no Brasil. Durante os últimos anos, a
PREVI aderiu a diversos programas, colaborou com outros fundos de pensão e com a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), para o desenvolvimento de posturas, códigos e programas de responsabilidade socioambiental. Dentro da política de RSA, a PREVI resolveu mudar o modelo do relatório de sustentabilidade, aderindo então ao padrão GRI, que procura refletir não só sobre as empresas participadas, mas sobre as práticas do investidor. O padrão GRI oferece um caminho para que as publicações, não só da PREVI como também das empresas, possam alcançar um tipo de homogeneidade que facilite o entendimento sobre o que as empresas estão praticando em termos de responsabilidade socioambiental.
O que é GRI?
A GRI é uma Organização Não Governamental (ONG) sediada na Holanda e nascida da iniciativa de uma ONG americana, a Coalition for Environmentally Responsible Economies (Ceres), composta por organizações ambientais, religiosos, por profissionais de investimentos responsáveis e por investidores institucionais em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A GRI tem a missão de desenvolver e disseminar globalmente diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade utilizados voluntariamente por empresas em todo o mundo.
Para a definição do conteúdo do Relatório foram consultadas cerca de 580 pessoas entre funcionários, participantes e conselheiros em empresas, que sinalizaram conteúdos considerados relevantes, prioritários. Além da etapa de consulta por meio de questionário online, foram realizados encontros presenciais com cerca de 100 pessoas selecionadas “A equalização dos esforços com relação à preocupação socioambiental é o grande sinalizador das práticas que estão por vir. É uma mudança de postura radical, pioneira, e que fortalece de forma contundente o valor da transparência. Esse é um grande movimento para a realidade do nosso mercado, já que os investidores passam a escolher as empresas considerando também os impactos socioambientais de suas atividades”, enfatiza a representante da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), Clarissa Lins. entre os respondentes do questionário. Os encontros presenciais incluíram breve alinhamento sobre sustentabilidade e responsabilidade corporativa, apresentação dos resultados da pesquisa e debate aberto à participação dos presentes. Essa abertura de canais diretos de diálogo, como pesquisas e encontros presenciais com os diversos públicos (chamados stakeholders) que fazem parte da rede de relacionamentos da PREVI, é chamada de “materialidade”. “O processo do Relatório foi muito rico no critério da interlocução. A partir desse canal, foram levantadas questões relacionadas à gestão e aos Planos. Chegaram também diversas contribuições, recados, mensagens. No processo de construção de um Relatório de Sustentabilidade, a materialidade é muito importante. É um canal de contato além dos usuais”, defendeu Ana Esteves, diretora da AMCE Negócios Sustentáveis, consultoria de gestão estratégica que conduziu a elaboração do Relatório da PREVI.
Posteriormente, foram convidadas a participar 36 empresas nas quais a PREVI possui maior participação acionária ou algum relacionamento por meio do conselho, e os 25 maiores empreendimentos imobiliários entre edifícios comerciais e shoppings centers. Esse conjunto representa aproximadamente 57% dos investimentos da PREVI em renda variável e 67% em empreendimentos imobiliários. O índice de adesão por parte dos convidados foi de 85%.
Lançamento do Relatório
Durante a apresentação do Relatório, realizada em maio, na sede da PREVI, no Rio de Janeiro, o então presidente Sérgio Rosa lembrou que existiu uma discussão sobre a pertinência da adoção da responsabilidade socioambiental pelos fundos de pensão, e se isso não viria a conflitar com o seu dever de aplicar os recursos dos participantes. “Na Inglaterra, esse debate começou com a contratação de um parecer jurídico, para ver se essa postura teria algum nível de risco para os gestores dos fundos, pois podia parecer que estavam se preocupando mais com questões sociais e do meio ambiente, em vez de aplicar direito o dinheiro das pessoas. O parecer dá suporte à iniciativa de RSA ao concluir que as questões de risco, de sustentabilidade e de longo prazo são inerentes a um bom processo de aplicação dos recursos”, conta. A coordenadora das atividades do GRI no Brasil e assessora do Instituto Ethos, Gláucia Terreo, explica que os relatórios de sustentabilidade são os relatórios financeiros, os relatórios anuais, contemplados com dimensões socioambientais, além da gestão de riscos. “Esses relatórios são importantes porque hoje, cada vez mais, a sociedade começa a perguntar às empresas e aos investidores se eles fazem parte do problema ou da solução dos desequilíbrios socioambientais”, salienta.
Para a coordenadora das atividades do GRI no Brasil e assessora do Instituto Ethos, Gláucia Terreo, além da questão de gestão de riscos, os relatórios de sustentabilidade são importantes porque hoje, cada vez mais, a sociedade começa a perguntar às empresas e aos investidores: vocês fazem parte do problema ou da solução?
Após a apresentação do Relatório, a jornalista Paula Saldanha, produtora de mais de 30 documentários sobre meio ambiente, além de programas de televisão sobre o assunto voltados para jovens, mediou debate sobre o tema. “Em televisão, fazemos um tipo de apresentação unidirecional e é nesses encontros que estabelecemos a troca”, afirmou a produtora. E continuou: “O Brasil tem hoje a oportunidade de tomar a frente no panorama internacional, e já está tomando, como um país diverso que é, como um país com potencial invejável de recursos naturais e de biodiversidade e também em termos de flexibilidade de ação para enfrentar os desafios do futuro. É preciso que aqui, nesse nosso país que é um país jovem com grande potencial para o futuro, toda a ação humana, toda a produção, toda a ação das instituições, das empresas, em qualquer área, seja uma ação consciente, realmente sustentável”. Participaram do debate, além do então presidente Sérgio Rosa, Gláucia Terreo (Instituto Ethos), Ana Esteves (AMCE Negócios Sustentáveis) e Clarissa Lins (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável - FBDS).
Para Clarissa Lins, além da iniciativa de lançar o relatório, a promoção do debate reforça a transparência. Ela entende que, hoje, a geração de valor está refletida em um conjunto de posturas, entre elas a prestação de contas a qual reforça a transparência que, por sua vez, também agrega valor. “A equalização dos esforços com relação à preocupação socioambiental é o grande sinalizador das práticas que estão por vir. É uma mudança de postura, radical, pioneira e que fortalece de forma contundente o valor da transparência. Esse é um grande movimento para a realidade do nosso mercado, já que os investidores passam a escolher as empresas nas quais investem considerando também os impactos socioambientais de suas atividades”, enfatiza.
O Relatório de Sustentabilidade da PREVI está disponível no site. Para consultá-lo, acesse um dos dois caminhos na página inicial: Responsabilidade Social > Iniciativas > Relatório social ou Conheça a PREVI > Relatórios > Relatórios Anual e Social.
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