Longa vida às boas práticas
Ao ser empossado como
diretor de Participações
do maior fundo de pensão
da América Latina,
em fevereiro de 2003,
sabia do imenso desafio – afinal, o
volume investido em renda variável
e imóveis superava a casa dos R$ 35
bilhões – mas não imaginava o quão
complexo seria “viver a agenda” de
mais de uma centena de empresas e
empreendimentos imobiliários espalhados
pelo Brasil.
Junte-se a esse universo o fato de
nosso País estar vivendo uma fase
extremamente positiva, com um
volume crescente de investimentos
tanto no mercado de capitais, quanto
no segmento de imóveis/shopping
centers, para potencializarmos a responsabilidade.
Mas, diz o ditado popular, não se
faz omelete sem quebrar ovos. E realmente
a defesa dos direitos da PREVI
muitas vezes nos levou a promover
algumas “batalhas”. E fico feliz ao
constatar que as nossas argumentações,
sempre construídas com sólido
embasamento técnico, tornaram-se
referência, principalmente no mercado
de capitais.
Ao olharmos para trás, fica a certeza
de que conceitos apresentados na forma
de sugestões para as companhias,
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Bovespa
se transformaram
em sementes que,
em alguns casos, já
germinaram, como
a transformação do
conselho fiscal em órgãos estatutários
permanentes e a
adoção do mecanismo
de elaboração
de manuais
para participação
dos acionistas em
assembléias (conhecido
como Proxy
Statement).
Sementes plantadas
no segmento
de imóveis, onde
buscamos “importar”
as boas práticas
de Governança
Corporativa das sociedades anônimas,
também começam a dar frutos,
como nos casos da constituição de
comitês de obras e da adaptação de
convenções de condomínios.
A verdade é que pouco poderia ser
feito sem uma equipe técnica com
a qualidade que encontramos na
PREVI. Profissionais que alinham
a experiência com uma postura
extremamente transparente e compromissada
com a criação de valor para o conjunto de investidores,
sempre sintonizados com o “discurso”
apresentado no Código PREVI
de Melhores Práticas de Governança
Corporativa em seus quatro pilares:
direitos dos acionistas, ética empresarial,
tratamento equânime e transparência/divulgação/responsabilidade.
Longa vida para as boas práticas de
Governança Corporativa...
Longa vida para a PREVI...
Renato Chaves
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Principais atuações na diretoria
Brasil Telecom
Neste momento, após a retomada
do controle da companhia, está
ocorrendo a venda por conta da característica
do próprio investimento,
feito em um fundo com duração
pré-determinada. Hoje, encontra-se
numa fase de desinvestimento.
A PREVI foi firme como investidora
para tentar identificar situações de
conflito e trocar o gestor, com a adoção
de ferramentas da governança corporativa
para fundamentar essa posição.
Assumiu a vanguarda do processo
para recuperar a gestão desses ativos.
É importante frisar que a atuação
dos investidores, de forma organizada,
possibilitou a recuperação de
um ativo dado como perdido. Estava
claro que todos os movimentos do
gestor anterior não eram no sentido
de os investidores recuperarem seus
investimentos. Se não fosse feito nada,
os fundos seriam eternos investidores
sem poder de decisão.
Arcelor
Na verdade, no primeiro momento,
após ter incorporado a Arcelor, a Mittal
nem sequer aceitava a tese de que
deveria fazer uma oferta. A atuação
da Previ foi para defender contratos,
o estatuto da companhia, que
caracterizava a necessidade de oferta
aos acionistas mesmo na hipótese de
troca de controle no exterior.
Vencida essa etapa, discutiu-se a
metodologia para definição do valor,
pois do ponto de vista da previ a
metodologia usada não era a prevista no estatuto. Assim conseguimos sair
de uma posição de aproximadamente
R$ 30 por ação para R$ 53,89.
O mais importante, porém, foi deixar
para trás uma situação ruim, de
investidor minoritário de um grande
grupo internacional, que muitas vezes
prioriza outros ativos por conta
de uma estratégia global, da qual a
previ não participaria.
Neoenergia
Ocorreu um trabalho de recuperação,
com mudança de gestão, rediscussão
de acordo de acionistas, que levou
empresas que estavam numa situação
ruim, em relação aos resultados financeiros,
a um parâmetro confortável.
Hoje, ganhou fôlego para investir em
novos projetos de geração de energia.
Quando foi rediscutida a questão
societária, abriram-se as portas para
o crescimento, para efetivamente
agregar valor para os sócios.
Souza Cruz
Nesse caso, há pontos que não são
específicos de uma única empresa, mas
bandeiras defendidas, como a transformação
de conselhos fiscais em órgãos
permanentes e adoção de mecanismos
como os manuais para participação do
acionista em assembléias. Na Souza
Cruz, foi necessário recorrer ao órgão
regulador, a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), para que pontos da
legislação fossem esclarecidos, especificamente
no que diz respeito à instalação
e eleição nos conselhos fiscais. Foi
uma discussão travada durante anos, mas ao final houve pronunciamento
favorável à tese da PREVI.
Brasil Ferrovia
Existia uma situação complicada,
com risco de perda da concessão, mas
a reestruturação implementada pôs
uma pá de cal nessa questão. Hoje
a PREVI participa de uma empresa
sólida com comportamento na bolsa
de valores invejável. Saiu-se de uma
situação crítica, com risco de perder
completamente o dinheiro investido,
para outra em que se investe numa
empresa líder de mercado, a América
Latina Logística S/A (ALL).
Imóveis
Houve tentativas, com algum sucesso,
de implantar conceitos de governança
corporativa na área de imóveis,
como, por exemplo, a criação de
comitês de assessoramento para investidores.
Isso começa a trazer algumas
mudanças nesse segmento, que não
tem legislação tão aperfeiçoada como
o mercado de capitais. Transportar
essas boas práticas é uma questão da
responsabilidade social, por incentivar
uma maior transparência nas relações
comerciais, com reflexos positivos
para os investidores.
Global Compact
Esforços ocorreram para que as
empresas adotassem efetivamente
um conjunto de medidas de responsabilidade
ambiental e social
sugeridas pela ONU, inclusive para
seus fornecedores.
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