|nº 132| Mai 08

EDITORIAL
Grau de investimento. E daí?

O Brasil, durante muito tempo, foi considerado o país do futuro. Mas os brasileiros, prisioneiros das mazelas do presente, até começaram a perder a esperança de que este futuro um dia pudesse chegar mesmo. Mas parece que a coisa está mudando.

De uns anos para cá, o Brasil vem acumulando uma série de boas notícias. Isso não quer dizer que a realidade de todos transformou-se de uma vez, mas é inegável que há um avanço generalizado, com impacto real na vida de milhões de pessoas. Somam 20 milhões, por exemplo, as pessoas que saíram das classes D e E em direção à classe C. Isso não é pouca coisa.

A notícia mais recente foi o tal “grau de investimento”, que vem a ser a classificação de risco atribuída por agências especializadas aos países em todo o mundo. Alcançar esse grau significa que a Agência de Risco (no caso a Standard & Poors) acredita que o país tem boas condições de solvência e de honrar seus compromissos internacionais. Parece pouco, mas esta nota abre as portas do país para o investimento de muitos fundos e instituições que não aceitam ou não podem investir em países de maior risco.

Para a PREVI, por exemplo, esta notícia tem importância sim. A percepção positiva dos investidores internacionais se reflete na melhor valorização dos ativos brasileiros (ações, imóveis etc.). Logo após o anúncio do “grau de investimento”, as ações tiveram importante movimento de alta.

Mais importante que os efeitos de curto prazo são as conseqüências para o futuro. O Brasil torna-se um país com maior potencial de investimento, o que redunda em mais empregos, mais produção e mais riqueza. E tudo que a PREVI precisa é de horizontes de longo prazo.

Por isso, sem medo de estarmos comemorando apenas um carimbo dado pelos “gringos”, sem receio de estarmos apenas reproduzindo modismos, o que temos para comemorar são as conquistas acumuladas da nossa economia que, aos poucos e cada vez mais, vão se refletindo em conquistas para as pessoas.

Um abraço.

Sérgio Rosa