Decisões Marcantes
O diretor de Investimentos, José Reinaldo de Magalhães, destaca os desafios dos três
anos de gestão, em que foi possível superar as metas atuariais e melhorar benefícios
Hoje, na reta final de
meu mandato, que
se encerra em 30 de
maio, posso constatar
com enorme satisfação
que foi um grande privilégio estar à frente da Diretoria de Investimentos
e poder compartilhar a gestão da
PREVI com os demais colegas da Diretoria
Executiva, em um momento
tão especial de sua história.
Quando assumi o cargo, no início de
2006, a PREVI possuía um patrimônio
da ordem de R$ 83 bilhões. Eu já tinha
a plena consciência da dimensão de
minha responsabilidade, até porque
conhecia bem a instituição, onde havia
atuado anteriormente, na condição de
gerente da Diretoria de Planejamento,
nas áreas de programação orçamentária
e gestão integrada de riscos. A
oportunidade de retornar, após um
período dedicado à área internacional
do Banco do Brasil, como gestor
das unidades de Chicago e de Nova
Iorque, revelava-se um desafio ímpar
em minha vida profissional.
Durante o meu mandato, pude
contar com condições extremamente
favoráveis ao desenvolvimento da
minha missão. A evolução positiva
do ambiente macroeconômico no
Brasil, aliada a um cenário externo favorável, permitiu convergirmos
para resultados excepcionais.
Gestão dos Planos
Desde 2003, nossos investimentos
acumulam rentabilidade muito acima da meta atuarial,
gerando sucessivos
superávits para o
Plano 1. A consistência
do superávit acumulado
viabilizou a
implementação de
decisões marcantes nesse período, voltadas
para a melhoria
de benefícios diretos
e indiretos para
os associados, tais
como a suspensão
das contribuições e
a redução de juros de
empréstimos simples
e financiamentos
imobiliários.
No âmbito interno
da Diretoria de Investimentos,
empreendemos
um grande
esforço para cumprir
o Plano de Enquadramento da Renda
Variável do Plano 1, cuja alocação
deverá ser reduzida para 50% até
2012. Esse trabalho vem sendo realizado
com toda a cautela, seriedade
e dedicação das equipes envolvidas,
buscando-se aproveitar as melhores
oportunidades de venda de ativos
previamente selecionados.
Na gestão do PREVI Futuro, podemos
destacar o início da alocação em
renda variável, ocorrido em 2007. Em
função do aumento do limite de 10%
para 30%, aprovado em novembro de
2007, foi possível elevar a alocação de renda variável para 29% já no final de
abril, com um volume financeiro de
R$ 279 milhões.
Gostaria de ressaltar a qualidade
técnica e o empenho dos profissionais
que estiveram ao meu lado. Destaco a
convivência respeitosa e profissional
com os nossos Conselhos Deliberativo
e Fiscal. Também não poderia
deixar de destacar o profissionalismo
e o respeito, que constituem a marca
do convívio com todos os integrantes
da PREVI, de todos os níveis hierárquicos,
durante este período.
José Reinaldo
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Destaque para a rentabilidade
Renda variável
Em 2007, a renda variável teve
rentabilidade de 50,94% e foi um
dos principais fatores para a elevação
do patrimônio para quase R$ 138
bilhões, o que levou a PREVI a ser
um dos 50 maiores fundos de pensão
do mundo. No ano passado, com os
superávits acumulados, foi possível
reverter parte para a melhora de benefícios
para os associados.
No início de 2008, com a crise
norte-americana, houve volatilidade
muito grande no comportamento
da bolsa, influenciando no valor da
carteira. O que é natural, já que a alocação
em renda variável é de risco.
Mas ao final do mês de abril, com
a classificação de Investment Grade alcançada pelo Brasil, houve espetacular
recuperação da Bolsa, que superou
os níveis do início do ano. Apesar
da crise nos Estados Unidos, a gente
acredita que empresas brasileiras têm
bons fundamentos para garantir ainda
um espaço de valorização. O risco é
mitigado pela própria qualidade dos
ativos que estão na carteira, que são as
melhores empresas do país, com investment
grade, nível de risco baixo.
Plano 1
A principal característica
foi iniciar o processo de venda com a finalidade
de ajustar o nível de exposição,
que estava em torno 65%, para cumprir
plano de enquadramento, cuja metaé chegar a 50% em 2012. O esforço
vem sendo feito principalmente para
atender a esse enquadramento, mas também para prover as necessidades de
caixa da PREVI. Existe uma estratégia
de caixa mínimo para que PREVI não
dependa exclusivamente de venda de
ações para honrar seus compromissos,
o que dá certo conforto. Em períodos
de baixa, a PREVI interrompe imediatamente
a venda, tudo é feito com muito
critério, muita cautela, aproveitando
os melhores momentos.
PREVI Futuro –
Foi um dos destaques
desta gestão, quando começou
o investimento em renda variável,
demanda antiga dos associados. Num
primeiro momento, a Política de Investimentos
determinou um nível de
10% do patrimônio, mantivemos em
torno de 9%, 9,5%.
Para 2008, a meta passou para até
30%. O que foi praticamente cumprido,
pois hoje estamos com 29%. Foi
um momento oportuno, compramos
numa situação muito boa. Até 30 de
abril, o ganho acumulado na carteiraé de 5,5%, quando o IBrX-50 ficou em
4,2% (que mede o retorno de 50 ações
selecionadas entre as mais negociadas
na Bovespa). E existe uma perspectiva
de retorno consistente e crescente,
lembrando que a alocação em renda
variável é uma aposta de longo prazo.
Renda fixa
A estratégia foi de alongamento do
prazo médio, deslocando o indexador
da taxa Selic (taxa básica de juro) paraíndices de preços, indexados principalmente
pela NTN-B (que acompanha o IPCA, índice de inflação) porque oíndice de preços reflete mais a correção
do passivo da PREVI. Aproveitamos a
oportunidade de carregar títulos por
prazos mais longos, com rentabilidade
bastante atraente.
Imóveis
Grande destaque na carteira é a rentabilidade
dos shoppings. Aumentou a
demanda e o consumo e todos os shoppings
estão com projetos de expansão,
dos quais PREVI pretende participar.
A gestão da carteira também decidiu
desfazer-se de uma série de imóveis,
preservando os de melhor rentabilidade,
padrão construtivo, localização
etc. Grande esforço foi também buscar
solução de três grandes ativos que vêm
impactando negativamente a carteira,
como Sauípe, Hotel Tangará (SP) e
Hospital Humberto Primo.
Investimentos de Risco
Desde 2006, foi retomada a aplicação
em fundos de Private Equity e
Venture Capital, aproveitando que esse
tipo de investimento está em fase de
crescimento no Brasil. A PREVI vem
aproveitando as melhores oportunidades.
Ao todo foram apresentados para
análise 61 fundos, de 39 gestores. Desse
conjunto, nove foram pré-selecionados,
seis de private e três de venture.
Dos nove, seis já obtiveram aprovação
final, com alocação de R$ 287 milhões
pela PREVI. Esses fundos têm altíssimo
retorno, com prazo de maturação
mais longo, de 8 a 10 anos.
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