|nº 132| Mai 08

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Decisões Marcantes

O diretor de Investimentos, José Reinaldo de Magalhães, destaca os desafios dos três anos de gestão, em que foi possível superar as metas atuariais e melhorar benefícios

Hoje, na reta final de meu mandato, que se encerra em 30 de maio, posso constatar com enorme satisfação que foi um grande privilégio estar à frente da Diretoria de Investimentos e poder compartilhar a gestão da PREVI com os demais colegas da Diretoria Executiva, em um momento tão especial de sua história.
Quando assumi o cargo, no início de 2006, a PREVI possuía um patrimônio da ordem de R$ 83 bilhões. Eu já tinha a plena consciência da dimensão de minha responsabilidade, até porque conhecia bem a instituição, onde havia atuado anteriormente, na condição de gerente da Diretoria de Planejamento, nas áreas de programação orçamentária e gestão integrada de riscos. A oportunidade de retornar, após um período dedicado à área internacional do Banco do Brasil, como gestor das unidades de Chicago e de Nova Iorque, revelava-se um desafio ímpar em minha vida profissional.
Durante o meu mandato, pude contar com condições extremamente favoráveis ao desenvolvimento da minha missão. A evolução positiva do ambiente macroeconômico no Brasil, aliada a um cenário externo favorável, permitiu convergirmos para resultados excepcionais.

Gestão dos Planos
Desde 2003, nossos investimentos acumulam rentabilidade muito acima da meta atuarial, gerando sucessivos superávits para o Plano 1. A consistência do superávit acumulado viabilizou a implementação de decisões marcantes nesse período, voltadas para a melhoria de benefícios diretos e indiretos para os associados, tais como a suspensão das contribuições e a redução de juros de empréstimos simples e financiamentos imobiliários.
No âmbito interno da Diretoria de Investimentos, empreendemos um grande esforço para cumprir o Plano de Enquadramento da Renda Variável do Plano 1, cuja alocação deverá ser reduzida para 50% até 2012. Esse trabalho vem sendo realizado com toda a cautela, seriedade e dedicação das equipes envolvidas, buscando-se aproveitar as melhores oportunidades de venda de ativos previamente selecionados.
Na gestão do PREVI Futuro, podemos destacar o início da alocação em renda variável, ocorrido em 2007. Em função do aumento do limite de 10% para 30%, aprovado em novembro de 2007, foi possível elevar a alocação de renda variável para 29% já no final de abril, com um volume financeiro de R$ 279 milhões.
Gostaria de ressaltar a qualidade técnica e o empenho dos profissionais que estiveram ao meu lado. Destaco a convivência respeitosa e profissional com os nossos Conselhos Deliberativo e Fiscal. Também não poderia deixar de destacar o profissionalismo e o respeito, que constituem a marca do convívio com todos os integrantes da PREVI, de todos os níveis hierárquicos, durante este período.

José Reinaldo

Destaque para a rentabilidade

Renda variável
Em 2007, a renda variável teve rentabilidade de 50,94% e foi um dos principais fatores para a elevação
do patrimônio para quase R$ 138 bilhões, o que levou a PREVI a ser um dos 50 maiores fundos de pensão do mundo. No ano passado, com os superávits acumulados, foi possível reverter parte para a melhora de benefícios para os associados.
No início de 2008, com a crise norte-americana, houve volatilidade muito grande no comportamento da bolsa, influenciando no valor da carteira. O que é natural, já que a alocação em renda variável é de risco.
Mas ao final do mês de abril, com a classificação de Investment Grade alcançada pelo Brasil, houve espetacular recuperação da Bolsa, que superou os níveis do início do ano. Apesar da crise nos Estados Unidos, a gente acredita que empresas brasileiras têm bons fundamentos para garantir ainda um espaço de valorização. O risco é mitigado pela própria qualidade dos ativos que estão na carteira, que são as melhores empresas do país, com investment grade, nível de risco baixo.

Plano 1
A principal característica foi iniciar o processo de venda com a finalidade de ajustar o nível de exposição, que estava em torno 65%, para cumprir plano de enquadramento, cuja metaé chegar a 50% em 2012. O esforço vem sendo feito principalmente para atender a esse enquadramento, mas também para prover as necessidades de caixa da PREVI. Existe uma estratégia de caixa mínimo para que PREVI não dependa exclusivamente de venda de ações para honrar seus compromissos, o que dá certo conforto. Em períodos de baixa, a PREVI interrompe imediatamente a venda, tudo é feito com muito critério, muita cautela, aproveitando os melhores momentos.

PREVI Futuro –
Foi um dos destaques desta gestão, quando começou o investimento em renda variável, demanda antiga dos associados. Num primeiro momento, a Política de Investimentos determinou um nível de 10% do patrimônio, mantivemos em torno de 9%, 9,5%.
Para 2008, a meta passou para até 30%. O que foi praticamente cumprido, pois hoje estamos com 29%. Foi um momento oportuno, compramos numa situação muito boa. Até 30 de abril, o ganho acumulado na carteiraé de 5,5%, quando o IBrX-50 ficou em 4,2% (que mede o retorno de 50 ações
selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa)
. E existe uma perspectiva de retorno consistente e crescente, lembrando que a alocação em renda variável é uma aposta de longo prazo.

Renda fixa
A estratégia foi de alongamento do prazo médio, deslocando o indexador da taxa Selic (taxa básica de juro) paraíndices de preços, indexados principalmente pela NTN-B (que acompanha o IPCA, índice de inflação) porque oíndice de preços reflete mais a correção do passivo da PREVI. Aproveitamos a oportunidade de carregar títulos por prazos mais longos, com rentabilidade bastante atraente.

Imóveis
Grande destaque na carteira é a rentabilidade dos shoppings. Aumentou a demanda e o consumo e todos os shoppings estão com projetos de expansão, dos quais PREVI pretende participar.
A gestão da carteira também decidiu desfazer-se de uma série de imóveis, preservando os de melhor rentabilidade, padrão construtivo, localização etc. Grande esforço foi também buscar solução de três grandes ativos que vêm impactando negativamente a carteira, como Sauípe, Hotel Tangará (SP) e Hospital Humberto Primo.

Investimentos de Risco
Desde 2006, foi retomada a aplicação em fundos de Private Equity e Venture Capital, aproveitando que esse tipo de investimento está em fase de crescimento no Brasil. A PREVI vem aproveitando as melhores oportunidades. Ao todo foram apresentados para análise 61 fundos, de 39 gestores. Desse
conjunto, nove foram pré-selecionados, seis de private e três de venture. Dos nove, seis já obtiveram aprovação final, com alocação de R$ 287 milhões pela PREVI. Esses fundos têm altíssimo retorno, com prazo de maturação mais longo, de 8 a 10 anos.