Inovação Premiada
Empresas em que a PREVI tem participação adotam sugestões de funcionários para reduzir custos e melhorar a produção
Grandes empresas reconhecem que idéias inovadoras podem contribuir para seus resultados. E esses efeitos vão desde a redução dos custos até a obtenção de maiores lucros, passando pela diminuição do impacto da produção no meio ambiente. Algumas companhias sabem que muitas dessas idéias podem estar dentro de casa. Os colaboradores estão envolvidos no processo produtivo, conhecem a empresa e são reconhecidos como empreendedores em potencial.
Por acreditar na capacidade inovadora de sua equipe, a América Latina Logística (ALL) criou em 2000 o programa Idéias e Ações. “Nosso objetivo é estimular o comportamento inovador dos colaboradores. A companhia percebeu que idéias simples poderiam reduzir custos, melhorar a receita e o processo produtivo. Eles inscrevem suas iniciativas por formulário na Gerência de Qualidade, que avalia a aplicabilidade, a originalidade, a abrangência e o retorno para a ALL”, explica Paula Anderson, responsável pelo Programa e analista da Gerência de Gente e Qualidade da empresa.
Para incentivar o surgimento permanente de idéias, a ALL, que possui 70 unidades no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, premia as melhores iniciativas. “Recebemos de dez a quinze idéias por trimestre. Dessas, quatro são escolhidas para serem apresentadas a cada reunião trimestral com a diretoria, os investidores e os colaboradores. No fim do ano, as primeiras colocadas recebem prêmios que variam de acordo com o impacto da idéia. Em 2005 e 2006, os primeiros colocados receberam um carro”, afirma. Para o acionista, inovações nas empresas são bem-vindas. Muitas representam duplo ganho: corte nos custos e preservação do meio ambiente. A PREVI tem investimentos da ordem de R$ 725 milhões na ALL.
Adir José Benato e Miguel Catarenczuk, das unidades de suprimentos e via permanente, respectivamente, foram os contemplados com o primeiro lugar em 2006. Em abril deste ano, eles ganharam um carro Celta zero quilômetro. Os dois colaboradores deram a idéia de a ALL produzir seu próprio dormente – pedaços de madeira colocados ao longo da estrada de ferro para assentar os trilhos. “Eles sugeriram que a companhia comprasse florestas de eucalipto e produzisse o dormente usado na malha com madeira de reflorestamento”, informa Paula. Essa mudança vai gerar economia da ordem de R$ 7 milhões, uma vez que 1,3 milhão de dormentes não precisará ser comprado em cinco anos.
Coelba e as inovações contra fraudes
Na Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), os colaboradores são vistos como agentes solucionadores de problemas e responsáveis por melhorias na produção. Marcos Almeida, gerente do Departamento de Inspeção de Clientes, conta que novas idéias são apresentadas freqüentemente. “A Coelba oferece condições favoráveis para os colaboradores apresentarem suas sugestões porque eles estão envolvidos diariamente com a produção”, diz.
Uma das inovações é a blindagem do barramento, sistema composto de barras de cobre que, num edifício, faz a distribuição de energia para cada apartamento e interliga a rede à medição do cliente. “O barramento costuma ficar na área coletiva do prédio, mas notávamos muitos desvios nesse ponto. José Jorge Portela, do Departamento de Inspeção de Clientes, pensou em como bloquear essa fraude e criou um sistema de blindagem que impede a violação”, conta. A proposta emplacou em todas as empresas do Grupo Neoenergia.
Outra inovação é resultado da criatividade coletiva do próprio Portela, de Luiz Carlos Santos, do Departamento Comercial, e de um funcionário de uma prestadora de serviços da Coelba. Há cerca de um ano e oito meses, a companhia implementou a sugestão dos três: a caixa forte. “Os colaboradores criaram uma tampa inviolável que impossibilita o contato com o mecanismo de medição do consumo. Eles transformaram o medidor numa caixa blindada e ajudaram a reduzir as perdas de energia e a inadimplência, além de diminuir os custos operacionais. Esse mecanismo foi patenteado pelo Grupo Neonergia, no qual a PREVI tem investimentos de aproximadamente R$ 4 bilhões. O Grupo é formado pelas distribuidoras Coelba (BA), Celpe (PE) e Cosern (RN), além de geradoras e transmissoras de energia.
Idéias externas à empresa
Algumas companhias também estão atentas às inovações que vêm de fora de seus muros ou além das fronteiras do próprio País. Esse é o caso da CPFL Energia que, no início de 2007, importou da Suíça um carro movido a energia elétrica. Para diminuir o gasto com combustível, investir no seu negócio e conter a emissão de poluentes pelos veículos de sua frota, a empresa decidiu aderir a essa novidade.
Paulo Cezar Tavares, vice-presidente de gestão de energia da CPFL, conta que a empresa possui uma frota com 1.425 veículos, dos quais 389 são carros de passeio. “Percorremos em torno de 9,5 mil quilômetros por mês utilizando 4 mil litros de combustíveis mensalmente, que custam aproximadamente R$ 180 mil à CPFL. O carro elétrico é um veículo de baixo custo e impacto. Durante sua vida útil, não gera poluição. Com uma bateria carregada por quatro a oito horas, é possível andar 120 quilômetros. Baseado nas tarifas atuais de energia, o custo de locomoção de um carro elétrico é 70% menor que o de um veículo a combustível”, contabiliza. Até o fim do primeiro trimestre de 2008, três novos automóveis desse tipo serão incluídos na frota da companhia, na qual a PREVI também tem cerca de R$ 4 bilhões investidos.
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