PREVI participa de iniciativa global da ONU |
Investidores que administram mais de US$ 4 trilhões somam esforços para considerar as práticas de responsabilidade socioambiental em suas decisões |
Desafio
A grande questão colocada sobre a mesa é “empresas com melhores práticas de responsabilidade socioambiental e de boa governança corporativa são mais seguras para o investidor de longo prazo?”
Para 20 grandes investidores globais (fundos de pensão de diferentes países), que juntos administram mais de US$ 4 trilhões de recursos, a resposta é “sim”. Todos acreditam que empresas que tenham boas práticas de respeito ao meio ambiente, que mantenham um elevado padrão de responsabilidade social e que assegurem transparência em seus negócios são empresas mais seguras, e que ao longo do tempo geram mais valor para seus acionistas e colaboradores. Ou seja, são empresas mais “sustentáveis”. |
Apresentação do PRI em Nova Iorque |
Se este pensamento é verdadeiro, como então considerar estas questões na hora da tomada de decisão sobre investimentos? Hoje em dia, os gestores dos fundos de pensão estão o tempo todo correndo atrás de investimentos de baixo risco e boa rentabilidade. Eles sofrem a cobrança dos associados e têm que demonstrar que tomaram as melhores decisões. E o “mercado” ainda não estabeleceu fórmulas, índices e metodologias claras para “precificar” (ou seja, atribuir um valor) às questões que dizem respeito ao meio ambiente, responsabilidade social e respeito aos acionistas e demais colaboradores da empresa.
Será possível transformar as questões relativas à responsabilidade socioambiental e corporativa em indicadores tão claros quanto indicadores do tipo: “risco-país”, fluxo de caixa, relação dívida/ebtida, lucro, rentabilidade sobre o patrimônio etc?
Estas questões foram apresentadas, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), a um grupo de 20 investidores selecionados entre os principais do mundo todo, e entre eles a PREVI. Estes investidores trabalharam durante o ano de 2005 para produzir um primeiro documento sobre o assunto, traduzindo um conjunto de diretrizes e compromissos que objetivam aprofundar e desenvolver a sua capacidade de lidar com estes problemas e tratá-los de forma efetiva e objetiva.
PREVI é a primeira signatária da América Latina
Foi criado assim o programa patrocinado pela ONU chamado de “Princípios para o Investimento Responsável (ou PRI – Principles for Responsible Investment ). Este programa será desenvolvido pelos próprios investidores envolvidos (cuja adesão é totalmente voluntária) e sob a coordenação da UNEP-FI (ou IF-PNUMA na sigla em português – Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
O Programa foi lançado primeiramente na Bolsa de Valores de Nova Iorque, no dia 27 de abril, com a presença do Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, quando os primeiros investidores assinaram o documento de adesão ao PRI. Depois, foi lançado em Paris no dia 2 de maio e finalmente no Brasil, em 10 de maio.
O diretor de Investimentos, José Reinaldo Magalhães, vai representar a PREVI no grupo de investidores que formará um conselho de gestão do PRI. Para ele, será uma grande oportunidade de colocar em prática aquilo que todos desejam, que é combinar o investimento seguro e rentável com o respeito ao meio ambiente e uma visão da empresa quanto a todos os impactos que seus negócios provocam. A possibilidade de levar esta discussão adiante com fundos de pensão do mundo todo torna a missão possível, pois vão se juntar diferentes experiências e um grande poder de fogo no cenário de investimentos. |
Os compromissos
foram formalizados
em documento
lançado em
Nova Iorque,
Paris e no Brasil |
Para o presidente da PREVI, Sérgio Rosa, que esteve em Nova Iorque para assinar o documento de adesão ao PRI, esta discussão tem tudo a ver com a própria missão da PREVI, que é olhar para o longo prazo, procurando alternativas sustentáveis e seguras de investimento. Ao se pronunciar no lançamento do PRI no Brasil, juntamente com a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Rosa recorreu a uma imagem para identificar o compromisso da PREVI: “Não adianta pagar a aposentadoria dos nossos associados hoje às custas da qualidade de vida do seu filho ou neto no futuro”. |
DEFESA DO SOCIAL, DO MEIO AMBIENTE E DA GOVERNANÇA |
Princípios a serem observados:
1 - Incluir temas como meio ambiente, desenvolvimento social e governança corporativa (ESG – Environmental, Social and Corporate Governance) nas análises de investimento e nos processos de tomada de decisão.
Recomendações:
- enfatizar as questões de ESG nas políticas de investimentos;
- apoiar o desenvolvimento de ferramentas, métricas e métodos de análises relacionados aos fatores de ESG;
- avaliar as capacidades dos gestores de investimentos internos de incorporar os fatores de ESG;
- avaliar as capacidades dos gestores de investimentos externos de incorporar os fatores de ESG;
- solicitar aos provedores de serviços em investimentos (como analistas financeiros, consultores, corretores, firmas de pesquisa ou agências de avaliação) que integrem os fatores de ESG em suas pesquisas e análises;
- motivar pesquisas acadêmicas entre outras sobre o assunto; e
- promover o treinamento em ESG para profissionais da área de investimentos.
2 - Sermos proprietários ativos e incorporar os temas de ESG nas políticas e práticas de detenção de ativos.
Acões possíveis:
- desenvolver e divulgar uma política de acompanhamento de participação ativa de acordo com os Princípios;
- exercitar os direitos de voto ou supervisionar a conformidade com a política de voto (no caso de terceirização);
- desenvolver capacidade de engajamento (por meios diretos ou por terceirização);
- participar do desenvolvimento de políticas, regulamentação e estabelecimento de padrões (tais como a promoção e proteção dos direitos dos acionistas);
- registrar as resoluções dos acionistas consistentes com a visão de longo prazo dos fatores de ESG;
- atuar com as empresas no engajamento sobre as questões de ESG;
- participar de iniciativas de engajamento cola-borativo; e
- solicitar aos gestores de investimentos que comprometam-se e relatem sobre o compromisso relacionado à ESG.
3 – Buscar a transparência adequada nas empresas em que investimos quanto às questões de ESG.
Acões possíveis:
- solicitar relatórios padronizados sobre as questões de ESG (usando ferramentas como Relatórios de Responsabilidade Sócio Ambiental, entre eles o Global Reporting Iniciative- GRI);
- solicitar que as questões relacionadas à ESG sejam integradas dentro dos relatórios financeiros anuais;
- solicitar informações a empresas no que se refere a adoção ou aderência às normas relevantes, padrões, códigos de condutas ou iniciativas internacionais (tal como o Pacto Global das Nações Unidas); e
- apoiar as iniciativas e resoluções dos acionistas que promovem a divulgação de ESG.
4 – Promover a aceitação e a implementação dos princípios no conjunto de investidores institucionais.
Acões possíveis:
- incluir requisitos relacionados aos Princípios nas solicitações de propostas (RFPs – Requests for Proposals);
- alinhar mandatos de investimentos, procedimentos de monitoramento, indicadores de desempenho e estruturas de remuneração de forma adequada (por exemplo, garantir que processos de gestão de investimentos considerem horizontes de longo prazo quando apropriado);
- comunicar as expectativas com relação aos fatores de ESG para prestadores de serviços de investimentos;
- rever as relações com os prestadores de serviços que não cumpram as expectativas de fatores de ESG;
- apoiar o desenvolvimento de ferramentas para avaliação da integração à ESG; e
- apoiar o desenvolvimento de regulações ou de políticas que permitam a implementação dos Princípios.
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Conheça os fundos que participaram do lançamento do PRI |
Instituição |
País |
ABP |
Holanda |
AP2 |
Suécia |
Bedrijfstakpensioenfonds Metalektro (PME) |
Holanda |
BT Pension Scheme |
Reino Unido |
Caisse de dépôt et placement du Québec |
Canadá |
Caisse des dépôts et consignations (CDC) |
França |
CalPERS |
EUA |
Canada Pension Plan Investment Board |
Canadá |
Catholic Superannuation Fund |
Austrália |
Christian Super |
Austrália |
CIA (Caisse de Prévoyance du Canton de Genève) |
Suíça |
Comité syndical national de retraite Bâtirente |
Canadá |
Connecticut Retirement Plans and Trust Funds (CRPTF) |
EUA |
Etablissement du Régime Additionnel de la Fonction Publique |
França |
Folksam |
Suécia |
Fonds de réserve pour les retraites (FRR) |
França |
General Board of Pension and Health Benefits of the United Methodist Church |
EUA |
Government Employees Pension Fund |
África do Sul |
Government Pension Fund |
Tailândia |
Kikkoman Corporation Pension Scheme |
Japão |
Lifeyrissjodur Verzlunarmanna (Pension Fund of Commerce) |
Islândia |
Mennonite Mutual Aid (MMA) |
EUA |
Munich Reinsurance Company |
Alemanha |
Nathan Cummings Foundation |
EUA |
National Pensions Reserve Fund of Ireland |
Irlanda |
New York City Employees Retirement System (NYCERS) |
EUA |
New York State and Local Retirement System |
EUA |
New Zealand Superannuation Fund |
Nova Zelândia |
Norwegian Government Pension Fund |
Noruega |
PGGM |
Holanda |
PREVI |
Brasil |
Storebrand |
Noruega |
Teachers' Retirement System of the City of New York |
EUA |
United Nations Joint Staff Pension Fund (UNJSPF) |
International |
Universities Superannuation Scheme (USS) |
Reino Unido |
VicSuper |
Austrália |
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5 – Trabalhar juntos para reforçar nossa eficiência na implantação dos Princípios.
Acões possíveis:
- apoiar/ participar de rede de relacionamento e informação para compartilhar ferramentas e recursos e fazer uso de relatórios de investidores como fonte de aprendizagem;
- endereçar coletivamente assuntos emergentes relevantes; e
- desenvolver ou apoiar iniciativas de colaboração consideradas adequadas.
6 – Divulgar nossas atividades e progressos em relação à implementação dos Princípios.
Acões possíveis:
- divulgar como os fatores de ESG estão integrados com as práticas de investimentos;
- divulgar atividades de acompanhamento das empresas (votação, engajamento, políticas de diálogo);
- divulgar o que é solicitado aos prestadores de serviços em relação aos Princípios;
- comunicar aos beneficiários sobre as questões da ESG e os Princípios;
- relatar sobre o progresso e/ou realizações relacionadas aos Princípios usando uma abordagem Comply or Explain *
- buscar determinar o impacto dos Princípios; e
- fazer uso dos relatórios para estimular a consciência de um grupo mais amplo de atores-partes interessadas.
(*) A abordagem Comply or Explain requer que os signatários relatem como os princípios estão sendo executados ou forneçam uma explicação sobre os itens que eles não estão de acordo. |
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