Política de Investimentos e o Plano de Enquadramento das Aplicações prevêem a redução gradual das participações da PREVI em empresas. O trabalho está sendo executado de modo que a PREVI possa realizar bons negócios. Dentro desse espírito, no começo de outubro, a PREVI, assim como a Petros, venderam para o Grupo Arcelor as ações ordinárias (com direito a voto) que detinham na siderúrgica mineira Acesita.
Essa operação é um bom exemplo de como os negócios vêm sendo conduzidos para proporcionar o máximo em termos de rentabilidade e segurança. Ao firmar Contrato de Opção de Compra e Venda com o grupo francês, a PREVI estabeleceu pré-condições, como a exigência de que as ações da Acesita fossem avaliadas, no momento do exercício da opção, por duas instituições financeiras colocadas entre as dez primeiras no ranking internacional de bancos especializados em fusões e aquisições.
No final de setembro, a Arcelor ofereceu R$ 42,28 por ação ordinária detida pela PREVI e pela Petros, valor da média das avaliações dos bancos Credit Suisse First Boston e Morgan Stanley. Em meio ao prazo de cinco dias que tinham para responder, outro investidor mostrou-se interessado nas ações e propôs comprá-las por R$ 45,00 a unidade. Para atender disposição contratual que determinava que qualquer negociação com terceiros estava sujeita à prévia concordância da Arcelor, os fundos submeteram a esta a nova proposta. A Arcelor então cobriu a oferta de R$ 45,00. Nesse momento, os fundos negociaram, adicionalmente, cláusula de proteção que lhes assegurava o direito de receber diferença que porventura resultasse de negociação posterior realizada pela Arcelor com terceiros no prazo de seis meses após a transação.
O valor da venda representou adicional de 39,1% sobre a média da cotação dos noventa pregões anteriores ao exercício da opção. A PREVI arrecadou com a operação R$ 212,2 milhões. A PREVI mantém ainda em sua carteira ações preferenciais da Acesita.
Por que a PREVI vendeu agora
A venda das ações ordinárias da Acesita ocorreu após um período em que a valorização daqueles papéis foi superior a 500%. A Acesita havia enfrentado três sucessivas crises financeiras, em 1998, 1999 e 2002. O mercado somente passou a valorizar adequadamente as ações da companhia após a reestruturação ocorrida ao final de 2002, da qual a PREVI participou ativamente. E por que a PREVI decidiu vender agora?
O fechamento da operação de venda da Acesita encerrou um trabalho que teve início em 2003, quando a PREVI negociou o Contrato de Opção. Naquela oportunidade, o Grupo Arcelor já delineava a estratégia de consolidação de seus investimentos em siderurgia no Brasil, que incluíam as participações na Acesita, na Belgo Mineira, na Cia Siderúrgica de Tubarão (CST) e na Vega do Sul. Era possível antever que ao reunir todas essas participações em uma holding, a Arcelor iria concentrar e aumentar seu poder ao passo que os demais acionistas veriam suas participações serem diluídas. Como o acordo de acionistas da Acesita acabaria em 2005, a PREVI avaliou que o exercício compartilhado do controle da companhia seria comprometido visto que sua participação sofreria diluição, com diminuição da capacidade de influência sobre as decisões estratégicas da empresa.
Todo esse cenário se confirmou. De fato, em 28/7/05, a Arcelor iniciou o processo de consolidação de seus negócios no Brasil, com o anúncio da criação da Arcelor Brasil.
Como previsto, ainda à época da negociação do contrato de opção, a participação da PREVI não superaria 5% do capital total da Arcelor Brasil, mesmo considerando eventual aporte da atual posição acionária na Belgo Mineira e das ações preferenciais remanescentes da Acesita. |
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