Edição 170 Março/2013

recursos do plano

Missão cumprida

Plano 1 bate meta atuarial com 12,62% de rentabilidade, apesar da instabilidade econômica mundial

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Os mais de 118 mil participantes do Plano 1 podem comemorar os resultados da carteira de investimentos em 2012. Com rendimento total de 12,62%, ela bateu a meta atuarial (INPC + 5%), que significa a rentabilidade mínima projetada para que os recursos investidos garantam o pagamento dos compromissos futuros do Plano. O cenário de queda de taxa de juros e valorização dos títulos de prazos mais longos gerou ótima rentabilidade em nossa carteira.

“A PREVI se preparou. Espelhamos essa nova realidade em nosso planejamento estratégico, em nossas Políticas de Investimento, e tivemos que olhar para a frente com base em uma realidade que nunca tínhamos vivido antes”, afirma o presidente Dan Conrado.

Na prática, isso significou diversificar ainda mais a carteira de investimentos para compensar qualquer efeito negativo e superar a meta do ano, com destaque para o setor de imóveis, que obteve grande retorno (veja quadro ao final da página). Os imóveis representaram 5,2% do patrimônio total do Plano 1 em 2012, o que correspondia a R$ 8,6 bilhões investidos.

Parte desse sucesso se deve a uma renovação na carteira imobiliária, com a aquisição de participações em edifícios corporativos de alto padrão, com certificação ambiental, e a redução dos investimentos em imóveis mais antigos. Além disso, o mercado de shopping centers continuou em foco, tanto nas expansões quanto nos novos empreendimentos, assim como os grandes condomínios logísticos. Com isso, foram aplicados R$ 2 bilhões a mais no segmento. Um exemplo é a Torre Matarazzo, prédio comercial em construção na Avenida Paulista, em São Paulo, do qual a PREVI comprou 91% por R$ 345 milhões.

Outras aquisições importantes foram a do shopping center e de uma das torres corporativas do Condomínio Parque da Cidade, a serem construídos na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O negócio foi fechado por R$ 817 milhões, com uma participação de 90% do Plano 1, e um total de 10% de recursos do PREVI Futuro. Além disso, seguindo uma estratégia de diversificação geográfica, a PREVI apostou na compra de 34,28% do Shopping Iguatemi Esplanada, projeto localizado no interior de São Paulo, entre os municípios de Sorocaba e Votorantim. Foram desembolsados R$ 28 milhões em 2012 e o restante será pago até a conclusão das obras.

O desempenho da renda variável

A queda de juros também obriga a PREVI a assumir mais riscos em busca de maior retorno para os participantes. Nesse sentido, os investimentos em ações são estratégicos. Depois de uma rentabilidade negativa em 2011, a carteira própria de ações do Plano 1 rendeu mais de 17% no ano passado. Visto assim, parece até que foi fácil obter esse resultado, mas as coisas não foram tão simples.

“Achávamos que a Bolsa teria uma elevação muito maior do que de fato ocorreu porque já se vislumbrava a queda de juros, e historicamente havia uma relação entre queda de juros e crescimento de Bolsa”, diz Renê Sanda, diretor de Investimentos. Apesar disso, não houve o crescimento previsto, o que levou a PREVI a mudar sua tática no meio do ano e não vender tantas ações quanto estava planejado. “Como o preço delas na Bolsa não subiu tanto quanto se esperava, não vendemos ações”, explica.

Vitor Paulo Gonçalves, diretor de Planejamento, acrescenta: “Apesar de ter na sua política uma indicação de diminuição da participação da renda variável, em alguns momentos, em situações em que esse mercado e o preço das ações não se apresentam em patamares adequados para vendas, elas foram suspensas”.

institucional - vitor paulo.jpgO diretor de Investimentos acrescenta que a PREVI foi cautelosa em relação aos chamados IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês), ou seja, os lançamentos de ações de empresas que abrem seu capital em Bolsa. “Percebemos que o apetite dos investidores estrangeiros estava migrando do Brasil para o México. E o sucesso dos IPOs era muito em cima dos estrangeiros”, diz Renê.

O perfil maduro do Plano 1 exige a busca por investimentos com maior liquidez, ou seja, que possam ser facilmente convertidos em caixa para garantir o pagamento dos benefícios. Com isso, há uma tendência de reduzir participações acionárias e outros investimentos em renda variável. Isso, no entanto, também vem sendo feito com muita cautela, para evitar perdas desnecessárias na hora de se desfazer de ações.

Isso, no entanto, não afeta a capacidade do Plano 1 de pagar benefícios a seus participantes. “Temos recursos suficientes para suportar períodos de baixa de preço sem que isso impacte o resultado de solvência e liquidez”, diz Vitor Paulo. “Estamos pagando os benefícios e a rentabilidade do ativo está suportando o crescimento da reserva matemática dos compromissos assumidos.”

Renda fixa: mudança de rota

Os juros em queda obrigam os gestores a ser muito mais ágeis e proativos. “Todo movimento que você faça para otimizar esse caixa é muito bem-vindo”, diz Renê.” Um desses esforços foi a operação de troca de títulos públicos federais classificados como mantidos até o vencimento, por outros com prazo de vencimento superior. Realizada em dezembro, a operação proporcionou ganho contábil de aproximadamente R$ 1,47 bilhão, já que os títulos foram vendidos pelo valor de mercado. Em uma visão de médio/longo prazo, a aquisição dos títulos longos é adequada para a gestão de ativos e passivos da PREVI frente ao novo cenário de taxa de juros, pois os títulos recentemente trocados estarão sendo remunerados adequadamente em relação à taxa atuarial por aproximadamente 30 anos. Além disso, os títulos adquiridos possuem pagamento semestral de cupom de juros de 6% a.a., contribuindo para gestão do fluxo de caixa da PREVI ao longo dos anos.

Esses movimentos levam Dan Conrado a encarar o novo panorama da economia com tranquilidade e a certeza de que a PREVI está preparada para enfrentá-lo. “A gente debateu muito sobre o que fazer e preparou tudo para poder atuar no novo cenário”, diz. “O que tinha para ser feito, nós fizemos. E temos capacidade para enfrentar os novos tempos”, conclui o presidente.

Empresas participadas: operações estratégicas

A Invepar, que controla sete rodovias no Brasil e o MetrôRio, venceu o leilão para a concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, um dos mais importantes do país, por um período de 20 anos. A Vale obteve licença ambiental do Ibama para a expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC), que liga as operações de mineração da Vale no Pará ao terminal marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão. No ano passado, foi concluído o processo de fusão entre a Sadia e a Perdigão, que deu origem à BRF, e o Grupo Oi concretizou a operação de aliança estratégica com a Portugal Telecom, o que resultou na sua reestruturação societária. A Tupy comprou duas fundições do México, no valor de US$ 439 milhões, que irão permitir a internacionalização da empresa, tornando-a a maior fabricante de blocos e cabeçotes de ferro fundido do mundo, além de aproximar-se dos clientes do setor automotivo baseados na América do Norte. E a Sete Brasil Participações S.A. tornou-se a maior proprietária de sondas de perfuração do mundo, que serão utilizadas prioritariamente nos poços do pré-sal.

O olho dos participantes

Em 2012, a PREVI retomou o Programa de Visitas às Empresas Participadas, que levou pessoal da ativa e aposentados a unidades operacionais de algumas das principais companhias nas quais o fundo possui participação acionária. Com isso, os participantes puderam conhecer as instalações do MetrôRio (Invepar),Termopernambuco (Neoenergia), BRF, Randon e Embraer. Em 2013, o programa foi retomado com uma visita às operações da América Latina Logística (ALL) em Curitiba, no último dia 19 de fevereiro.

Fronteira externa

As Políticas de Investimentos para 2013 permitem que a PREVI invista no exterior. São R$ 350 milhões em recursos do Plano 1 e do PREVI Futuro, a serem alocados em fundos de investimento em que a Entidade terá participação máxima de 20%.

“É uma grande oportunidade de liderar, num movimento que pode ser a ponta de um iceberg”, diz Renê Sanda, diretor de Investimentos. “Estamos falando em fazer o primeiro investimento fora do país e estamos mirando alguma coisa parecida com o Chile, que já tem mais de 20% dos seus ativos no exterior. Então, fazer esse primeiro movimento, e fazer certo, me parece ser uma imensa responsabilidade. E também será um aprendizado importante para, quem sabe, no futuro, alçarmos voos maiores em investimentos no exterior.”

Sustentabilidade no novo Código de Governança Corporativa

A PREVI inclui a sustentabilidade na nova versão do Código de Governança Corporativa, apresentado em setembro, no Rio de Janeiro. Para o diretor de Participações, Marco Geovanne, o Código quebrou alguns paradigmas. “O ano de 2012 foi um marco na reaproximação da PREVI com outros investidores nacionais e internacionais, que debateram conosco o nosso Código de Governança, mostrando uma PREVI mais aberta e participativa em relação aos demais agentes do mercado”, diz. Isso se refletiu na 13ª edição do Encontro de Governança Corporativa, que teve seu público ampliado.

Investimentos responsáveis

A PREVI combina a busca de retornos financeiros com os princípios de sustentabilidade. Todos os empreendimentos imobiliários adquiridos nos últimos anos têm certificação ambiental. Em 2012, foram certificados o Edifício Birmann 21 (SP); o Edifício Eco Berrini (SP); e o Edifício Marques dos Reis (RJ).

Rentabilidade do Plano 1 superou meta atuarial

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