Perfil do Participante
Mobilização permanente
Engajamento dos funcionários do BB se estende ao período de aposentadoria
Sintoma claro do engajamento que caracteriza os funcionários do Banco é a filiação aos diversos sindicatos dos bancários no país. Embora os sindicatos não sejam associações exclusivas da comunidade BB e PREVI, mas sim representativas de toda a categoria, historicamente, os funcionários do Banco têm tido atuação relevante em defesa do conjunto dos bancários. Na PREVI, onde parte da Diretoria e dos Conselhos é eleita pelos participantes, vários dirigentes e ex-dirigentes são egressos do movimento sindical.
A mobilização dos funcionários na ativa se estende, muitas vezes, ao período da aposentadoria. Há dezenas de associações de antigos funcionários do Banco, aposentados e pensionistas no país. Isa Musa, presidente da FAABB, Federação de Associações de Aposentados e Pensionistas do BB, acredita que o espírito gregário já foi maior, mas mantém-se firme na defesa de seus ideais. “Vamos continuar mobilizados em defesa dos aposentados e dos pensionistas, e também da PREVI, da Cassi e do próprio Banco do Brasil”, promete.
Para Célia Larichia, vice-presidente de Finanças da Associação dos Antigos Funcionários do Banco do Brasil (AAFBB) no Rio de Janeiro e representante eleita do Conselho Deliberativo da PREVI, o fortalecimento das associações é muito importante para o funcionalismo do Banco. “Muitas vezes nos deparamos com problemas que não podem ser resolvidos individualmente, mas que são solucionados ou resolvidos não só com o apoio, mas com a participação ativa das associações e de seus membros”, diz. A conselheira elogia a postura colaborativa das diferentes associações ligadas ao universo do Banco. “Cada uma tem seus próprios vieses, foco e estratégia, mas o objetivo é único: defender os interesses e os direitos dos participantes não apenas junto à PREVI, mas a outras entidades, como a Cassi.”
Gerardo Camilo, representante em Fortaleza da AAFBB, lembra que é preciso trabalhar duramente para conseguir o sangue novo que vai garantir a permanência dessas associações. “Temos de convencer os mais novos das vantagens de participar do grupo, oferecendo mais serviços”, argumenta. “Precisamos unir as diferentes entidades para passarmos o bastão às gerações futuras.”
Chama acesa
Geraldo José Sola, representante da AAFBB em São Paulo, também defende a união das entidades. “Seria melhor ter um ou dois grupos fortes do que muitas associações fracas”, afirma. Além disso, é preciso descobrir como aumentar o engajamento dos funcionários mais novos no espírito associativo. “Temos de envolver a geração pós-98, do PREVI Futuro. Há um hiato entre o pessoal da ativa e os aposentados”, lamenta.
José Bernardo de Medeiros Neto, presidente da AFABB-RS, Associação dos Funcionários, Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul, concorda que os tempos modernos são mais imediatistas e individualistas, mas está longe de ter saudade do passado, e acha que o espírito associativo pode durar muitos anos dentro da comunidade do Banco. “Coisas boas acontecem em todas as épocas”, diz. “O que temos é de incentivar a solidariedade e tudo que pudermos fazer nesse sentido é válido. E isso precisa ser mostrado na prática, diariamente, não apenas em discursos.”
O presidente da AAFBB, que tem sede no Rio de Janeiro, Gilberto Santiago, é objetivo. “Antes, as pessoas participavam das associações apenas por solidariedade. Hoje, você tem de dar algo em troca”, diz. “Então, em primeiro lugar, precisa provar na prática que a associação realmente defende os interesses do associado. Depois, deve oferecer mais benefícios a ele.”
Para Waldenor Borges, presidente da AFABB São Paulo e membro do Conselho Consultivo do Plano 1, o mundo mudou e é mais difícil agrupar as pessoas, apesar da cultura de associação que continua a existir dentro da comunidade Banco do Brasil. “A comunicação, hoje, é virtual, há menos contato direto. As entidades precisam ficar atentas e descobrir fórmulas para atrair mais as novas gerações”, observa. Mas Waldenor acredita que continua a haver espaço para o espírito de cooperação. “No centro de tudo está o ser humano, que sempre precisará de calor e interação”, argumenta. “E as associações são ferramentas poderosas para isso.”
João Antônio Maia Filho, presidente da Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil de Goiás (Afago), lembra que, para as antigas gerações – “Nós, os dinossauros pré-1967” –, as associações eram uma forma de integração social, especialmente para os funcionários que desbravavam o interior do país. “A gente se juntava e acabava assumindo um papel de liderança nessas comunidades, especialmente nas cidades menores”, lembra.
Já Rinaldo Tenório, representante da AAFBB em Recife, observa que esse movimento passa pelo fortalecimento do vínculo entre os funcionários e o Banco. “O funcionário sempre foi um patrimônio da empresa. Mas é preciso haver mais integração, vestir mais a camisa, manter essa chama acesa”, diz.
O Ano Internacional das Cooperativas se encerrou em dezembro. Não há, portanto, momento mais oportuno para lembrar como são importantes a união e a solidariedade, e contribuir para manter a chama acesa na comunidade do Banco do Brasil e da PREVI durante os próximos anos.