Clube de Benefícios
Compras de Natal não são obrigação
Para a psicóloga econômica Helena Mourão o ideal é presentear por prazer, e não por obrigação
Comprar é um ato muito prazeroso, mas que muita gente está usando como fuga ou compensação. Um exemplo claro disso é o Natal, que para muitos deixou de ser uma data com espírito reflexivo e de compaixão e passou a ser uma ocasião de consumo obrigatório.
Para Helena Mourão, psicóloga econômica, a grande armadilha do momento é acreditar que a única maneira de expressar afeto e reforçar laços com família e amigos seja por meio da compra. “Atualmente existe quase uma obrigação de se comprar presentes no Natal, e tendemos a achar que, quanto mais valorosa uma pessoa nos é, mais caro tem que ser esse presente, mesmo que isso extrapole nosso orçamento. Mas isso não é verdade. Embora o presente tenha um valor simbólico muito forte como expressão de carinho e gratidão, o valor dele não deveria importar, mas sim o tempo e o trabalho dispendidos por quem está oferecendo ao escolhê-lo”, explica Helena.
Ela lembra que vivemos um momento da nossa história em que resolvemos tudo comprando. “Se estou feliz é motivo para comprar; se estou triste, também. Se preciso agradecer a alguém alguma gentileza, compro um presente. Se tenho que expressar meu afeto para uma pessoa querida, compro um presente. No entanto, nem sempre essa é a solução.”
A cultura de presentear os outros e a si mesmo é muito forte. No entanto, é preciso lembrar que não é o valor monetário que importa, e sim o que ele significa para quem deu e para quem vai receber. “Um presente é valoroso quando ele simboliza que uma pessoa se lembrou da gente e fez um esforço físico ou psíquico (ou mesmo econômico) para nos presentear, nos agradar, seja com um objeto, um gesto. No momento em que você faz isso, está expressando o quanto o outro é estimado e querido”, lembra a psicóloga.
Helena acrescenta que vale tentar colocar em prática o espírito natalino e investir na customização dos presentes. “O ideal é presentear realmente por prazer, e não por obrigação. Então, que tal pensar no que vai realmente agradar e tentar fazer algo original, com sua marca, sem necessariamente custar caro? Mais vale a intenção, o carinho, o tempo dispendido, e não só o quanto ele custou”, avalia.