capa
A inovação no longo prazo
José Carlos Magalhães, da Tarpon Investimentos, defende que a inovação deve levar em conta como será a sociedade no futuro para permitir que haja competitividade e crescimento
A criação de valor para as empresas no longo prazo, fundamental a entidades como a PREVI, deve ser observada pelos conselheiros em sua atuação, para que a inovação possa gerar bons frutos. Para o diretor de Participações da PREVI, Marco Geovanne, a inovação e a competitividade estão interligadas e, nesse processo, o papel dos conselheiros é fundamental. “Como investidores institucionais, precisamos atuar pensando na perenidade das empresas que sustentam a necessidade de caixa para pagar benefícios. E a inovação, nesse sentido, precisa ser tratada como agenda estratégica”, ressaltou Marco Geovanne.
José Carlos Magalhães, da Tarpon Investimentos, que participou da mesa de debates “Como os investidores estão se mobilizando no Brasil e no mundo para ter empresas mais competitivas em seu portfólio?” junto com Marco Geovanne, Bruno Bastit, da Hermes Fund Managers, e Nuno da Silva, do Bank of New York, como moderador, concordou com a visão do diretor da PREVI. “O papel do acionista e do conselheiro é trabalhar o equilíbrio entre o curto e o longo prazo. A inovação tem que levar em conta como vai ser a sociedade no futuro para permitir que haja competitividade e crescimento.”
Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, lembrou que, no Brasil, o tema inovação é muito falado pelas empresas, mas que existe um abismo entre a intenção e a prática. “Ela está no topo da agenda pública e privada, mas ainda não é realidade em nível operacional”, afirmou, durante a palestra “A influência dos stakeholdersna estratégia de inovação”. Segundo ele, é preciso aprender a lidar com as incertezas e ter o compromisso da cúpula das empresas para que a inovação aconteça. “Ela tem que começar de cima para baixo, porque criar novidades pressupõe riscos que, se não forem assumidos pela direção, inviabilizam o processo”, completou.
No painel “A importância do Conselho de Administração para construir uma agenda de inovação e competitividade”, Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração da BRF, destacou que a inovação é fundamental às empresas que desejam acompanhar as mudanças no mundo. Também participaram desse painel o presidente do Conselho de Administração da Fibria Celulose, José Luciano Penido e, como moderador, Alexandre Silva, presidente do Conselho de Administração da Embraer S.A.
O executivo lembrou que Conselho de Administração é o órgão máximo de gestão, e alertou que os conselheiros devem estar sempre a serviço da empresa que representam, pensando no que é melhor para elas. “Pensem sempre em como podem contribuir para ajudar as empresas que representam. Estejam sempre a serviço das empresas, e não dos acionistas. Estimulem-nas a ser o mais transparente possível, visando sempre os melhores resultados”, aconselhou Abílio.
Permanência
O encerramento do Encontro PREVI de Governança Corporativa 2013 se deu com a palestra “Soluções criativas para transpor barreiras ao crescimento”, de Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza. Ela destacou que o varejo tem um grande espaço para evoluir e, para isso, a inovação é fundamental. “Hoje, o varejo representa de 11% a 12% do PIB. Nos EUA, é o dobro disso. Ainda há muito espaço para crescer”, afirmou.
Apesar do sucesso de sua empresa, Luiza lembrou uma importante lição: nunca descansar sobre conquistas passadas. “Quando a empresa está ruim, todo mundo fica atento. Quando ela está bem, aí é que eu sou mais chata”, disse. “Sou da terra do calçado, Franca. O que mais dava ansiedade é que o mercado estava bom, mas ninguém pensava em mudar de ciclo, e vi muitas empresas desaparecerem assim.”
A empresária concluiu: “O problema não é trazer ideias novas. O difícil é tirar as velhas da cabeça. Só inovando e investindo muito em pessoas o resultado é bom”.
O Encontro contou com a parceria das empresas BRF, CPFL Energia, Invepar, Neoenergia, Tupy e Vale.
Temas pertinentes
Vanessa Rothermel, advogada e secretária de governança do Conselho de Administração da Celesc – empresa na qual a PREVI detém 14,46% de participação –, considerou o evento muito interessante. “É a minha terceira participação no Encontro PREVI de Governança. Os temas são sempre muito atuais e relevantes.”
Também em sua terceira participação, a suplente do Conselho de Administração da BRF, Heloisa Helena Silva de Oliveira, falou sobre a pertinência e a atualidade do tema do evento. “Percebo que inovação e competitividade são temas-chave para a sobrevivência no mercado”, avaliou. “Principalmente para um investidor como a PREVI, que precisa que as empresas tenham um ciclo de vida cada vez mais longo. É preciso trabalhar o conceito de inovação não apenas com vistas à criação de produtos e processos, mas, principalmente, no que os clientes desta empresa vão estar pensando daqui a 20 ou 30 anos”, afirmou.
José Carlos de Andrade Junqueira, aposentado do Banco e conselheiro de administração suplente da Neoenergia, assina embaixo. “Mais do que pertinente, o tema escolhido para o Encontro é necessário para a longevidade das empresas participadas”, concluiu.