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O valor da experimentação
Para Maxwell Wessel, a criação de novas ideias por parte dos funcionários deve ser estimulada pelas lideranças
No painel “As grandes empresas conseguem inovar?”, que abriu o evento, Maxwell Wessel falou também da importância da experimentação das novas ideias. “A chave para superar a concorrência é criar novidade. Mas, para isso, é vital que os gestores tenham uma visão de longo prazo, 10 ou 15 anos à frente; incentivem a autonomia, a experimentação”, revelou. O economista acrescentou que falhas são pré-requisitos da experimentação, e que, quanto mais se testam novas ideias, mais rápido se aprende e se geram lucros.
Entretanto, a inovação deve estar diretamente ligada à competitividade de uma empresa, segundo Marcos Aguiar, sócio e diretor executivo do Boston Consulting Group no Brasil, que apresentou a palestra “Global Challengers: como as empresas de países emergentes estão mudando o cenário competitivo”. Em sua visão, “inovação só é relevante se estiver estreitamente ligada ao negócio. Qual é a vantagem de simplesmente copiar alguma coisa que esteja sendo feita? Nenhuma, se isso não agregar valor para a empresa”, acrescentou.
No painel “Melhoria de processos e competitividade”, o consultor em Gestão Vicente Falconi, da Falconi Consultores, lembrou ainda que, diante da maior exposição das companhias ao ambiente internacional e do estreitamento das margens operacionais, a eficiência na gestão de processos ganha destaque. “As lideranças devem ter consciência da importância da criação de novas ideias por parte dos funcionários e precisam apoiá-los e desafiá-los. Há duas coisas importantes para a inovação: atitude de liderança e estabilidade de processos. A liderança desafiante é aquela na qual o impossível não existe. Nós precisamos mover todo mundo no sentido da melhoria, com uma operação estável o tempo todo.”
Sustentabilidade
A inovação sob a ótica da sustentabilidade também foi discutida no Encontro. Durante a palestra “Inovando para durar: longevidade e sustentabilidade”, o diretor de Desenvolvimento de Produtos da Natura, Alessandro Mendes, falou sobre a demanda dos investidores por criação de valor ao longo do tempo. Para ele, a longevidade das companhias deve coexistir com novos desafios, como maior regulação ambiental, maior ativismo social e maior preocupação dos consumidores com os impactos sociais e ambientais na produção de bens e serviços. “É necessário incorporar isso à agenda estratégica da competitividade. Sabemos que sustentabilidade e cuidados ambientais geram custos, mas é preciso pensá-los como geradores de negócios, e não apenas como cumprimento de exigências legais”, observou.
Inovação e sustentabilidade, no entanto, precisam ser apresentadas de forma clara e transparente ao mercado para que gerem valor para as empresas. Parece óbvio, mas isso nem sempre acontece. Professor da USP e membro do Comitê Brasileiro do IIRC (International Integrated Reporting Council), organização que promove a integração das informações financeiras, de sustentabilidade e de governança, Nelson Carvalho afirmou que as empresas precisam parar de mandar sinais contraditórios sobre o mesmo período em relatórios preparados por áreas diferentes, que não se comunicam.
“Os relatórios empresariais devem ser vistos como um vínculo de comunicação dos fatores mais relevantes para a criação de valor numa empresa em curto, médio e, principalmente, longo prazo”, afirmou Nelson.
Destaques de um evento sustentável
Pelo quarto ano consecutivo, o Encontro PREVI de Governança recebe o selo Carbo-Neutro do Instituto Oksigeno. A certificação atesta que, em 2013, todas as fontes de emissão relevantes de gases causadores do efeito estufa foram identificadas e quantificadas, totalizando 85,81 toneladas de CO2 equivalente. Com base no inventário preliminar de gases, determinou-se o plantio de 613 mudas de pau-brasil como forma de compensação, em área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no município de Coruripe, em Alagoas.