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Políticas de Investimentos 2016
Cenário econômico continua difícil em 2016. Nova metodologia de acompanhamento é novidade no ciclo 2016-2022
A análise das perspectivas das economias mundial e brasileira é fundamental para subsidiar os estudos que compõem as Políticas de Investimentos dos planos de benefícios da PREVI. A evolução esperada dos principais indicadores econômicos e financeiros serve como parâmetro para a definição das diretrizes de investimentos, a construção dos cenários macroeconômicos e, finalmente, norteia o processo de tomada de decisão no âmbito da PREVI.
Com base nessa perspectiva e diante de um cenário desafiador nas economias brasileira e global, as Políticas de Investimentos da PREVI para o período de 2016 a 2022 passaram por ajustes de alocação dos recursos do Plano 1 e do PREVI Futuro. São acertos necessários para adequar os critérios de risco, retorno e liquidez dos investimentos ao perfil de cada um dos planos e ao cenário econômico previsto para os próximos anos.
No Plano 1, no segmento de Renda Fixa, os limites foram elevados para um mínimo de 32,20% e um máximo de 40,20%. Na Renda Variável, o parâmetro caiu e deve ficar entre 47,90% e 55,90% dos ativos do Plano.
Para o PREVI Futuro, a alocação em Renda Fixa ficará entre 21% e 95% e, na Renda Variável, entre 0% e 60% dos ativos, de acordo com o Perfil de Investimento escolhido pelo participante. No Perfil PREVI, adotado pela maioria dos associados, o limite para essa categoria de ativos vai de 30% a 50%.
Segundo o diretor de Planejamento, Décio Bottechia Júnior, o cenário econômico continuará difícil em 2016. “Isso já era esperado, tanto que desde o ano passado passamos a dividir o período de sete anos coberto pelas Políticas de Investimentos em dois ciclos”, explica.
Décio lembra que o desafio cresce a cada ano. O comportamento da inflação nos próximos anos será decisivo. Cada ponto percentual a mais no INPC representa hoje um acréscimo de mais de R$ 1 bilhão na Reserva Matemática do Plano 1. De acordo com Décio, o objetivo das Políticas é sinalizar a direção para os investimentos, tendo em vista o trinômio retorno X risco X liquidez, com o objetivo de gerar os recursos suficientes para cobrir a necessidade anual de pagamentos de benefícios.
Acompanhamento
Diante disso, a transformação da estratégia em prática deve estar muito bem-alinhada. A novidade para o ciclo que vai de 2016 a 2022, portanto, não está propriamente nos números, mas na leitura que se fará deles. A partir de 2016, a PREVI pretende aprimorar a metodologia para acompanhar mensalmente a execução das Políticas de Investimentos. Segundo Décio, a ideia é que a aplicação das Políticas seja seguida cada vez mais de perto.
“Esse acompanhamento mensal deve ser encaminhado à Diretoria de Investimento para calibrar a execução das Políticas”, explica o diretor de Planejamento. O desempenho de cada segmento precisa ser avaliado de acordo com sua contribuição para o cumprimento do índice de referência de cada plano, a fim de se medir, além do desempenho, a própria eficácia das Políticas.
Nesse contexto, cresce a importância de estudos para o cálculo da margem de contribuição de cada segmento para o resultado. A margem permite saber qual foi a contribuição percentual de determinado investimento para atingir o índice de referência de cada plano.
Esse índice reflete a rentabilidade que deve ser obtida a cada ano para que a PREVI cumpra sua missão de pagar benefícios aos associados de maneira eficiente, segura e sustentável. “Se, por exemplo, preciso de R$ 100 milhões para atingir o índice de referência, e a renda variável gerar R$ 47 milhões em rentabilidade, a contribuição deste segmento terá sido de 47%”, resume Décio.
Segundo o diretor, pretende-se usar no acompanhamento uma metodologia mais afinada com as necessidades da PREVI. “Nosso parâmetro em renda variável, por exemplo, é o índice iBR-X”, explica. “Se ele for 1% num ano e nossa carteira de ações render 1,2% no mesmo período, teríamos superado o indicador do mercado, mas não necessariamente teríamos feito o resultado que precisávamos para cobrir nossos compromissos futuros.”
Avaliando as novidades inseridas nas Políticas do ano anterior, Décio destaca como ação positiva a introdução de uma nova metodologia para a Fronteira Eficiente. “Passamos a trabalhar com uma metodologia de alocação que permite saber qual o nível de risco aceitável para se atingir determinada rentabilidade”, diz. “Isso é extremamente importante para calibrar a liquidez e o nível de risco de acordo com o perfil de cada plano.”
Estratégias de Liquidez
A Política de Investimentos do Plano 1 recomenda o gradual desfazimento dos ativos de renda variável ao longo dos próximos anos. Segundo o diretor de Planejamento, Décio Bottechia Júnior, isso é necessário para adequar a carteira de investimentos ao perfil de um plano maduro, que necessita de mais liquidez para o pagamento de benefícios e não deve estar exposto a riscos mais elevados.
Nesse sentido, o gerenciamento do fluxo de caixa assume uma relevância ainda maior, pois o Plano 1 está maduro. Isso significa um número de aposentados superior ao de participantes ativos, de forma que as contribuições isoladamente não cobrem as despesas com o pagamento dos benefícios. Como o Plano 1 tem pagamentos de benefícios superiores aos recebimentos de dividendos, aluguéis e operações com participantes, faz-se necessário também o desinvestimento em outros ativos para fazer frente a tais necessidades.
Em linha com essa diretriz, existe uma janela de oportunidade com a alta dos juros e com possibilidade de migração de parte do investimento em renda variável para títulos públicos de longo prazo. O movimento, no entanto, deverá ser feito paulatinamente para não desvalorizar o patrimônio da própria PREVI. “É preciso calcular qual é o limite que podemos vender sem afetar o preço das ações”, explica Décio. “Atualmente, o mercado acionário brasileiro não comporta a venda imediata do total desses ativos.”
Ciclo de Vida
O diretor de Planejamento conta ainda que os estudos para a implantação do sistema de Ciclo de Vida no PREVI Futuro continuam. A expectativa é que o método seja implantado a partir de 2018. “É um projeto extraordinário”, afirma Décio. O Ciclo de Vida permitirá calibrar o nível de risco e a liquidez dos investimentos de acordo com a idade do participante durante sua vida ativa. “Com isso, teremos mais equilíbrio e previsibilidade no valor dos benefícios gerados”, conclui.