Aposentadoria
Preserve o que é seu
Quem está na ativa pode evitar que uma queda na remuneração do Banco reduza o valor de sua aposentadoria futura. No site, o participante da ativa do Plano 1 verifica se tem direito e autoriza a preservação do seu salário de participação
Redução de salário pode ocorrer com qualquer um. Ninguém está livre de perder comissão, deixar de receber adicional noturno ou ter redução de horas-extras, entre outras perdas. Mas há um jeito de evitar que uma queda reduza o valor da aposentadoria: a saída é recorrer à chamada preservação de salário de participação, um direito que – obedecidas certas condições – pode ser exercido pelos participantes da ativa do PREVI Futuro e do Plano 1 sempre que tiverem uma queda na remuneração do Banco e, por consequência, no seu salário de participação da PREVI (valor sobre o qual a contribuição mensal é calculada).
O pessoal da ativa do Plano 1, em especial, não pode perder essa oportunidade. Como o cálculo do benefício de aposentadoria é feito com base nos salários de participação anteriores à concessão, quanto maiores forem esses salários, maior será o valor do benefício. O detalhe é que o pagamento das contribuições está suspenso por causa do superávit do Plano 1, ou seja, o participante pode aumentar o valor da aposentadoria sem desembolsar nada por isso.
É muito fácil autorizar a preservação do salário de participação: no site, o participante da ativa do Plano 1 verifica se tem ou não direito e autoriza on-line. É bom dar uma olhada sempre, porque o salário de participação pode variar de um mês para o outro e o pedido de preservação deve ser feito dentro do prazo de 90 dias a partir da redução da remuneração na folha de pagamento do Banco. De qualquer forma, é um bom lugar para acompanhar a variação do salário nos últimos 12 meses, independentemente de se ter direito ou não à preservação. Entre no autoatendimento e confira. Você encontra cálculos individualizados e acompanha a variação dos salários de participação em gráfico. Outra ferramenta semelhante está começando a ser desenvolvida para o pessoal do PREVI Futuro e estará disponível em breve.
Esses são novos instrumentos, que permitem aos participantes conhecer e exercer seus direitos. Direitos que são exercidos na prática. A preservação do salário de participação melhorou a aposentadoria de Juraci Fernandes da Costa, participante do Plano 1. Ela conta que tinha um cargo comissionado como gerente de módulo em uma agência de Curitiba e que perdeu essa posição quando houve uma mudança de gerência. Na hora em que isso aconteceu, Juraci ficou muito abalada. Além do salário menor, ela ficou preocupada, pois planejava se aposentar dentro de mais alguns anos. “Como a perda salarial chegou a 40%, minha aposentadoria seria muito prejudicada”, diz. Ela não sabia o que fazer. Solicitou ajuda, então, ao Sindicato dos Bancários. Foi quando descobriu a preservação. “Fiquei mais tranquila. Pedi para manter o nível de contribuição e me aposentei três anos depois, em fevereiro deste ano, ao completar dezessete anos e meio de Banco”, conta.
Outros, no entanto, sabem como é importante fazer a preservação de salário de participação. É o caso de José Alexandre Zanon. Ex-funcionário do setor de Tecnologia do Banco do Brasil, em Brasília, ele se aposentou em setembro do ano passado. “Eu vinha recebendo um adicional noturno, que mais tarde foi retirado”, lembra. Faltando três anos para se aposentar, ele não titubeou: pediu a preservação. “Tinha visto a mesma situação acontecer com outros colegas, que deixaram passar a oportunidade”, diz. “Como eu tinha tempo de casa e já sabia dessa possibilidade, não pensei duas vezes.” E, uma vez que o cálculo da aposentadoria dos associados do Plano 1 é feito pela média dos últimos 36 salários de participação, isso fez toda a diferença. “Deu uma melhorada boa”, diz ele, que hoje trabalha como autônomo para uma empresa de tecnologia.
PREVI Futuro: amparo à família
Para o PREVI Futuro, preservar o salário de participação tem um significado especial. É uma forma de dar mais amparo à família caso o participante se aposente por invalidez ou venha a falecer. A preservação do salário de participação permite que esses benefícios sejam calculados sobre uma base de contribuição maior. Isso porque os benefícios de risco no PREVI Futuro não são calculados pelo saldo de conta do participante, mas pela média dos últimos 36 salários de participação. “Pedi a preservação logo que saiu minha primeira folha de pagamento depois da transferência de cidade”, conta Homero Deboni, 37 anos, participante do PREVI Futuro. “Em menos de 15 dias estava tudo resolvido e, no mês seguinte, já podia conferir o resultado no Extrato de Contribuições, no autoatendimento do site”, explica.
Preservando o salário de participação maior, baseado na remuneração que ganhava no Rio de Janeiro antes da transferência para Mato Grosso do Sul, Homero quer manter a renda da família no caso de infortúnios ainda na ativa ou de falecimento, mas também deseja engordar o saldo de conta que será revertido em renda na aposentadoria. Está de olho no presente e no futuro. Se estivesse preocupado apenas com a aposentadoria, no longo prazo, poderia fazer somente contribuições adicionais (as chamadas 2c), em vez de preservar o salário. Mas, se fizesse isso, não estaria se protegendo dos riscos do presente. Tanto de um jeito quanto do outro, o desembolso é por conta dele.
Mas Homero agarra todas as oportunidades. Quer garantir tanto os chamados benefícios de risco (invalidez ou morte) quanto os programados (rendas de aposentadoria). Por isso, faz a preservação de salário e ainda contribui para a 2c, sem falar que a ascensão profissional já lhe dá pontuação para fazer a contribuição 2b, na qual conta com a contrapartida do Banco (saiba mais na reportagem Dinheiro na mão é vendaval). Homero, por sua vez, lembra que infelizmente nem todos pensam assim. “Tem colegas que deixam passar oportunidades sem sequer perguntar a respeito. Há analistas da minha idade, com dez anos de Banco, que nem mesmo aderiram à PREVI”, diz. “Por isso, é bom reforçar a mensagem: existem muito mais possibilidades do que aquelas que a gente conhece. Procure se informar”, conclui.
Pelo Banco do Brasil, Homero já trabalhou no interior de São Paulo, no Ceará e no Rio de Janeiro, antes de voltar para sua terra natal, Mato Grosso do Sul, no fim do ano passado. Ele lembra que exercer seus direitos como participante é uma forma inteligente de proteger seu futuro e de sua família. “Ainda mais que a minha esposa é militar e as transferências de cidade fazem parte de nossa vida. Temos de estar preparados para as perdas e os ganhos”, afirma.
Planejando ter seu primeiro filho, a volta para Campo Grande foi um modo de ficar mais perto da família, num momento em que precisará de apoio. Mas, para realizar esse projeto pessoal, abriu mão de boa parte de seu salário. “A vaga disponível para essa transferência era de analista júnior e eu já ganhava como analista pleno”, conta. “Deu uma diferença de uns R$ 1,4 mil no salário bruto.”