recursos do plano
Campeã de dividendos
Com R$ 3,58 bilhões pagos em dividendos à PREVI desde 2004, CPFL Energia é um ativo estratégico na carteira de investimentos da Entidade
Uma das empresas de energia mais eficientes do Brasil, com operações em distribuição, geração, comercialização, serviços e telecom, a CPFL Energia é uma das campeãs nacionais em distribuição de dividendos. De 2004 a 2014, R$ 12 bilhões foram repassados aos acionistas, sendo R$ 3,58 bilhões para a PREVI, que hoje detém uma participação de 29,45% na companhia. O histórico de bons resultados faz da empresa um ativo estratégico na carteira de investimentos da Entidade. “O setor elétrico é uma boa escolha de investimento, compatível com a necessidade atuarial de um fundo de pensão”, diz Wilson Ferreira Junior, presidente da CPFL Energia.
O grupo atua nos principais setores da cadeia produtiva do setor elétrico: geração, distribuição e comercialização de energia. A geração é responsável pela produção de energia nas usinas. Essa energia é levada por linhas de transmissão, controlada por terceiros, até as distribuidoras do Grupo, que fornecem eletricidade para residências, indústrias e estabelecimentos comerciais. Atualmente, cerca de 50% do EBTIDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) da CPFL Energia vêm do segmento de distribuição de energia, do qual a empresa é o maior player do Brasil, com 13% de participação no mercado. O grupo também é o segundo maior entre as empresas privadas de geração, segmento que responde por 43% da geração de caixa. O restante vem da comercialização de energia para grandes consumidores, área em que a CPFL Energia é uma das três maiores do país e na qual teve um crescimento de 250% no EBTIDA em 2014.
Segundo Ferreira Junior, no curto prazo, o cenário não é dos melhores para o setor elétrico. A desaceleração da economia e o prolongado período de secas prejudicaram as empresas de energia. No entanto, o otimismo permanece num horizonte mais longo.
“Estamos falando de uma retração de 3% no consumo de energia este ano, mas tanto em geração quanto na distribuição trata-se de concessões com 30 anos de duração, prorrogáveis por mais 20”, diz Ferreira Junior. “Sabemos que, passada a turbulência, o consumo de energia no país voltará a crescer 4% ao ano.”
Eficiência em custos
No segmento de distribuição, a perspectiva é muito positiva. Ferreira Junior avalia que, nessa área, um dos fatores chave para o bom desempenho das empresas do Grupo é sua capacidade de gerenciar bem os custos. Atualmente, a CPFL Energia opera abaixo dos custos usados como parâmetro pela agência reguladora para a definição de tarifas, o que proporciona ganhos adicionais para a empresa.
Além da boa gestão de custos, a CPFL Energia trabalha, do ponto de vista institucional, para que o mercado distribuidor de energia aprimore seu ambiente regulatório. “Isso é importante para que as revisões tarifárias sejam conduzidas de forma realista”, lembra Ferreira Junior. Segundo ele, proporcionar aumentos de tarifa justos e uma regulamentação equilibrada é vital para manter a saúde financeira das distribuidoras de energia.
A destinação dos ganhos obtidos com outras receitas de distribuição pelas empresas é um bom exemplo, aponta o executivo. Antes, apenas 10% desses ganhos eram retidos pela companhia. Uma mudança nas regras permitiu que as distribuidoras retivessem 40%. “Isso nos estimula a gerar inovações que permitam reduzir os custos e aumentar ainda mais nossa eficiência, beneficiando o negócio e o cliente final.”
Para Ferreira Junior, a adoção do sistema de bandeiras tarifárias – que aumenta a tarifa quando sobe o custo de geração de energia, num período de seca, por exemplo – também foi uma boa medida. Essas bandeiras estabelecem aumentos temporários na conta de luz, quando a energia fica mais cara nas usinas.
“Antes, as distribuidoras pagavam mais caro às geradoras quando o preço da energia subia por causa de uma seca, por exemplo, e só eram compensadas com o reajuste de tarifa um ano depois, o que provocava uma situação de desequilíbrio”, lembra Ferreira Junior.
Se, por um lado, a bandeira tarifária aumenta temporariamente a conta de luz, por outro permite que as distribuidoras mantenham seus planos de investimento e melhoria de serviço em momentos de crise na geração de energia. Ao participante da PREVI que é cliente de uma das oito distribuidoras da CPFL Energia, vale lembrar que o sistema ajuda a manter a saúde de uma empresa importantíssima para a carteira de investimentos que sustenta a aposentadoria de milhares de pessoas.
Futuro renovável
Enquanto isso, o setor de geração enfrenta outros desafios. Ainda muito dependente da energia gerada por usinas hidrelétricas, o país atravessa um período de poucas chuvas, que ameaça o fornecimento. Ferreira Junior, no entanto, vê alguns avanços no segmento, que podem ajudar as empresas geradoras. “O governo está mais receptivo a negociar medidas que devolvam o equilíbrio às empresas de geração”, aponta.
Além disso, usinas eólicas, solares e a biomassa, entre outras, começam a se tornar alternativas economicamente viáveis. À medida que aumentam as pressões ambientais, cresce a demanda por energias renováveis. Nos últimos anos, a CPFL Energia vem investindo fortemente nessas modalidades de geração com ótimos resultados. “Já somos a maior empresa em geração renovável da América Latina”, diz Ferreira Junior.
Inovação
O crescimento do Grupo CPFL também passa por investimentos em inovação tecnológica. Antes, para fazer a medição de energia nos clientes industriais – que respondem por metade do faturamento da companhia na área de distribuição –, a empresa mantinha um pequeno exército de especialistas em campo. Hoje, a CPFL Energia já conta com 25 mil aparelhos de medição automáticos conectados aos chamados clientes de alta tensão. “Os telemedidores eliminaram o envio de leituristas aos locais dos clientes e permitiram identificar possíveis desvios ou danos aos aparelhos de medição, o que reduz custos e aumenta a eficiência”, explica Ferreira Junior.
Outro avanço importante é a implantação de sistemas inteligentes de gerenciamento de redes. Na prática, o mesmo sistema de telecomunicação que comanda o serviço de telemedição é usado para reconfigurar a rede automaticamente em caso de interrupção. Com isso, a energia é desviada para outros pontos da rede, limitando o corte à menor área possível. Ao mesmo tempo, o sistema aciona automaticamente as equipes de reparo mais próximas. Dessa forma, é possível religar o fornecimento em prazo mais curto.
O resultado é que o custo de reparo fica menor e o volume de energia que deixa de ser faturado durante a interrupção também cai. Vale a pena? “O ganho estimado com a implantação desses dois sistemas é de R$ 100 milhões por ano”, destaca Ferreira Junior.
Governança
Mas, se a CPFL Energia é um ativo estratégico para a PREVI, a presença da Entidade no Conselho de Administração da companhia também é vista com bons olhos por Ferreira Junior. Segundo ele, isso ajuda a empresa a melhorar ainda mais seu desempenho. “A PREVI tem uma participação ativa na gestão, o que ajuda a implantar um padrão mais rigoroso de governança”, explica.
Uma das ferramentas usadas para isso é o Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa, que norteia as relações entre os agentes da Entidade nas empresas participadas. Além disso, a PREVI mantém um processo permanente que identifica as melhores práticas de governança no mercado para recomendar sua adoção pelas empresas em que é acionista.
“Não podemos deixar de destacar ainda a importância do Encontro PREVI de Governança, que dá oportunidade de discutirmos com o mercado temas tão importantes, como transparência, controles de gestão e o papel dos acionistas, entre outros”, destaca Ferreira Junior. Segundo ele, tudo isso ajuda a CPFL Energia a aumentar sua eficiência, sem abrir mão de nossos compromissos de longo prazo. Desse modo, o grupo olha o seu futuro sobre uma base sólida. “E esse futuro tem o DNA da PREVI”, conclui.