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Bons resultados conquistados
O ano de 2011 foi desafiador devido ao agravamento da crise econômica internacional, mas apresentou resultados positivos para a PREVI
Série de superávits
Os recursos aumentaram. O Ativo de Investimentos da PREVI fechou 2011 em R$ 155,6 bilhões, com variação positiva de 1,85% em relação ao encerramento de 2010, o que corresponde a um crescimento de cerca de R$ 2,8 bilhões. Desse total, o Plano 1 é responsável por R$ 152 bilhões e o PREVI Futuro, por R$ 2,8 bilhões. O restante refere-se à Carteira de Pecúlios (Capec) e ao Plano de Gestão Administrativa (PGA).
Tivemos mais um ano de superávit no Plano 1, formado por R$ 24,3 bilhões na Reserva de Contingência e R$ 309 milhões na Reserva Especial. Como houve Reserva Especial constituída nos últimos dois anos (2010 e 2011), caso ocorra novamente ao final do exercício de 2012, haverá nova destinação de recursos conforme previsto em lei, quando ocorrem três exercícios consecutivos com formação de Reserva Especial. Em um ano como 2011, não ter interrompido a série histórica de superávits no Plano 1 é uma vitória a ser celebrada.
Portanto, mais do que a evolução do valor dos ativos, o que merece destaque no resultado de 2011 é que, mais uma vez, os recursos foram suficientes para honrar os compromissos e ainda houve sobra. Tivemos superávit e não houve necessidade de tirar dinheiro do Fundo de Destinação, formado com recursos de superávits passados e utilizado para pagamento do BET, para cobrir a Reserva de Contingência.
Pagamento do BET continua em 2012
Em 2012, o Benefício Especial Temporário continuará a ser pago mensalmente. Na edição 161 (outubro/2011), a PREVI alertou sobre a possibilidade de encerrar o pagamento do BET antes do previsto. Por que isso poderia acontecer?
Legalmente, quando há superávit no plano de previdência, é obrigatória a constituição de Reserva de Contingência correspondente a 25% da Reserva Matemática. Portanto, cada vez que os compromissos com pagamento de benefícios aumentam, o valor que corresponde aos 25% que devem ser guardados na Reserva de Contingência também cresce.
No início de 2011, o superávit acumulado do Plano 1 era superior a 25% da Reserva Matemática mas, devido à queda no valor das ações na Bolsa, poderia ter encerrado o ano abaixo deste percentual. Se isso tivesse acontecido, teria sido necessário usar os recursos do Fundo de Destinação do superávit para recompor a Reserva de Contingência, interrompendo o pagamento do BET.
É importante destacar que, mesmo que ocorresse a suspensão do pagamento do BET, isso não significaria que a saúde do Plano 1 estaria abalada. O Plano 1 segue firme e forte, com um colchão de segurança formado pela Reserva de Contingência e pela Reserva Especial que supera em quase R$ 25 bilhões o volume de recursos necessários para pagar os benefícios atuais e futuros.
Resultado positivo também no PREVI Futuro
No PREVI Futuro, a estratégia de diversificação de investimentos apresenta resultados interessantes. São bons exemplos desses acertos a rentabilidade destacada no segmento de imóveis, a troca de títulos de renda fixa de curto prazo por títulos de longo prazo e as operações em renda variável que permitiram que o segmento tivesse um resultado melhor do que o obtido pelas ações que integram o índice IBrX-50, referência de desempenho para a carteira.
Um ano em que a Bolsa não foi bem
E quando a Bolsa não vai bem há impactos no Plano 1 e no PREVI Futuro. Em 2011, os índices Ibovespa, IBrX e IBrX-50 – que são as referências para o mercado de ações – apresentaram desvalorização de -18,11%, -11,39% e -14,06%, respectivamente. O Ibovespa fechou em queda por seis meses consecutivos, de abril a setembro, fato que ilustra o comportamento do mercado no ano passado, marcado pela aversão ao risco, intensa volatilidade e grande estresse com movimentos bruscos. Na maioria das vezes, os investidores reagiram fortemente ao noticiário sobre o cenário europeu de crise e a tensão causada pelas discussões para elevação do limite da dívida norte-americana.
No segmento de Renda Variável, onde está alocada a maior parte dos recursos, o Plano 1 obteve rentabilidade de 1,87% e o PREVI Futuro, de -13,88%. Ainda assim, um resultado melhor do que o Ibovespa, e também do que o IBrX-50.
A diferença entre as rentabilidades em renda variável entre os dois planos explica-se principalmente pelo fato de que cerca de metade dos recursos do Plano 1 aplicados no segmento estão em ações de empresas avaliadas anualmente a valor econômico e que, por isso, não sofrem com oscilação da Bolsa. Já no PREVI Futuro, todas as ações são precificadas pela cotação diária da Bolsa.
Neste início de 2012, o PREVI Futuro se recupera bem. O Plano atingiu, em fevereiro, R$ 3 bilhões em patrimônio, com rentabilidade acumulada nos dois primeiros meses do ano de 6,3%.
A rentabilidade no segmento de renda variável deste primeiro bimestre, de 12,49%, reduz muito as perdas do segmento em todo o ano de 2011. Neste primeiro bimestre, o segmento de renda variável do Plano 1 obteve rentabilidade de 4,82%
Sempre que olhamos para a rentabilidade das ações, temos que ter em perspectiva horizontes de tempo mais amplos. O ano de 2011 foi complexo devido à conjuntura global. A PREVI vem há alguns anos investindo em renda variável e, historicamente, essa tem se mostrado a estratégia mais acertada. Mesmo considerando desempenhos insatisfatórios da Bolsa em 2008 e 2011, a rentabilidade acumulada em dez anos na carteira de renda variável do Plano 1 foi de 717,18%. Praticamente o dobro da renda fixa, que teve rentabilidade acumulada de 379,84% no mesmo período. Se compararmos a rentabilidade que conseguimos com nossos investimentos em renda variável, veremos que ela também foi muito superior à evolução da taxa Selic e do índice Ibovespa nesses últimos dez anos.
Investir em renda variável na busca de melhores rentabilidades e mensurando cuidadosamente os riscos é também uma necessidade para fazermos frente ao pagamento de bons benefícios. A taxa de juros Selic, que rege a economia e aponta os parâmetros de rentabilidade para aplicações em renda fixa, caiu nos últimos meses e há indícios de que vai continuar em queda. Com juros mais baixos, conseguir rentabilidades altas torna-se um desafio ainda maior. Em 2011, a Reserva Matemática aumentou em cerca de R$ 7 bilhões. Esta e a próxima década serão aquelas em que a PREVI desembolsará mais recursos com o pagamento de benefícios aos aposentados e pensionistas do Plano 1. Hoje, temos quase 70 mil aposentados e 20 mil pensionistas, mas nos próximos quinze anos todos os 31 mil participantes do Plano 1 que estão na ativa irão adquirir condições para se aposentar. Portanto, em um cenário de queda de juros, é preciso buscar rentabilidades suficientes para o pagamento de benefícios de qualidade, que só vai crescer.