Edição 175 Dezembro/2013

Educação Financeira

Equilíbrio o ano inteiro

Contas a pagar no primeiro trimestre podem prejudicar suas finanças até dezembro. Saiba como se planejar e proteger o próprio bolso

O ano começa e as contas vêm chegando. É o IPTU, o IPVA, a matrícula e o material escolar dos filhos. Sem falar no parcelamento das compras de Natal feitas em dezembro e que tornarão mais pesado o cartão de crédito nos primeiros meses de 2014. Quem não se planeja nessa hora pode acabar sofrendo com um desequilíbrio financeiro que pode se estender até dezembro. Por isso, é preciso ter muito cuidado e saber organizar o orçamento para proteger o próprio bolso.

Antes de se desesperar, a primeira coisa a fazer é saber exatamente quanto será a despesa a pagar. “O ideal é listar todos os compromissos do começo do ano e levantar o valor das contas o quanto antes”, sugere Carolina Ligocki, diretora do site de consultoria financeira Oficina das Finanças. Com isso, será possível começar a planejar como cumprir esses compromissos sem causar maiores estragos.

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Quem está com as finanças em dia e tem uma reserva deve usar esse dinheiro para tentar pagar as contas à vista, recomendam os especialistas. Estados e municípios oferecem descontos que podem ser atraentes quando o IPVA e o IPTU são pagos em parcela única. Também é possível tentar negociar descontos em lojas de material escolar para o pagamento à vista, além, é claro, de pesquisar os preços mais baixos no varejo. “Caso a pessoa não tenha uma reserva, pode tentar apertar os outros gastos nos primeiros meses do ano para aproveitar os descontos”, diz Carolina.

Planos para 2015

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O economista e consultor financeiro Roberto Zentgraf lamenta que as pessoas não reservem parte do 13º salário ou da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para fazer frente às despesas do primeiro trimestre. O economista acrescenta que, além de organizar o começo de ano, o momento é propício para planejar as finanças até 2015. “Se começar a fazer isso desde já, pode ser que no ano seguinte consiga realizar alguns de seus objetivos, como fazer uma viagem ou começar uma pós-graduação”, diz.

Quem não tem uma reserva ou não consegue apertar o orçamento o bastante para cobrir o valor de contas como IPTU e IPVA à vista deve fazer o pagamento parcelado. Afinal, usar o cheque especial ou o cartão de crédito para efetuar o pagamento desses impostos pode deixar um rombo difícil de cobrir mais tarde.

“Só vale a pena pegar um empréstimo e pagar essas contas à vista se o desconto oferecido for maior do que os juros cobrados pelo financiamento”, calcula Carolina. “Quem é participante de um fundo de pensão como a PREVI pode fazer os cálculos, pois as entidades de previdência fechada costumam oferecer taxas bem vantajosas nos empréstimos.”

O planejador financeiro pessoal Valter Police acrescenta que, caso haja opção por pegar um empréstimo para cobrir as despesas do começo do ano, deve-se ficar atento não apenas aos juros, mas também ao número e ao valor das parcelas. “Além da menor taxa, também se deve buscar o menor número possível de parcelas, ou o valor total da dívida cresce”, explica. “E, por último, a parcela deve caber no bolso com conforto para que não crie um desequilíbrio financeiro ao longo do tempo.”

 

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Zentgraf ressalta, no entanto, que a opção de pegar um empréstimo de juros baixos para quitar os impostos só deve ser tomada se a pessoa estiver livre de outras dívidas. Se não for esse o caso, o empréstimo deveria ser usado para cobrir os débitos com taxas mais altas, como o cartão de crédito e o cheque especial. “Se não aproveitar o empréstimo mais barato para quitá-las, terá apenas contraído uma dívida a mais, sem reequilibrar o orçamento”, argumenta.

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Carolina Ligocki fala sobre planejamento financeiro

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