Financiamento Imóvel
Em busca da casa própria
Participantes do PREVI Futuro podem financiar imóveis pela Carim
Funcionária do BB há 15 anos, Ana Luiza Venâncio, assessora na Direção Geral do BB em Brasília, foi convocada pela Carim em junho de 2013. Moradora de Águas Claras, cidade satélite do Distrito Federal, ela deve se mudar para o novo apartamento no início de 2014, após realizar pequenas reformas.
Ana Luiza manifestou interesse no Financiamento Imobiliário da PREVI em março de 2013 e foi convocada apenas três meses depois. “Acabei de fazer 15 anos de Banco. Faço parte da primeira leva de funcionários do PREVI Futuro. Comecei em 1998 no interior de São Paulo, fui para a capital e cheguei à Brasília há dois anos e meio. Fiz as contas e percebi que poderia trocar o aluguel pela prestação de um imóvel próprio”, contou.
Criada em 1936, a Carim – Carteira de Financiamentos Imobiliários já beneficiou milhares de participantes da PREVI, principalmente do Plano 1. Para o PREVI Futuro, a primeira convocação foi realizada em setembro de 2008, pouco depois de o Plano completar 10 anos. No último mês de junho, em sua décima convocação, foram contemplados com a carta de crédito 192 participantes.
Este número ainda é muito inferior aos mais de três mil participantes do PREVI Futuro que manifestaram interesse na Carim até hoje. Isso acontece porque a legislação que regula os investimentos dos fundos de pensão e define os limites de operação com os participantes diz que somente 15% dos ativos de cada plano podem ser utilizados para empréstimos e financiamentos.
Por ser um plano jovem, com cerca de R$ 4,5 bilhões de ativos (enquanto o Plano 1 possui quase R$ 170 bilhões), o PREVI Futuro tinha em outubro cerca de R$ 670 milhões disponíveis para empréstimos aos participantes. A PREVI, em sua Política de Investimentos, determina que, desse total, 14% deve ser destinado ao Empréstimo Simples – que tem uma demanda maior por não necessitar de nenhum tipo de garantia nem de tempo mínimo de filiação ao Plano – e 1% ao Financiamento Imobiliário. Isso significa que, enquanto mais de 30 mil participantes do PREVI Futuro possuem pelo menos uma operação de Empréstimo Simples, apenas 168 financiaram seu imóvel pela Carim (incluindo financiamentos já encerrados).
Mas a perspectiva é de que a oferta de crédito aos participantes continue crescendo paulatinamente. Embora os números possam parecer pequenos, os recursos disponíveis para o financiamento crescem junto com os ativos do Plano. Para se ter uma ideia, em dezembro/2011 os ativos do PREVI Futuro eram de R$ 2,7 bilhões, sendo quase R$ 405 milhões disponíveis para empréstimos e financiamentos. De lá para cá, houve um aumento de 65%.
Outros fatores também limitam
Mas não é só o volume de recursos disponível para o PREVI Futuro que faz com que poucas pessoas tenham conseguido financiar seu imóvel pela Carim. Apesar desses recursos serem limitados, já foram convocados mais de 1,5 mil participantes do Plano – quase a metade dos participantes que manifestaram interesse. A grande maioria não conseguiu contratar o financiamento por esbarrar em outros dois fatores: a alta no preço dos imóveis e a margem consignável.
A valorização dos preços dos imóveis nos últimos anos em todo o país, principalmente nas grandes capitais, faz com que a quantia necessária para o financiamento seja alta. No entanto, o valor disponível para cada participante depende diretamente de quanto ele pode pagar pela prestação mensal – a margem consignável. Quem possui outros recursos para complementar o financiamento costuma ter mais sorte.
Esse é o caso de Simone Vallar, participante de São Paulo que também foi convocada em junho. Ela conta que, mesmo com a margem consignável baixa por estar em licença-saúde à época, pôde efetivar a compra da casa própria em Atibaia (SP): “Minha margem consignável não era alta, mas, como tinha disponível o dinheiro da venda de uma casa em São Paulo, pude pagar quase 60% do valor de entrada e financiar o restante pela PREVI”, explicou.
Já Ana Luiza, embora tenha constatado alta no preço dos imóveis nos últimos anos, disse não ter tido problema algum para encontrar um apartamento dentro do valor da carta de crédito que recebeu. “Na verdade, nem usei o valor total concedido. Como sou solteira e moro sozinha, procurava um imóvel de apenas um dormitório em edifício com área de lazer e serviços completos para poder me reunir com meu grupo de estudos de música e dança árabe, e que tivesse fácil acesso ao metrô. Procurei bastante e consegui exatamente o que queria”, revelou.