Revista Previ

A Previ assume mais uma vez seu papel indutor na adoção de boas práticas no segmento de previdência complementar com o lançamento do Guia de Melhores Práticas de ASGI em Investimentos, sigla que incorpora os aspectos Ambientais, Sociais, de Governança Corporativa e de Integridade. O manual foi lançado no último dia 12 de junho, no Rio de Janeiro, durante o Seminário de Políticas de Investimentos, e está disponível no site Previ.

O objetivo é oferecer diretrizes para os fundos de pensão interessados em adotar ou aprimorar seus critérios de ASGI para a condução dos investimentos. As orientações cobrem todas as classes de ativos, e o documento oferece também critérios para que as entidades de previdência complementar realizem boas práticas no segmento imobiliário e no momento de seleção de gestores e fundos de investimento.

Além de incorporar os critérios de ASGI à elaboração das Políticas de Investimentos, a Previ é signatária dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI) desde 2006. Outros 11 fundos de pensão brasileiros fazem parte do PRI. A iniciativa, apoiada pela ONU, busca estimular a inserção de princípios ambientais, sociais e de governança no processo de investimento.

O Guia ASGI busca não apenas disseminar os princípios apoiados pelo PRI, mas também “elevar a régua” do setor de previdência complementar ao incorporar o componente da Integridade, que passou a ser levado em conta nas Políticas de Investimentos da Previ desde 2017. Ou seja, a adesão a práticas de combate e prevenção à corrupção passa a ser um dos critérios objetivos de seleção para os investimentos. Esses princípios já constavam das Políticas de Investimentos da Entidade, mas não tinham uma divulgação específica. Isso passou a ser feito para orientar outras entidades interessadas em utilizar esses critérios.

O objetivo da Previ é que a difusão dos princípios do Guia ASGI tenha um impacto benéfico no desenvolvimento do mercado brasileiro. Na prática, a adoção desses critérios por investidores institucionais torna o mercado mais sustentável no longo prazo e permite desenvolver estratégias que favoreçam a perenidade dos negócios. Dessa forma, ao orientar o uso de boas práticas nos investimentos, a Previ pretende difundir o padrão ASGI no segmento de previdência complementar, aumentando assim o nível de exigência cobrado pelos investidores institucionais quanto às informações contidas nos relatórios apresentados pelas companhias.

Duas agendas

A sustentabilidade deixou de ser uma questão de crença para se tornar um importante tema econômico. Mas como essas boas práticas se traduzem em melhores resultados para as empresas e, consequentemente, para os fundos de pensão?

Isso pode se dar por dois lados: o do risco e o da oportunidade. Do lado do risco, as boas práticas podem evitar ou dificultar desastres ambientais, fraudes financeiras, casos de corrupção e acusações por trabalho escravo, entre outros problemas que podem impactar fortemente o resultado e a imagem das empresas.

Do lado da oportunidade, as empresas estão de fato incorporando em seus processos produtivos inovações em relação à melhoria de utilização de insumos naturais, como a água, por exemplo. Ou seja, é preciso se certificar de como as empresas estão lidando com desafios, seja uma mudança nos processos produtivos ou a inserção de novas tecnologias.

Complementar

É importante destacar que as diretrizes expostas no Guia ASGI não esgotam os temas abordados. Nem se sobrepõem a outros documentos, como o Guia Abrapp da EFPC Responsável, o Código de autorregulação e governança de investimentos Abrapp, os guias de melhores práticas em governança e os guias da Previc de melhores práticas voltadas aos fundos de pensão, entre outros. A ideia é que os parâmetros propostos pela Previ sejam usados de forma conjunta com os demais documentos publicados sobre os temas abordados.

O Guia de Melhores Práticas de ASGI poderá ser atualizado à medida que surjam novas necessidades ou demandas nessas categorias. O documento, disponível em versão digital no site da Previ (http://www.previ.com.br/guiaasgi/), não foi impresso para reduzir o impacto ambiental de sua produção.