Edição 167 Outubro/2012

bem-estar

Crianças de 18 a 98 anos

Jogos e brincadeiras da infância aliviam o estresse e ajudam a manter o corpo saudável e a mente jovem

 

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“A idade chega, mas o menino nunca morre”, diz Nelson Oliveira, aposentado desde 2004. Como diretor de Eventos Sociais da Associação dos Antigos Funcionários do BB (AAFBB), no Rio de Janeiro, ele segue à risca seu lema todos os fins de semana, em longas horas empinando pipas com os amigos. Nelson solta pipas desde que era garoto e mantém um registro do hobby em um blog fotográfico. Ele também é um divulgador da atividade. “Outro dia levei um colega que não soltava pipas há 30 anos para empinar com a gente”, diz.

Convidado por instituições de caridade, Nelson organiza oficinas para ensinar crianças a fabricar e soltar seus próprios papagaios. Quando é chamado de Mestre das Pipas, ele desconversa. “É um exagero! Mas a gurizada fica doida.” Segundo ele, a brincadeira ajuda a manter o equilíbrio. “Quando você está empinando pipas, esquece todos os problemas com o chefe, com a esposa”, diz. “Trabalhei em agência bancária e a rotina é bem estressante. Uma atividade como essa faz você se descontrair e manter a cabeça no lugar.”

A magia dos botões

 

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Luiz Carlos de Oliveira, que trabalhou no Banco de 1977 a 2005, é outro que transformou um velho e querido brinquedo de infância em um hobby para a vida toda. “Tive contato com os primeiros jogos de botão nos anos 1960, quando ainda criança. Era costume em minha família, avô, pai, tios, primos e amigos se reunirem na casa dos meus avôs para disputarem campeonatos”, lembra. “Nessa época, transformei uma mesa de cozinha da minha avó numa linda mesa de jogar botão.”

Em 1982, Luiz Carlos teve contato com as regras oficiais do jogo por meio de um amigo jornalista e passou a encarar o antigo brinquedo como um esporte. Depois de um período afastado dos campos, quer dizer, das mesas de botão, nos anos 1990, voltou às disputas oficiais em 2001, chegando ao quarto lugar no Campeonato Nacional em 2006.

Hoje aposentado e morando em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, Luiz Carlos é vice-presidente da Modalidade 12 Toques da Federação de Futebol de Mesa do Estado, e fabrica, em parceria com seu irmão, mesas de botão de alta qualidade usadas em campeonatos oficiais. Além disso, colabora com o Projeto Social C3, onde apresenta a modalidade a crianças atendidas pela organização. “O futebol de mesa é um esporte para todos, sem limitação de idade, sexo ou preparo físico”, defende. “Ele proporciona excelente condição de relacionamento, além de exercitar a coordenação motora e o raciocínio, e é uma ótima ferramenta para a prevenção de algumas doenças.”

Videogames para adultos

 

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As brincadeiras tradicionais, no entanto, estão longe de ser a única atividade que faz alguém voltar a ser criança. Aos 32 anos, Fabrizio Ruiz Gomes de Oliveira, funcionário da BBDTVM, a distribuidora de títulos do Banco, atravessou todas as gerações do videogame e hoje passa horas em seu console Xbox 360. “Jogo pelo menos quatro vezes por semana”, diz. Entre seus jogos favoritos estão Pro Evolution Soccer, Assassin’s Creed e Formula 1 Gran Prix.

Na maioria das vezes, Fabrizio joga sozinho, mas, de vez em quando, reúne os amigos para uma boa sessão de games. “Jogos de dança, por exemplo, só em grupo. E mesmo assim, sem cerveja, não dá”, ressalta. Quando organiza uma rodada de futebol virtual com os amigos, as mulheres ficam de fora. “Porque aí o jogo dura a tarde inteira.”

Para que o hobby não ameace a boa convivência do casal, Fabrizio explica que normalmente joga antes de sua mulher chegar em casa do trabalho. Com uma intensa rotina profissional, os games são a porta que Fabrizio usa para viajar para outro mundo. “Dou uma desligada de tudo e volto completamente livre do estresse”, explica ele, que também joga vôlei duas vezes por semana. Fabrizio acredita que o prazer da brincadeira tem a ver com o hábito. “Acho que você curte muito mais uma atividade que faz desde cedo do que outra, que você começou depois de adulto”, comenta.

Crianças de todas as idades

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