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Mudanças agradam conselheiros
Novo código é aprovado por profissionais presentes no Encontro de Governança
As modificações apresentadas pelo novo Código agradaram aos conselheiros das empresas participadas. “Mais uma vez, a PREVI foi pioneira”, disse José Valdir dos Reis, conselheiro titular da operadora de telefonia Oi. “Esse código será referência no mercado, talvez até no exterior. Não há muitos textos organizados a respeito desse tema, mesmo lá fora. Quando quisemos criar um manual para os conselheiros de empresas, procuramos no exterior e não havia. A PREVI acabou criando seu próprio modelo, com a ajuda do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa”, lembrou.
Deli Soares Pereira, conselheiro administrativo suplente da mineradora Vale, acredita que o documento será muito útil. “O documento é muito inovador, com orientações precisas para os conselheiros”, avaliou. Já Alexandre Gazzotti, gestor de recursos, acredita que o novo Código segue a tendência do mercado, que dá cada vez mais valor a aspectos como governança corporativa, transparência e sustentabilidade. “Ele está alinhado com o que vem sendo exigido das empresas listadas no Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGCI), na BM&FBovespa”, disse.
Profissional da área de Gestão de Recursos, Fábio Guido também considerou positivas as mudanças propostas pela PREVI em seu Código de Governança. Ele observou que essas práticas devem ser implantadas de fato pelas empresas. “A integração dos relatórios financeiros e de sustentabilidade, por exemplo, deve acontecer para valer e não ser simplesmente a junção de dois livros em um”, disse.
Para o assessor de Relações com Investidores da Embraer, Paulo Ferreira, o novo Código traz boas inovações. Segundo ele, a companhia estuda a implantação de uma política de distribuição de dividendos, como recomenda o novo Código. “Hoje, a lei exige a distribuição de 25% dos lucros”, explicou. “A Embraer vem distribuindo, na prática, de 30% a 35% nos últimos anos, mas não há uma política estabelecida.” Ferreira também considerou positiva a participação de empresas e gestores no encontro. “É bom ter esse contato direto”, concluiu.
Evento discute governança e visão estratégica
O Encontro PREVI de Governança Corporativa 2012, com o tema “Agir para Transformar”, reuniu um público aproximado de 400 pessoas para discutir o papel dos conselheiros nas empresas em que a PREVI é acionista, além de promover debates sobre governança, fiscalização e visão estratégica.
No primeiro dia do evento, os painéis apresentaram uma visão prática da Governança Corporativa e discutiram temas relacionados à gestão de riscos. Executivos como Mauro Cunha, da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), e José Carlos Magalhães, da Tarpon Investimentos, discutiram a “Representação dos acionistas nas empresas sem controle acionário”. Francisco Valim, da Oi, e José Luiz Osório, da Jardim Botânico Partners, falaram sobre a “Qualidade e precisão das informações” para a governança.
No segundo dia, os temas foram relacionados aos desafios para o aumento dos investimentos no Brasil em um novo cenário econômico, de juros baixos e crise internacional. O tema sustentabilidade, que ganhou destaque no novo Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa, também fez parte da agenda do encontro.
Para Celso Lemme, professor de Finanças e Administração do Coppead-UFRJ, que realizou a palestra “Sustentabilidade incorporada na estratégia corporativa”, a adoção prática do tema nas empresas será determinante para a sobrevivência das corporações no futuro. Ele ressalta que as organizações devem mudar sua abordagem para responder ao desafio da sustentabilidade. E os conselheiros terão um papel relevante. “O mais importante é saber quem vai sair na frente e fazer a diferença”, afirmou. “Afinal, isso representa muitas oportunidades de negócio e também ganhos de eficiência, pois toda poluição é desperdício”, disse.