Edição 158 Abril/2011

administração

PREVI: 107 anos com sangue novo

O mais antigo fundo de previdência do país se renova a cada dia

A República ainda não tinha completado 15 anos e a Previdência Social seria implantada quase 20 anos depois. O ano era 1904. “Cinquenta e dois funcionários do Banco do Brasil criaram a Caixa Montepio, que décadas mais tarde passaria a se chamar Caixa de Previdência. Eles foram pioneiros por várias razões: revelaram capacidade associativa, característica que se tornou marca forte dos funcionários; criaram um plano de previdência no país e, de certa forma, também inauguraram as relações com funcionários em uma empresa. Afinal, poder contar com a segurança da PREVI tem sido um importante diferencial para nós que trabalhamos no Banco. Hoje, podemos nos orgulhar de sermos participantes de uma entidade sólida que é referência por suas boas práticas de gestão e de governança”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo da PREVI, Robson Rocha.

Uma trajetória notável, construída por mais de um século com o esforço dos funcionários e do Banco do Brasil. E tanto tempo depois, o patrocinador ainda considera o fundo de pensão dos funcionários uma prioridade. “Se isso fosse visto por nós como uma despesa, o plano nem existiria. O Banco do Brasil vê a PREVI como uma saída digna para garantir o bem-estar de seus funcionários após encerrarem a carreira”, diz Amauri Niues, diretor de Pessoas do Banco do Brasil. Em abril, a PREVI completa 107 anos com orgulho de seu passado, confiante na força do presente, mas sem tirar os olhos do futuro.

No universo de 186 mil participantes, os horizontes se misturam. O aposentado Mário Dantas, 91 anos, vive no Rio de Janeiro e se orgulha de fazer parte da Caixa de Previdência do Banco do Brasil desde 1938, quando entrou para o BB. “O Exército e o Banco do Brasil eram instituições de integração nacional”, lembra. “O presidente do Banco despachava diretamente no gabinete do presidente da República.” Ele diz que sente orgulho de sua trajetória e da entidade. “É um sentimento que os mais jovens às vezes não compreendem bem”, diz. “Espero que a nova geração siga o exemplo dos mais antigos e continue lutando para fortalecer essas instituições tão importantes para o País, que são o Banco do Brasil e a PREVI.”

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Já se depender de Luiz Guilherme Ortiz, funcionário do setor de Compensação e Cobrança do Banco em São Paulo, o sangue novo está garantido. Com 29 anos, ele foi admitido em novembro do ano passado e ingressou imediatamente no PREVI Futuro, plano que hoje reúne a maioria dos funcionários do BB. “Aderi logo no primeiro dia”, conta. Outros colegas não entraram no plano imediatamente. Ortiz não os culpa, mas alerta os companheiros. “Geralmente não somos criados para pensar no futuro. Você não pode vê-lo agora, mas ele está lá”, filosofa.

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O primeiro passo para garantir que essa trajetória de sucesso vá continuar por outros 107 anos ou mais é assegurar sangue novo para o fundo de pensão, um trabalho que vem sendo bem-sucedido: a adesão dos novos quadros ao PREVI Futuro, que era de apenas 63% no ano 2000, hoje atinge 91% do total. “Queremos chegar perto de 100%”, diz o diretor de Seguridade do fundo, José Ricardo Sasseron.

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O bom resultado é fruto de um trabalho intenso, desenvolvido desde 2003 pela PREVI e pelas Gepes (Gerências de Pessoas do Banco do Brasil). São as equipes de analistas das Gepes que recebem os novatos, e já nas boas-vindas eles são apresentados ao fundo de pensão. “A primeira coisa que o novo funcionário ouve falar no dia em que chega ao Banco é na aposentadoria”, diz Sasseron. “E isso é muito bom. Mostra uma perspectiva de longo prazo em relação a ele.”

O esforço se estende para conquistar os trabalhadores que ainda não aderiram ao PREVI Futuro ou aqueles que porventura deixaram de contribuir para o plano.  “Em 2009, cerca de 5,5 mil funcionários ainda não haviam aderido”, explica Sasseron. “Conseguimos 1,8 mil adesões entre esses funcionários com um programa de ligações telefônicas.” Também foram criadas facilidades como o empréstimo de reingresso, para facilitar a volta dos filhos pródigos que se desligaram do Plano mas continuaram no Banco.

Sasseron sabe que esse esforço permanente garante a renovação da PREVI e lembra que os funcionários que optam por ficar de fora estão, na verdade, perdendo dinheiro. “Em nosso trabalho para trazer de volta pessoas que deixaram o plano, encontramos gente que perdeu dez anos em contribuições”, lamenta.

Um trabalho entusiasmado

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Entre os analistas das Gepes que estão na linha de frente do trabalho para a adesão de novos funcionários, o espírito é de entusiasmo. “Eu não me sinto como se estivesse realizando uma venda”, diz Marília Cláudia da Costa, analista da Gepes de Fortaleza. “ Eu me sinto mais como uma colega antiga, dando orientação aos que estão chegando ao Banco do Brasil.” Paulo Roca, analista da recém-criada Gepes de Porto Velho, mal pode esperar para começar o trabalho. No fim de março, quando participou do encontro nacional da PREVI com as Gepes no Rio de Janeiro, ele ainda esperava para receber sua primeira turma de novos funcionários do Banco e apresentar a eles o PREVI Futuro. “A expectativa é grande”, disse Roca, na ocasião. “É um trabalho muito importante.”

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Há também quem se sinta profundamente desconfortável quando ouve um não de um funcionário que prefere não aderir ao PREVI Futuro. “Sei que é uma questão de tempo até ele se arrepender, por isso vou buscar todos os argumentos para convencê-lo de que está cometendo um equívoco”, diz Jorge Gomes da Costa, analista da Gepes de Florianópolis. Ele conta que quando entrou no Banco, em 1982, a adesão ao fundo de pensão era compulsória. “Na época, eu não me dava conta de como isso era importante”, diz. Hoje, a adesão é opcional e Costa renova em cada apresentação sua crença no valor da PREVI para convencer os novatos. “Nosso papel é transmitir essa convicção.”

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A adesão ao PREVI Futuro, no entanto, não é o único desafio para o time das Gepes. Afinal, a continuidade da PREVI também passa por sua carteira de pecúlios, a Capec. Funcionando como um seguro de vida, ela representa uma garantia adicional para as famílias dos participantes em caso de morte ou invalidez. “E a adesão dos associados do PREVI Futuro à Capec, hoje, é de apenas 14%”, revela Sasseron. Segundo o diretor, as vantagens para quem adere à caixa são muitas. “Nosso pecúlio é mais barato do que todos os produtos similares do mercado e não tem restrição de idade para  a permanência os participantes”, diz.

A renovação da Capec será uma das prioridades deste ano, promete Sasseron. Prioridade que já está na cabeça de Marisa Antonucci, gerente da Plataforma Boavista, da Gepes de Manaus. “A Capec é um excelente produto, só precisa ser apresentado aos funcionários”, diz ela, que conseguiu adesões de até 100% ao pecúlio em algumas turmas de novos funcionários na Região Norte do País. “Acho que estávamos tão concentrados em trabalhar o PREVI Futuro que esquecemos um pouco da Capec”, admite Marisa, que usa toda sua experiência de trabalho nas agências do Banco para oferecer o pecúlio aos funcionários.

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Jorge Ortiz, associado do PREVI Futuro, é um dos que aderiu à Capec ao mesmo tempo em que entrou para o plano. Com dois filhos, ele prefere ser prevenido. “A gente nunca sabe o que pode acontecer”, diz. Uma atitude cautelosa, que mostra que o sangue novo da PREVI mantém a sabedoria das gerações que construíram a entidade. “Os jovens devem sempre estar dispostos a aprender”, conclui Dantas, com a voz da experiência.

Conheça um pouco da história da PREVI ao longo de seus 107 anos

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