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Diretoria alinhada garante segurança aos participantes
Com foco na apresentação de resultados de 2010, a Revista PREVI conversou com os seis diretores executivos ¿ Ricardo Flores, presidente; José Ricardo Sasseron, de Seguridade; Marco Geovanne, de Participações; Paulo Assunção, de Administração; Renê Sanda, de Investimentos; e Vitor Paulo Camargo Gonçalves, de Planejamento ¿ sobre as realizações do período.
Os senhores estão apresentando os resultados de 2010 aos participantes em diversas cidades do país. Que realizações destacariam durante este período?
Flores: Em 2010, houve uma renovação nos Colegiados da PREVI. Foi um ano intenso, em que mergulhamos no aprendizado sobre a entidade, seu funcionamento, seus investimentos, as questões de seguridade. O corpo técnico teve relevante papel em nos apoiar nessa etapa de transição. Felizmente, temos um quadro muito bem preparado.
Vitor Paulo: Avançamos na formulação das políticas de investimentos, que passaram a ter também métricas qualitativas. Do ponto de vista institucional, acho importante termos voltado a ter uma representação na Abrapp, que é a associação das entidades de previdência. Agora temos assento no conselho deliberativo.
Renê: Em um ano de desafios, conseguimos bons resultados, com crescimento do patrimônio dos dois planos. Mesmo com o desempenho da Bolsa, que iniciou e fechou o ano de 2010 mais ou menos no mesmo patamar, em torno dos 70 mil pontos.
Paulo: Estamos em um esforço grande de melhorias de processos e redução de custos administrativos. Isso envolve desde os pequenos custos até os maiores e temos conseguido bons resultados. Por exemplo, reduzimos em 20% o consumo de papel entre 2009 e 2010.
Geovanne: Zelamos pelas nossas participações em empresas e conduzimos nossos investimentos em busca das melhores performances, sem descuidar da governança e das questões de responsabilidade socioambiental que hoje são indissociáveis de uma boa gestão.
Sasseron: Nós melhoramos as condições do Empréstimo Simples, reduzimos a taxa de carregamento dos planos e criamos o programa de Assessoria Previdenciária. E, claro, temos que destacar que concluímos a negociação e distribuímos o superávit do Plano 1, beneficiando mais de 100 mil participantes.
A destinação do superávit aos participantes do Plano 1 foi uma grande conquista, certo?
Flores: Sem dúvida que sim. A destinação do superávit foi construída por meio de um debate maduro entre entidades representativas dos associados, o patrocinador Banco do Brasil e a própria PREVI. A alteração do regulamento foi submetida e aprovada pelas instâncias decisórias da PREVI, do Banco do Brasil, pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais e pelo Ministério da Fazenda e, por fim, pela Previc. Todas as etapas foram cumpridas dentro dos prazos legais, o que permitiu que o crédito dos recursos fosse feito menos de três meses depois da assinatura do Memorando de Entendimentos.
Sasseron: E quem mais ganhou com isso foram os participantes, que tiveram benefícios do acordo anterior incorporados e passaram a receber, em caráter temporário, um adicional de 20% sobre o valor do benefício da PREVI. Esse percentual faz uma grande diferença no orçamento das famílias.
Há nova destinação de superávits no horizonte?
Paulo: Depois da destinação de recursos, fechamos o ano com quase R$ 23 bilhões na Reserva de Contingência, obrigatória por lei, para manter a segurança do Plano, e cerca de R$ 4,2 bilhões na Reserva Especial, que é a parte que pode ser distribuída. Essa destinação de reserva, também de acordo com a legislação do setor, é obrigatória depois de três anos com resultados positivos. Queremos e estamos trabalhando para ter superávits nos próximos anos para podermos debater uma nova destinação de recursos aos participantes do Plano 1.
E o que o participante do PREVI Futuro pode esperar?
Geovanne: O PREVI Futuro é um plano jovem, que está em fase de acumulação de recursos, e está indo muito bem. O total de ativos do Plano superou a marca de R$ 2 bilhões e teve uma variação de quase 30% em relação ao ano anterior. O PREVI Futuro é um plano estruturalmente diferente do Plano 1, ele não gera superávits. No caso do PREVI Futuro, a rentabilidade dos investimentos já vai direto para o saldo de conta individual dos participantes. Portanto, quanto melhor a rentabilidade, maiores serão o saldo de conta e o benefício que o participante receberá na aposentadoria. É importante o associado saber que ele pode atuar para que esse benefício de aposentadoria seja maior.
Como o participante do PREVI Futuro pode melhorar seu benefício?
Sasseron: Ele deve saber que há uma ligação direta entre o percentual com o qual ele contribui e o benefício que receberá. A contribuição básica é de 7% do salário, que o Banco acompanha. Além dessa, ele pode fazer contribuições adicionais definidas pelo plano de custeio, que aumentam de acordo com o tempo de filiação e a evolução na carreira do associado. O BB também acompanha essa contribuição. Ou seja, se o funcionário contribui com 5% adicionais, o BB entra com mais 5%. Não fazer essas contribuições adicionais significa receber menos dinheiro lá na frente, ao se aposentar. Há ainda a possibilidade de contribuições extras, por conta somente do funcionário.
Flores: Infelizmente, muitos ainda não sabem disso. Para contribuir com a melhora desse quadro, criamos o Mais PREVI, um programa de educação previdenciária que reúne textos e vídeos em nosso site. Vale a pena acessar. Quanto mais souber sobre o seu plano de benefícios, mais o participante pode usufruir do que a PREVI lhe oferece. É importante também ler os regulamentos, que foram revisados no ano passado.
O que mudou nessa revisão dos regulamentos dos planos?
Sasseron: Para o Plano 1, a principal adequação se referiu à distribuição da Reserva Especial. Para o PREVI Futuro, o novo regulamento amplia o leque de benefícios para os participantes, contemplando: aposentadoria antecipada aos 50 anos, maior facilidade para reingresso ao Plano, possibilidade de adesão de participantes já aposentados pelo INSS, a inscrição de companheiros do mesmo sexo como dependentes, dentre outras melhorias. Já a revisão do regulamento da Capec ampliou a oferta de cinco novas modalidades de planos ao segmentar os valores de pecúlio e contribuição dos planos Invalidez e Especial (antigo Cônjuge), como já acontecia no Plano Morte. É sempre bom lembrar que os pecúlios da Capec têm as menores mensalidades do mercado em quase todas as faixas etárias.
Para essas melhorias e para pagar todos os benefícios, é preciso que a PREVI tenha bons resultados. Como foram os resultados em 2010?
Renê: O PREVI Futuro teve rentabilidade de 9,30% em 2010, e a principal razão para esse resultado foi o desempenho do Ibovespa, que, no ano passado, “andou de lado”. Em termos de patrimônio, o PREVI Futuro acumula R$ 2,2 bilhões, com uma variação positiva de 29,4% em relação ao ano anterior. Já o Plano 1 teve rentabilidade de 12,37% em 2010, superior à meta atuarial, de 12,23%. E acumula patrimônio de R$ 150,6 bilhões, com crescimento de 7% em relação ao ano anterior.
E qual é a composição dos investimentos para se chegar a esse resultado?
Vitor Paulo: Em gestão financeira, vale um ditado da sabedoria popular: não colocar todos os ovos em uma mesma cesta. Ou seja, é preciso diversificar. Porque isso oferece mais segurança a quem investe.O PREVI Futuro tem 34% de seus recursos investidos em ações. Quando aplicamos em ações, seja como investidor institucional ou como pessoa física, temos que mirar o longo prazo e não apenas um ano, isoladamente. Se formos mais atrás no tempo, até 1998, quando o plano foi criado, a rentabilidade acumulada do PREVI Futuro foi de 670% e a meta atuarial no mesmo período foi de 520%. Ou seja, indica a possibilidade de obter benefício acima do esperado na ocasião de ingresso no Plano.
Renê: No caso do Plano 1, temos cerca de 64% dos recursos em ações e fundos de investimentos em renda variável. Mas a composição das carteiras dos dois planos é bem diferente. Os investimentos em imóveis do Plano 1 tiveram excelente performance e renderam quase 18%. O PREVI Futuro começou no segundo semestre a investir no segmento de imóveis, adquirindo participação no Shopping ABC, na Grande São Paulo, que, em poucos meses, já apresentou bons resultados. E também aproveitamos boas oportunidades. Em 2010, foram realizadas as ofertas públicas de ações do Banco do Brasil e da Petrobras. São participações estratégicas, com boa expectativa de retorno.
O que mais gostariam de destacar em relação à gestão?
Flores: Nós, da Diretoria Executiva, e também os demais Conselhos, estamos alinhados, com os mesmos objetivos institucionais. Olhando para frente, vamos continuar empenhados para garantir aos nossos associados a tranquilidade de que seus benefícios estarão lá todo mês, creditados em conta, por muito, muito tempo.