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Um ano de consolidação
PREVI está mais sólida do que nunca para construir o futuro dos associados. Ativos já somam mais de R$ 152 bilhões. Plano 1 bate meta atuarial e carteira do PREVI Futuro acumula alta de 85,13% em cinco anos
Os 186 mil associados da PREVI podem comemorar a colocação de mais um tijolo na construção de seu futuro. Com resultados financeiros sólidos, o balanço de 2010 demonstra a força do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. A soma dos ativos administrados passou de R$ 152 bilhões e a instituição já representa mais de um quarto de todo o sistema nacional de previdência complementar. A rentabilidade total dos recursos foi de 12,31%, acima da meta atuarial calculada para o cumprimento das obrigações da entidade.
Esses números significam segurança para os quase cem mil funcionários do Banco e mais de 87 mil aposentados e pensionistas da PREVI. São valores que garantiram o pagamento de R$ 6,2 bilhões em benefícios e asseguram o futuro dos associados do fundo. “Os dividendos pagos pelas maiores empresas nas quais temos participação cobriram mais de 40% do valor dos benefícios pagos no ano passado”, diz o diretor de Investimentos, Renê Sanda.
O ano de 2010 marcou também a chegada do PREVI Futuro à marca de R$ 2,18 bilhões em recursos líquidos, o dobro do volume registrado há apenas dois anos. O plano que reúne a maior parte dos funcionários da ativa teve uma rentabilidade de 9,3% no ano. O resultado ficou um pouco acima do mercado no ano passado, mesmo com a baixa rentabilidade da Bolsa de Valores. Nos últimos cinco anos, a carteira de investimentos acumula uma alta de 85,13%, bem acima da meta atuarial de 68,76% e superior à média do mercado no período.
No Plano 1, que reúne os admitidos pelo Banco do Brasil antes de 1998 e a quase totalidade dos aposentados da PREVI, foi possível superar a meta atuarial do ano, com uma rentabilidade média de 12,37%. O desempenho foi superior ao do mercado não apenas na renda fixa, mas também na renda variável, que registrou alta de mais de 6%.
Antes que alguém pergunte por que o desempenho de renda variável do Plano 1 e do PREVI Futuro foram tão diferentes, o diretor de Planejamento da PREVI, Vitor Paulo Gonçalves, responde: “São fundos com perfis diferentes de investimento.” Ele explica que os ativos de renda variável do PREVI Futuro seguem as cotações diárias da Bolsa em uma busca mais agressiva pelos resultados. Com isso, estão mais sujeitos a variações, enquanto alguns dos principais ativos do Plano 1 não são avaliados pela cotação diária das ações, mas pelo valor econômico das companhias, já que são investimentos feitos por meio de empresas de participações, como a Litel (Vale), Neoenergia e 521 e a Invepar (Rodovias e Metrô Rio). “São ações de primeira linha, que estão na carteira há muito tempo, lembra Vitor Paulo. “A conta, nesse caso, não reflete o sobe-e-desce da Bolsa. Essas são blue chips, que são ativos com alta percepção de qualidade, liquidez e ganhos.” Por outro lado, o diretor observa que a estratégia do PREVI Futuro visa a uma acumulação de longo prazo, naturalmente sujeita a flutuações: “Em cinco anos, o resultado da renda variável para o PREVI Futuro deverá ser expressivo”.
E os números já refletem um bom resultado no presente: comparado com os dez melhores fundos de previdência multimercado do mesmo porte, com até 30% dos recursos aplicados em renda variável, o PREVI Futuro apresentou nos últimos 24 meses o melhor desempenho de todos, com 38,96% de rentabilidade acumulada. “Parte desse desempenho se deve às taxas de administração, que são as mais baixas de todo o mercado”, observa Sanda. “Enquanto cobramos 0,10%, o percentual médio das outras instituições fica entre 1% e 3%.”
Os investimentos imobiliários também foram destacados no balanço da PREVI. No Plano 1, o segmento foi o que obteve a rentabilidade mais alta, com valorização acima de 17%. Já o PREVI Futuro fez sua estreia no setor, investindo cerca de R$ 30 milhões na expansão do shopping ABC, na região metropolitana de São Paulo. “O rendimento foi de 3,5%, de agosto a dezembro. Ou seja, se fosse um investimento feito no início do ano passado certamente essa rentabilidade seria ainda maior”, lembra Sanda.
Benefícios extras
Um destaque importante no ano de 2010 foi o acordo fechado pelas entidades representativas de funcionários e aposentados com o Banco do Brasil e submetido à PREVI para a distribuição de recursos do superávit do Plano 1. Apontado pelo presidente da PREVI, Ricardo Flores, como uma das grandes vitórias do ano, o acordo foi referendado por mais de 80% dos votantes e finalmente aprovado pelo órgão regulador em 15 de fevereiro de 2011. Com isso, o regulamento foi alterado para que os participantes do Plano 1 pudessem receber um Benefício Especial Temporário, correspondente a 20% do Complemento PREVI. “No caso dos funcionários da ativa, o dinheiro está sendo creditado em contas individuais, para saque no momento da aposentadoria”, explica o diretor de Seguridade da PREVI, José Ricardo Sasseron.
Outro destaque de 2010 foi a redução da taxa real de juros do Plano 1, de 5,5% para 5%. Essa taxa é usada para estimar o rendimento que as aplicações dos recursos devem ter para garantir o pagamento dos benefícios previstos nos planos.
Além disso, a chamada taxa de administração, destinada a custear as despesas administrativas dos planos, caiu de 5% para 4%. Isso é extremamente positivo para os participantes do PREVI Futuro, já que a taxa incide sobre as contribuições mensais. Desse modo, os associados do plano terão um saldo de conta maior ao final do período de contribuição – possibilitando um aumento no benefício. Já para os associados ao Plano 1, a medida não altera o valor do pagamento futuro, já que se trata de um plano de benefício definido, cujas aposentadorias são calculadas pela média dos 36 salários de participação anteriores à aposentadoria.
No regulamento do PREVI Futuro, também houve mudanças que trouxeram benefícios para os associados, como a possibilidade de receber o benefício aos 50 anos, sem precisar estar aposentado pelo INSS; a utilização das contribuições patronais para quitar dívidas em caso de resgate; maior facilidade de reingresso no plano; possibilidade de adesão de participantes já aposentados pelo INSS e previsão de inscrição de companheiros do mesmo sexo como dependentes.
A revisão no regulamento da Capec, por sua vez, ampliou a oferta de cinco novas modalidades de planos ao segmentar os valores de pecúlio e a contribuição dos planos Invalidez e Especial (antigo Plano Cônjuge), como já ocorre com o Plano Morte. Também houve reajustes no valor dos seguros. Mesmo assim, observa Sasseron, a Capec continua vantajosa para os participantes. “Os pecúlios da Capec são os mais baratos do mercado”, diz o diretor de Seguridade. “E nós mantemos o associado até o fim, enquanto os bancos e seguradoras reequilibram seus planos desligando compulsoriamente os participantes mais idosos”, conclui.
Grandes negócios
A PREVI também realizou negócios de grande impacto para a economia do país e de alto potencial para o patrimônio de seus associados em 2010. Entre eles, o diretor de Investimentos, Renê Sanda, destaca a participação nos processos de capitalização da Petrobras e do Banco do Brasil, investindo um total de R$ 2,831 bilhões nas duas operações. No caso do Banco do Brasil, a PREVI manteve sua participação percentual na empresa. Em relação à Petrobras, houve uma ligeira redução na participação do fundo na petroleira.
Para o Plano 1, a estratégia para 2011 inclui a redução cautelosa das participações na Bolsa. Especialmente diante de um cenário que aponta para a recuperação gradual no preço das ações ao longo do ano. Mas, diante do grande volume de ativos no mercado acionário, alguns associados temem que o fundo possa perder dinheiro com vendas repentinas em grande volume, provocando involuntariamente uma queda na Bolsa. Há quem pergunte se, nesse caso, não seria melhor, eventualmente, vender as ações em bloco para ter melhor garantia de preço. “Vendemos R$ 3,1 bilhões no ano passado sem provocar maior estresse no mercado, respeitando os limites de liquidez da Bolsa de Valores”, responde Sanda. “Achamos que isso dá mais transparência do que a venda em bloco, o que não quer dizer que a estratégia se repita sempre”, afirma. O diretor de Investimentos ressalta também que o fundo tem diretrizes para garantir liquidez confortável para honrar o pagamento dos benefícios no dia a dia em qualquer cenário de flutuação das ações. “Não dependemos da renda variável para isso”, observa.
Foco na infraestrutura
“O Brasil vive a década da infraestrutura”, diz Ricardo Flores. E, evidentemente, a PREVI quer aproveitar as oportunidades de investimento nessa área, o que “estamos estudando permanentemente”, diz o presidente. “O Brasil é o país do presente. Investidores nacionais e internacionais estão de olho nas oportunidades que o Brasil oferece. Nada mais natural que a PREVI, com a experiência e o conhecimento que detém, também esteja atenta a investimentos que proporcionem, no futuro, as rentabilidades necessárias para o pagamento de benefícios aos nossos participantes. A análise que fazemos desses projetos leva em conta estudos de viabilidade, cenários econômicos, limites de risco e equilíbrio de caixa entre ativos e passivos”, conclui Flores.