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Em busca da prosperidade
Décima quinta edição do Encontro PREVI de Governança Corporativa discute o desafio do sucesso em tempos de incerteza
Das maiores empresas listadas na primeira edição do Fortune 500 (ranking das 500 maiores empresas do mundo) nos Estados Unidos, em 1955, apenas 57 permaneciam nele em 2013. O número, apresentado por Cláudio Galeazzi, presidente da BRF, durante o 15º Encontro PREVI de Governança Corporativa, é um sinal claro de que, se é difícil chegar ao topo, mais difícil é manter-se nele. E a roda tende a girar cada vez mais rápido. “Em 1995, quatro décadas depois do lançamento, só havia 40% das empresas do ranking original da Fortune na lista. Das 500 de 2013, espera-se que sobrem menos de 40% entre as maiores nos próximos dez anos.”
Esse fenômeno é crucial para a estratégia de um fundo de pensão, com horizonte de investimentos de longuíssimo prazo. Por isso, o tema do Encontro deste ano, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 15 e 16 de setembro, foi “Prosperar em Tempos de Incerteza”, inspirado no livro Great by Choice, de Morten Hansen e Jim Collins.
Conselheiros, executivos, investidores, gestores de recursos e acadêmicos debateram como a ética corporativa, a boa governança e a gestão de talentos são ferramentas indispensáveis para assegurar a longevidade das empresas. Dan Conrado, presidente da PREVI, observou que é preciso ter tranquilidade para ‘navegar na turbulência’ sem esquecer que os objetivos da Entidade são de longo prazo. “Os números da PREVI refletem isso: uma instituição que tem ativos de R$ 170 bilhões e que vem registrando, ao longo do tempo, resultados muito acima do CDI e da própria Bolsa de Valores, o que comprova seu sucesso”, afirmou.
Segundo Dan, a governança é fundamental para evitar surpresas na gestão das companhias, e investir em educação e infraestrutura é um fator-chave para que as corporações se adaptem a mudanças de cenário, cada vez mais velozes. “A valorização das pessoas precisa ser um lema, assim como o desenvolvimento de talentos.”
Robson Rocha, presidente do Conselho Deliberativo da PREVI, lembrou que a Entidade já enfrentou muitos desafios e que, por sua estrutura e governança eficientes, está preparada para enfrentar muitos outros. “Temos buscado antecipar os impactos econômicos de qualquer ordem, fazendo um permanente monitoramento dos riscos aliado à observância das leis”, disse. O resultado dessa estratégia está na solidez da Entidade, que em 2013 apresentou superávit de R$ 24 bilhões acima da Reserva Matemática (compromissos atuais e futuros trazidos a valor presente).
Odali Dias Cardoso, presidente do Conselho Fiscal da PREVI, destacou a alta qualificação do pessoal formado pelo Banco do Brasil e a solidez histórica do fundo de pensão, em que cada peça cumpre sua função. “Nós, do Conselho Fiscal, buscamos a cada dia aperfeiçoar o andamento dessa máquina”, afirmou.
Tudo isso culmina em uma estrutura preparada para o longo prazo. “Vamos pagar benefícios aos nossos participantes do Plano 1 até 2080. E 40% do que é pago hoje pela Entidade são provenientes dos dividendos das companhias participadas”, afirmou Marco Geovanne, diretor de Participações da PREVI.
De fato, dos R$ 171 bilhões de ativos que a PREVI administra, cerca de R$ 100 bilhões são de participações em empresas. “Por isso, para nós, a perenidade das companhias e as estratégias que estão sendo definidas pelas empresas são fundamentais e devem levar em consideração não só o resultado do próximo trimestre, mas também o dos próximos anos. Isso porque a PREVI estará aí por muito tempo ainda pagando benefícios aos seus quase 200 mil associados”, concluiu Geovanne.