Edição 179 Agosto/2014

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Orgulho de trabalhar no BB

Edmée recorda que ganhava mais do que seu pai naquele emprego que todo mundo queria ter

Para Edmeé Sanches Mattos, 61 anos, ter sido funcionária do BB foi um grande orgulho. “Trabalhar no Banco do Brasil era um sonho. Um dos meus oito irmãos também foi funcionário do BB. Era como se você fosse especial. Era um emprego que todo mundo queria ter, além do fato de pagar bem. Tanto que eu ganhava mais que meu pai”, relata.

Se para todos os mineiros a viagem para Corumbá foi um grande desafio, para ela foi um pouco mais. Edmée teve paralisia infantil, o que afetou suas pernas, fazendo com que tenha que se locomover com muletas. “Mesmo com minha deficiência, nunca tive problemas para exercer minha função no Banco. Não encontrei preconceito. Me aposentei por invalidez aos 47 anos após 20 anos de trabalho, depois de uma hérnia de disco. E, em todo tempo que trabalhei lá, fui muito feliz e pude aproveitar tudo o que o Banco me ofereceu, tanto como profissional como cliente”, explica.

Edmée ficou em Corumbá por um ano e depois foi transferida para Curvelo, cidade perto de sua Sete Lagoas natal. Quando se aposentou, era gerente de Atendimento em Betim. “Aquele tempo que a gente passou no Mato Grosso foi maravilhoso. A amizade daquele grupo foi muito importante para todos nós. Era muito engraçado: nós, meninas, moramos todo o tempo em um quarto no Hotel Ruas, onde na verdade achávamos que só passaríamos um curto período”, relembra.

Durante esse período, ela e os amigos costumavam se reunir para se divertir na AABB da cidade, ouvir e cantar músicas e viajar. “Alguns de nós mantiveram contato depois que voltamos de Corumbá. Eu sou madrinha de casamento de Raquel e Eduardo, por exemplo, mas o grupo inteiro nunca havia se reencontrado. A iniciativa do Luiz de nos procurar primeiro pelo Cadê Você da PREVI e depois pelo Facebook foi genial. O reencontro foi tão incrível que nem parecia que havia se passado tanto tempo.
A gente sofreu com a distância da família, mas também foi muito feliz lá”, afirma.

Quando ainda trabalhava no Banco, Edmée realizou seu maior sonho: o de ser mãe. Solteira, ela entrou na fila para adoção em 1989, mas na época, ela lembra, havia certo preconceito com relação a mães solteiras. “Davam preferência à adoção por casais, e cheguei a pensar que nunca conseguiria. No entanto, em 19 de dezembro de 1994 nasceu a minha filha Mariana, e no dia 21 de dezembro eu a levei para casa. Meu melhor e maior presente de Natal.

Não tinha nada preparado. Foi uma grande surpresa para mim, para meus colegas de trabalho e superiores do Banco, que me deram muito apoio. Consegui licença adaptação e licença prêmio para me acostumar à minha nova vida de mãe”, revela, cheia de orgulho da filha que hoje mora em Santo André, São Paulo, onde estuda Direito.

A mineira conta que gostava muito de trabalhar no Banco e que não se imaginava aposentada tão jovem. “Passei a vida inteira fazendo o que queria e nem pensava em parar. No entanto, quando minha saúde começou a ficar prejudicada, vi que devia me aposentar. Ainda bem que pude contar com a PREVI também para continuar levando uma vida tranquila. Deixei de trabalhar no BB, mas não fiquei parada: faço artesanato, toco piano e violão, me formei em Direito, estudo Ciência da Vida e ainda trabalho como voluntária na parte administrativa da Apae de Sete Lagoas”, conta

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