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Vantagem extra
Jaime Rangel afirma que por meio dos fundos de private equity, os investidores institucionais podem beneficiar indiretamente as operações de outras empresas de sua carteira
Outra vantagem do private equity para investidores institucionais como a PREVI é a possibilidade de exercer melhor o controle sobre o investimento. “É mais vantajoso comprar 10% das cotas de um fundo do que 1% de uma empresa diretamente”, afirma Barbosa. “No fundo, o investidor institucional terá melhores condições de exercer indiretamente a governança corporativa, por meio do gestor, do que se comprar uma pequena participação direta em uma empresa que está fora da Bolsa e, por isso, não tem liquidez.”
Rangel ressalta ainda que, por meio dos fundos de private equity, os investidores institucionais podem beneficiar indiretamente as operações de outras empresas de sua carteira. “Só como exemplo, a PREVI participa de um fundo voltado para o setor de logística, administrado por nós, que tem investido em projetos importantes em Santa Catarina”, diz. “Isso beneficia indiretamente as operações da BR Foods, empresa em que a PREVI tem participação no bloco de controle.”
Mas, apesar do bom nível de retorno, é preciso lembrar que o private equity é uma modalidade de investimento que também tem sua dose de risco. Por isso, os gestores têm suas estratégias. “O fundo deve investir em várias frentes, pois nem todas dão o retorno esperado. Desse modo, os que ganham compensam os que perdem”, explica Barbosa. “Se, por acaso, o fundo for formado por um só empreendimento, esse empreendimento deve ter várias frentes de negócio”, complementa.
E a PREVI, é claro, também age com cautela. Atualmente, a entidade mantém R$ 750 milhões investidos em fundos de private equity. O limite autorizado pela Política de Investimento chega a R$ 1,5 bilhão, o que representa apenas 0,5% do patrimônio total. “É apenas uma pequena parte de uma floresta de R$ 150 bilhões”, diz o diretor de Investimentos, Renê Sanda. “Além disso, os critérios sempre obedecem aos parâmetros da Política de Investimentos para determinar que setores da economia serão vencedores nos próximos cinco anos”, lembra. Setores como o de óleo e gás são um exemplo. A entidade vai investir R$ 180 milhões num fundo que está sendo formado para financiar a construção de sondas submarinas para exploração de petróleo. Afinal, a PREVI está de olho em boas oportunidades até debaixo d’água.
Onde está o seu dinheiro
Veja a ficha técnica de alguns fundos de private equity que contam com a participação da PREVI
Fundo: Brasil Governança Corporativa
Gestor: BR Educacional
Capital subscrito pela PREVI: R$ 120 milhões
Cota da PREVI: 20%
Empresas: o fundo de alvos múltiplos tem participação na rede varejista Horti Fruti, presente no Rio de Janeiro e no Espírito Santo e na Enesa Participações, terceira maior empresa montadora eletromecânica do país. Também possui participação na Abril Educação, holding da família Civita (Grupo Abril), que, por sua vez, possui 100% das editoras Ática e Scipione e do Sistema de Ensino SER.
Fundo: Brasil Internacionalização de Empresas
Gestor: TCG (Grupo Carlyle)
Capital subscrito pela PREVI: R$ 88 milhões
Cota da PREVI: 24,44%
Empresas: o fundo, criado para apoiar a internacionalização de companhias brasileiras, investe na Indústria de Meias Scalina, fabricante das meias TriFil.
Fundo: Brasil Agronegócio
Gestor: BRZ Investimentos
Capital subscrito pela PREVI: R$ 80 milhões
Participação da PREVI: 20%
Empresas: o fundo investe na Amara (produção de madeira certificada) e na Agrifirma Brasil, dedicada a comprar terras agrícolas não desenvolvidas e áreas degradadas, para transformá-las em terras de alta qualidade produtiva num prazo de três a cinco anos.
Fundo: Brasil Sustentabilidade
Gestor: BRZ Investimentos e Latour
Capital subscrito pela PREVI: R$ 80 milhões
Cota da PREVI: 19,46%
Empresas: Amata S.A. (produção de madeira certificada) e Eco Brasil Florestas (exploração de uma base florestal de escala industrial na região Centro-Norte).
Fundo: Logística Brasil FIP
Gestor: BRZ Investimentos
Capital subscrito pela PREVI: R$ 60 milhões
Cota da PREVI: 12,99%
Empresas: o fundo investe em três terminais portuários em Santa Catarina. O primeiro deles, o Tecon SC, em Itapoá, já está operando. Além disso, investe no Grupo Poit (aluguel de geradores), na Elog (holding operacional que detém os ativos do Grupo Ecorodovias), entre outros ativos.
Fundo: Global Equity Properties
Gestor: Global Equity Administradora de Recursos
Capital subscrito pela PREVI: R$ 50 milhões
Cota da PREVI: 18,97%
Empresas: o fundo investe em 17 projetos imobiliários, 13 residenciais e os restantes, comerciais, localizados em diversas cidades do país. A variedade de projetos no portfólio e a diversidade na localização ajudam a diluir o risco. Recentemente, o fundo entregou seu primeiro empreendimento imobiliário: o Ideale Charitas, prédio residencial, localizado no bairro de Charitas em Niterói (RJ). Esse é o primeiro investimento imobiliário residencial da PREVI, feito via fundo de private equity. Antes de ficar pronto, o prédio tinha sido totalmente vendido.
Fundo: BR Educacional
Gestor: BR Educacional
Capital subscrito pela PREVI: R$ 35,42 milhões
Participação da PREVI: 9,99%
Empresas: o fundo promoveu a fusão de três empresas de educação corporativa (Milestone, Eduweb e QuickMind) e investiu mais de R$ 100 milhões na holding Abril Educação.
Fundo: Rio Bravo Nordeste
Gestor: Rio Bravo Investimentos
Capital subscrito pela PREVI: R$ 15 milhões
Cota da PREVI: 11,38%
Empresas: o fundo, de alvos múltiplos, é focado em investimentos em companhias da Região Nordeste, como a Estaf (locação de máquinas e equipamentos), Multdia (indústria de bens alimentícios e distribuição de bens de consumo) e a T&A Construção Pré-Fabricada (segunda maior indústria de pré-fabricados de concreto do país).
Fundo: Fundotec II
Gestor: FIR Capital Partners
Capital Subscrito pela PREVI: R$ 12 milhões
Cota da PREVI: 15,5%
Empresas: com os setores de biotecnologia e tecnologia da informação como alvos, o fundo investe nas empresas Safetrace (informação para rastreabilidade de rebanhos), Samba Tech (distribuição de conteúdo digital), Devex (tecnologia para gestão de minas), entre outras.