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Muito além da Bolsa
PREVI investe em fundos de private equity para diversificar aplicações em renda variável e aproveitar boas oportunidades
Você tem alguma meia da marca TriFil na gaveta? Tem algum filho estudando em colégios do Sistema Anglo de ensino? Já comeu cereais ou bolos da Nutriday? Já comprou frutas e verduras nos Supermercados Horti Fruti, do Rio de Janeiro e Espírito Santo? Bem, se você já fez isso alguma vez, saiba que, indiretamente, contribuiu para engordar o patrimônio que vai garantir sua aposentadoria.
Na verdade, essas são algumas das dezenas de empresas nas quais a PREVI possui participações por meio de fundos de private equity, uma forma de investir em companhias que não têm ações na Bolsa de Valores, mas apresentam grande potencial de crescimento. Esses fundos de investimento representam uma modalidade relativamente nova no Brasil, que ganhou fôlego nos últimos cinco anos. Mas trata-se de um segmento centenário na indústria financeira dos Estados Unidos e da Europa, que vem se tornando uma boa alternativa para a PREVI diversificar seu portfólio de renda variável e aproveitar boas oportunidades de negócios em setores atraentes e empresas com grande potencial.
Participação direta na gestão do fundo
Os fundos de private equity são montados com a finalidade de fomentar algum setor da economia. Varejo, educação, energia, agronegócio, tecnologia. As possibilidades são praticamente ilimitadas. O trabalho é conduzido por gestores que captam recursos de investidores e compram participações em empresas que atendam à estratégia criada para o fundo. Essa gestão é remunerada por duas taxas: uma de administração e outra de performance sobre o rendimento projetado. Os investidores, por sua vez, têm atuação direta na governança corporativa do fundo.
“A ideia é captar as oportunidades geradas pelo momento econômico ou de um determinado setor, comprando participações relevantes em empresas”, explica Onito Barbosa, diretor-executivo da Global Equity, gestora de um dos fundos de private equity em que a PREVI investe. Segundo ele, os grandes vetores de crescimento da economia indicam ao gestor onde garimpar as oportunidades de negócios. “O crescimento da classe C, por exemplo, aponta boas oportunidades em empresas de consumo que atendam a esse público. Já indústrias de setores que enfrentam forte concorrência da China não seriam as opções mais indicadas”, explica.
Como se trata de empresas com o capital fechado, os gestores também procuram identificar seu potencial de crescimento específico e os pontos a serem trabalhados para que o investimento dê retorno, incluindo melhorias na gestão ou na governança corporativa. Outra estratégia possível é comprar várias empresas do mesmo segmento e depois consolidar suas operações, criando um grande player.
Jaime Rangel, sócio da BRZ Investimentos, também gestora de fundos em que a PREVI é cotista, lembra que os fundos de private equity ajudam os investidores a explorar segmentos econômicos pouco representados na Bolsa. “O setor de agronegócio, por exemplo, corresponde a um terço do PIB brasileiro, mas não está representado na mesma proporção na Bolsa de Valores”, explica. “O private equity é uma oportunidade para ampliar investimentos de renda variável em um setor como esse, que apresenta grande crescimento.”
O retorno do capital
Mas vamos ao que interessa para o participante da PREVI: o retorno do capital aplicado. No private equity, esse retorno ocorre quando as participações do fundo são vendidas a outros investidores ou, ainda, a empresas interessadas. Ou quando o fundo abre o capital das companhias na Bolsa de Valores, e os investidores resgatam suas cotas.
O retorno costuma ser bastante alto quando o negócio dá certo, mas o tempo de maturação do investimento é longo. Ou seja, nos primeiros anos, a rentabilidade de um fundo de private equity normalmente é negativa, pois os investidores estão colocando dinheiro para comprar as participações nas empresas, e o retorno só vem alguns anos depois, quando as participações são vendidas.
Por outro lado, o tempo de maturação atrai investidores institucionais, como a PREVI. “Para a grande maioria, o passivo é de longo prazo, cada participante contribui por 25 ou 30 anos até receber o benefício”, observa Rangel. “Isso dá liberdade a esse investidor institucional para aplicar num ativo que tem um período de maturação de quatro ou cinco anos, com liquidez bem menor, mas que pode dar um retorno maior”, acrescenta Ricardo Propheta, sócio da BRZ. No caso da PREVI, a maioria dos fundos de private ainda está no período de investimento.