recursos do plano
Plano 1 prioriza redução de déficit
Rebalanceamento da carteira de investimentos reflete busca por rentabilidade e liquidez, com redução de riscos
O principal objetivo da Política de Investimentos para o Plano 1 no curto prazo é a redução do déficit atuarial, ano a ano, de modo que o Plano volte a uma situação de equilíbrio. Ao mesmo tempo, no horizonte de médio e longo prazos, a busca por redução de riscos e aumento de liquidez continua.
As alocações de investimento sofreram pequenas alterações. A Renda Variável, que tinha um limite mínimo de 41,75% e máximo de 49,75%, agora tem um intervalo de 43,90% a 51,90%, enquanto a Renda Fixa passou de 39,85% a 47,85% em 2017 para 38,20% a 46,20% em 2018.
Apesar da alocação máxima de Renda Variável ter aumentado, a tendência de desinvestimento dessa classe de ativos permanece, como explica o diretor de Investimentos, Marcus Moreira: “A estratégia de migração da Renda Variável para a Renda Fixa é a mesma, a velocidade de execução que mudou. É necessário analisar a conjuntura para perseguir o resultado, e estamos em um cenário de redução da taxa de juros. Mas, no longo prazo, continuaremos aumentando nossa fatia de Renda Fixa e diminuindo a de Renda Variável, paulatinamente.”
Essa estratégia é importante porque a redução da exposição ao risco na carteira de investimentos do Plano 1 não pode significar abrir mão da busca por rentabilidade. Afinal, o Plano precisa cumprir sua meta atuarial (hoje, em INPC + 5% ao ano) para gerar os recursos necessários ao pagamento dos benefícios ao longo do tempo.
O processo de desfazimento deve ser conduzido de modo que não haja venda de ativos com prejuízo para o patrimônio do Plano, mas sim com o objetivo de dar flexibilidade à carteira, para que a PREVI possa aproveitar as melhores oportunidades de negócio – como foi feito no final de 2016, com a venda da participação na CPFL.
Diversificação
Segundo Marcus Moreira, o eventual aumento da alocação em Renda Variável não significa aumentar a exposição, já que o risco de concentração desse tipo de investimento está sendo mitigado com o rebalanceamento da carteira e aumento da diversificação.
“A grande mudança reforçada nessa Política é a forma de diminuir a exposição em renda variável. Tínhamos uma visão de desinvestimento somente como venda de participação, mas introduzimos um conceito que chamamos de ‘desinvestimento líquido’. O objetivo é diminuir a composição da carteira, mas também diminuir o risco. Após muitos anos, passamos novamente a ser compradores de Renda Variável de ativos que não tínhamos na carteira. Podemos, eventualmente, diminuir a exposição só vendendo ativos, ou vendendo mais e comprando um pouco. Queremos estar presentes em mais empresas, com uma fatia menor, diminuindo um pouco a nossa importância no processo de governança e no processo de participação via conselho, porque entendemos que o Plano 1 já atingiu a maturidade, e essa estratégia já cumpriu seu dever.”
Previsibilidade
Essa estratégia é reflexo do perfil maduro do Plano 1. Com cerca de dez aposentados e pensionistas para cada participante da ativa, e fechado a novas adesões, o Plano já paga mais de R$ 12 bilhões em benefícios por ano. Como este volume vai crescer até atingir seu ponto máximo por volta de 2030, temos um cenário que exige ativos de baixo risco para evitar perdas que sejam difíceis de serem revertidas numa fase em que a necessidade de desembolso de recursos se acentua. E com boa liquidez, para que possam ser convertidos facilmente em caixa para o pagamento de aposentadorias e pensões.
Dentro dessa perspectiva, a recomendação é priorizar investimentos mais previsíveis, com fluxos de dividendos estáveis e, se possível, com vencimentos casados com o fluxo de pagamento de benefícios do Plano. Para isso, a Diretoria de Investimentos, que executa a Política, conta com ferramentas desenvolvidas pela Diretoria de Planejamento. São elas a Matriz de Atratividade Setorial, que determina os setores com melhor potencial de retorno, e a metodologia de ALM (Gerenciamento de Ativos e Passivos, na sigla em inglês), que busca o casamento entre os fluxos dos investimentos e as necessidades de pagamentos de benefícios.