2016: destaques e desempenho

A economia brasileira passou por momentos de grande turbulência em 2016, agravados pela instabilidade política e institucional decorrentes do impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, e das consequências da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Os prognósticos iniciais sobre o ano, que incluíam uma previsão do início da retomada da atividade econômica, não se concretizaram: quase todos os indicadores macroeconômicos importantes seguiram em baixa e foi registrada, pelo segundo ano consecutivo, uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Além do contexto desfavorável, algumas das maiores instituições do setor de previdência complementar foram alvos de questionamentos acerca de sua gestão e de seu desempenho, deflagrados pela CPI dos Fundos de Pensão (leia mais no capítulo Perfil).

A despeito do cenário desafiador, a PREVI teve um ano positivo, com o registro de superávit no exercício, apesar de ainda apresentar déficit acumulado em seu resultado. A prudência nas decisões de gestão, a contenção de custos e a aplicação diligente das Políticas de Investimentos possibilitaram mitigar os efeitos negativos da economia em baixa e da crise política. O resultado de 2016 confirmou o acerto da estratégia definida. O Plano 1 registrou rentabilidade acumulada de 15,03% em seus investimentos, impulsionada pelos segmentos de renda fixa e renda variável (que representam cerca de 90% dos recursos do plano). O PREVI Futuro teve rentabilidade total de 22,52%. Ambos os desempenhos foram superiores à taxa atuarial definida para o ano (11,91%).

Equacionamento do déficit de 2015: sem necessidade de contribuição extraordinária em 2017

Durante boa parte de 2016, várias áreas da PREVI trabalharam em conjunto na elaboração de um Plano de Equacionamento para o Plano 1. Em 2015, foi contabilizado um déficit acumulado de R$ 16,1 bilhões. Em cumprimento às leis 108 e 109 e à Resolução CGPC 26, precisariam ser equacionados R$ 2,9 bilhões. Esse valor corresponde à diferença entre R$ 5,1 bilhões (valor que excede o limite de déficit permitido em 2015, a saber: 8,1% da Reserva Matemática, equivalente a R$ 11 bilhões) e R$ 2,2 bilhões (ajuste de precificação dos títulos mantidos até o vencimento). Antes do fim do ano, no entanto, o excedente de rentabilidade apurado até o mês de novembro permitiu que o equacionamento fosse efetuado sem contribuições extraordinárias de associados e patrocinadores. Leia mais sobre o Plano 1 no capítulo Planos de benefícios.

O cenário no Brasil e no mundo

Em 2016, o PIB caiu 3,6% em comparação com o resultado de 2015, o que caracterizou um quadro de recessão. O resultado fez com que o Ministério da Fazenda revisasse para baixo as previsões a respeito de 2017. Indicadores como o nível de atividade industrial, a taxa de desemprego e o consumo das famílias registraram desempenhos desfavoráveis. A taxa básica de juros continuou alta (13,75% ao ano, ao fim de 2016), apesar de ter sofrido uma redução, a primeira em quatro anos, em outubro. Por outro lado, a inflação, que tem impacto direto no valor dos benefícios pagos pela PREVI, teve uma queda em comparação a 2015. Os últimos meses do ano viram um aumento da confiança de investidores e empresas em relação à economia. As medidas de ajuste fiscal e orçamentário propostas pelo governo foram bem recebidas pelo mercado, o que levou a previsões de crescimento (ainda modesto) da economia para o segundo semestre de 2017.

No cenário internacional, viu-se um panorama de crescimento baixo e incertezas. As economias avançadas prosseguiram em ritmo lento, enquanto os países em desenvolvimento sofreram com as cotações em baixa das commodities, como o petróleo e os minérios. O comércio global e os fluxos transnacionais de capital continuaram enfraquecidos. Duas reviravoltas na política causaram mais volatilidade na economia: a decisão da Grã-Bretanha de abandonar, nos próximos anos, a União Europeia (Brexit) e a vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial nos Estados Unidos. De acordo com analistas, os acontecimentos elevam ainda mais o nível de risco em torno da economia global e devem demandar cautela de investidores no mundo todo.

A PREVI procurou seguir à risca as direções apontadas por suas Políticas de Investimentos, num esforço para manter os níveis de liquidez necessários aos pagamentos devidos e minimizar sua exposição a riscos. A solidez e a resiliência da carteira de investimentos da Entidade, aliadas a um monitoramento constante do risco de liquidez dos planos, permitiram suportar os efeitos negativos do cenário sem a necessidade de desfazimento de ativos em um momento desfavorável.

Os números do ano

Rentabilidade, série histórica (%)




Ativos totais, série histórica por plano (R$ bilhões)




Investimentos totais, série histórica (R$ bilhões)




Participação da PREVI** no total das EFPCs, série histórica (%)



*Entidades fechadas de previdência complementar. Fonte: Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc – 3.º trimestre/2016).
** Não inclui investimentos da Capec.

Plano 1: valor pago em benefícios, série histórica (R$ bilhões)


PREVI Futuro: valor pago em benefícios, série histórica (R$ milhões)


Destaques do ano

Hotsite Resultados dos Planos: mais transparência

Para ampliar a agilidade na divulgação dos resultados financeiros e do desempenho de seus investimentos, a PREVI lançou um site exclusivo (ou hotsite) de resultado. Mensalmente, são publicados dados relativos à rentabilidade dos planos, à evolução dos ativos e às recentes tendências dos mercados. O Hotsite Resultados dos Planos foi um dos destaques de um ano em que a transparência deu a tônica na comunicação entre a PREVI e seus públicos (leia mais no capítulo Transparência, relacionamento e prestação de contas).

Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai) do BB

Lançado pelo Banco do Brasil em novembro, o Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai) teve como público-alvo os funcionários aposentados por tempo de contribuição ou idade pelo INSS até 31 de dezembro de 2016, os que detivessem os pré-requisitos e protocolassem o pedido de aposentadoria por tempo de contribuição ou idade no INSS até a mesma data, ainda que o desligamento só ocorresse posteriormente, e os que possuíam condições de se aposentar pela PREVI até 31 de dezembro de 2016. Um total de 9.409 funcionários (o que incluiu 42 colaboradores da PREVI) aderiu ao Peai, o que exigiu um esforço extra no atendimento ao influxo de novos aposentados. Durante a fase de inscrições no plano de aposentadoria, uma série de conteúdos informativos sobre a iniciativa foi publicada nos canais de comunicação da PREVI, de modo a sanar dúvidas dos interessados (incluindo os tratamentos diferenciados para associados do Plano 1 e do PREVI Futuro).

Novo Modelo Operacional e Modernização da Arquitetura de TI

A PREVI concluiu em 2016 a implantação de seu Novo Modelo Operacional de tecnologia da informação (TI), iniciada em 2015. Esse novo modelo atualizou os processos de governança e de atendimento de demandas e implementou o conceito de TI Bimodal na Gerência de Tecnologia da Informação (Infor), com um segmento focado na manutenção da operação e outro no desenvolvimento de novas soluções. Após a implantação do Novo Modelo Operacional em todas as áreas da Entidade, são esperados ganhos de produtividade, maior transparência no planejamento e acompanhamento das demandas e melhorias nos controles internos, o que se traduz em maior eficiência e qualidade no atendimento aos associados.

Dando continuidade ao processo, em abril de 2016 foi iniciado o projeto de Modernização da Arquitetura de TI, que teve como objetivo detalhar as necessidades de aprimoramento tecnológico da PREVI e definir um planejamento estruturado de iniciativas em meio às áreas de negócio, visando, com isso, aumentar a eficiência operacional e reduzir custos por meio de maior alinhamento da área de TI com os objetivos estratégicos da Entidade. Leia mais no capítulo Transparência, relacionamento e prestação de contas.

Reestruturação da Diretoria de Participações

No mês de agosto, foi concluída a reestruturação da Diretoria de Participações. As mudanças já refletem as transformações pelas quais a área vai passar nos próximos anos, com a gradual diminuição da carteira de renda variável do Plano 1. Duas gerências (Governança Corporativa e Participações Mobiliárias sem Controle Acionário – Gegop e Participações Mobiliárias – Gepar) foram fundidas, o que vai gerar uma economia anual de R$ 1,2 milhão para a PREVI.

PREVInir é premiado em Encontro Sul-Americano de RH

O PREVInir, o programa de gestão integrada de saúde e qualidade de vida no trabalho da PREVI, ganhou o Prêmio Esarh 2016, concedido pelo Encontro Sul-Americano de Recursos Humanos. O prêmio reconhece e incentiva as melhores práticas nas modalidades Gestão de Pessoas, Responsabilidade Social e Valorização da Convivência; com o case "PREVInir: viver bem, trabalhar melhor", o PREVInir foi premiado na categoria Valorização da Convivência. Saiba mais sobre o programa (que completou 10 anos de existência em 2016) no capítulo Transparência, relacionamento e prestação de contas.

Aprovação do Teto de Complemento de Benefícios

Tema debatido internamente há vários anos, o Teto de Complemento de Benefícios para os participantes do Plano 1 foi fixado por decisão do Conselho Deliberativo da PREVI, em novembro. O valor será correspondente à remuneração de diretor do Banco do Brasil, maior posto alcançável exclusivamente por funcionários de carreira. Para a implementação efetiva do teto, o regulamento precisa ser alterado e aprovado de acordo com os trâmites legais, que envolve o patrocinador (BB), os órgãos de controle e a Previc.

Quarto certificado de Empresa Cidadã

A PREVI recebeu em novembro de 2016, pelo quarto ano consecutivo, o certificado de Empresa Cidadã concedido pelo Conselho Regional de Contabilidade do estado do Rio de Janeiro (CRC-RJ). É um reconhecimento pela qualidade das informações contábeis e socioambientais publicadas nos relatórios anuais de organizações de todos os portes, segmentos e regiões do Brasil. A PREVI foi o primeiro fundo de pensão brasileiro a publicar o Balanço Social, em 1998, e desde 2011 a Entidade reúne informações financeiras e de sustentabilidade em um único documento, seguindo as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI).

Lançamento do Curso PREVI para Participantes

Em setembro de 2016, a PREVI lançou o Curso PREVI para Participantes, aplicado especialmente para participantes formadores de opinião ou que exercem atividades em entidades de representação. O curso tem como objetivo apresentar para as associações o contexto previdenciário, os planos, produtos e serviços, possibilitando disseminação de informações e contribuindo para a imagem da PREVI na sua rede de relacionamentos.