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Estratégia e investimentos

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Entenda os mais importantes movimentos que a PREVI fez em 2015 para minimizar o impacto da conjuntura negativa e quais são as perspectivas estratégicas de médio e longo prazo.

Num ano marcado por instabilidade política, indicadores de crescimento econômico em baixa, inflação crescente, dólar em valorização recorde e muita volatilidade nos mercados, a PREVI reforçou o foco no cumprimento de suas Políticas de Investimento, que direcionam e enquadram as decisões tomadas sobre suas diversas carteiras de ativos. As perspectivas traçadas pelas Políticas de Investimento 2016-2022 não foram alteradas em relação às políticas anteriores (2015-2021), que previam dois anos – 2015 e 2016 – de economia instável e em recessão, com uma recuperação aventada a partir de 2017.

Diante do cenário, o monitoramento dos riscos a que a PREVI está exposta foi reforçado. Observou-se a necessidade crescente de liquidez para o pagamento de valores cada vez maiores em benefícios. Prosseguiu o processo de desinvestimento em renda variável, após avaliações cuidadosas das condições de mercado, para evitar a destruição de valor de ativos conjunturalmente depreciados. E as oportunidades em renda fixa foram bem aproveitadas, num ano de taxa de juros em alta. Esses movimentos foram feitos com a cautela devida, tendo como prioridade a preservação do patrimônio dos planos e os compromissos de longo prazo com os participantes. E garantiram um desempenho em 2015 que, se não foi o suficiente para contrabalançar todos os efeitos do cenário negativo, foi melhor do que o da média das demais instituições de previdência complementar brasileiras.

Rentabilidade 2015 (%)

Políticas de Investimento e gestão de riscos

Como em todos os anos, as Políticas de Investimento de cada plano foram revistas e aprovadas pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo, buscando o equilíbrio entre risco e retorno e o cumprimento estrito das obrigações da Entidade com seus participantes. O processo leva em consideração a Missão da PREVI, o apetite ao risco de cada plano, os objetivos de investimentos, a política de composição de ativos, a estrutura de gestão de investimentos e a avaliação de desempenho. Assim, é possível construir um conjunto de diretrizes para uma gestão estratégica e de longo prazo. [GR GRI G4-FS1]

Entre os novos critérios adotados no processo em 2015, destacaram-se o aperfeiçoamento dos pontos de controle para a Diretoria Executiva, a adoção de estudos comparativos entre vários segmentos de investimento no Brasil e no exterior, a participação dos Conselhos Consultivos do Plano 1 e do PREVI Futuro na formulação das propostas e o acompanhamento mensal das políticas (2015-2021), disponibilizadas na intranet da PREVI.

Foi efetuado um trabalho para disseminar a prática do acompanhamento contínuo da aplicação das políticas por todas as gerências da PREVI, por meio de relatórios que são disponibilizados mensalmente na intranet da PREVI e diretamente aos gerentes executivos. O esforço foi seguido pela revisão do processo de avaliação das corretoras de renda variável e de fundos de private equity que prestam serviços à Entidade, visando à aferição mais exata do desempenho da gestão dos ativos. Também foi oficializado o início de um projeto que pretende revisar e validar os modelos macroeconômicos e o desenvolvimento de novos métodos de cenários ponderados e de estresse, além dos riscos de mercado, crédito e atuarial.

Plano 1 – Macroalocação (%)

2014-2020 2015-2021 2016-2022
Segmentos Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima
Renda variável 53,52 61,52 53,45 61,45 47,90 55,90
Renda fixa 27,62 35,62 27,75 35,75 32,20 40,20
Imóveis 5 7,5 5 7,5 5 7,8
Operações com participantes 1,27 5,27 1,2 5,2 1,7 5,7
Investimentos estruturados 0 1,5 0 1,6 0 1,6
Investimentos no exterior 0 0,4 0 0,5 0 0,5

PREVI Futuro – Macroalocação (%)

2014-2020 2015-2021 2016-2022
Segmentos Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima
Renda variável 0 50 0 60 0 60
Renda fixa 21 95 21 95 21 95
Imóveis 0 8 0 8 0 8
Operações com participantes 5 15 5 15 5 15
Investimentos estruturados 0 5 0 5 0 5
Investimentos no exterior 0 1 0 1 0 1

Capec – Macroalocação (%)

2014-2020 2015-2021 2016-2022
Segmento Indexador Alocação máxima Indexador Alocação máxima Indexador Alocação máxima
Renda fixa Selic 100 Selic 100 Selic 100

Riscos e ALM

Uma prioridade do pensamento estratégico em 2015 foi o aprimoramento da avaliação e da mitigação dos riscos aos quais os investimentos da PREVI estão expostos, sempre considerando o tripé risco, retorno e liquidez. Na busca pela excelência na Gestão Baseada em Risco (GBR), foi aprovada a Política de Riscos, que inclui conceitos, princípios e diretrizes a serem adotados na gestão da PREVI. A Gerência de Riscos reviu e documentou todos os seus processos, tornando seu trabalho mais sistematizado e integrado à gestão. Sobre os riscos de crédito, houve um processo de maior interação com as diretorias de Crédito e de Gestão de Riscos do Banco do Brasil. No nível de governança, foi criado o Comitê de Gestão de Riscos em nível gerencial, integrando as áreas responsáveis pela gestão dos principais riscos monitorados pela PREVI. Também foi criado o Comitê de Assessoramento Técnico de Riscos, ligado diretamente ao Conselho Deliberativo (Delib), composto por dois membros do Delib e pelo diretor de Planejamento, com a função de realizar uma análise prévia de temas relativos à gestão de riscos, quando submetidos ao Conselho Deliberativo.

O Comitê de ALM (asset and liability management – gestão de ativos e passivos) foi reforçado. Fundado em 2014 e integrado apenas pelas diretorias de Planejamento e de Investimentos, em 2015 ganhou a adesão das diretorias de Participações e de Seguridade, em reuniões mensais de análise e formulação de recomendações. Mais robusto, o trabalho do comitê contribuiu para a formulação das Políticas de Investimento. A gestão de ALM da PREVI considera mais de mil cenários macroeconômicos possíveis para avaliar o comportamento dos investimentos. Todo esse processo está sendo validado e certificado por uma consultoria externa, que levantou uma série de pontos de atenção e sugestões de melhoria tanto no trabalho interno quanto no relacionamento da gerência responsável com as outras áreas.

Em 2015, a Diretoria de Planejamento iniciou formulação de indicadores-chave de risco que, integrados, passarão a fazer parte do conjunto de informações disponíveis a todos os gestores e colegiados. Outra iniciativa é o processo de mensuração de capital, que inclui cálculos para mensurar o real nível de riscos a que os planos estão expostos, permitindo simular decisões de alocação de recursos que mitiguem tais riscos. A PREVI também realiza auditorias programadas de caráter preventivo, para identificar e avaliar riscos ligados aos processos mais relevantes. Os testes avaliam a aderência dos processos e procedimentos a políticas, diretrizes, normativos institucionais e legislação externa aplicável. Os processos são avaliados pela Auditoria Interna no mínimo uma vez a cada quatro anos, sem exclusões ou limitações de regiões ou de produtos e serviços na cobertura das auditorias. São consultadas para esse trabalho as normas prudenciais, produzidas pelas autoridades e pelos órgãos reguladores, como a Previc, o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) e outros. A PREVI também contrata anualmente auditorias externas para avaliar suas demonstrações contábeis.

As ocorrências identificadas são discutidas com as gerências responsáveis pelos processos e reportadas à Diretoria Executiva, ao Conselho Deliberativo e ao Conselho Fiscal. O acompanhamento do cumprimento das recomendações é feito de forma sistematizada. A Auditoria Interna acompanha os prazos e demais condições das recomendações emitidas a fim de conhecer as ações em andamento e antecipar dificuldades potenciais. [GRI G4-FS9]

Principais categorias de riscos monitoradas pela PREVI

Risco Definição Como é mensurado e mitigado
Mercado Relativos ao comportamento dos mercados (ações, renda fixa, imóveis etc.) e seus impactos sobre os ativos da PREVI Definido pelas metas de rentabilidade e limites de risco, utilizando indicadores como Value-at-Risk (VaR), a divergência não planejada (DNP), o tracking error (TE) e a simulação de estresse
Crédito Risco de inadimplência, relativo a três grupos: instituições financeiras, instituições não financeiras e participantes (Empréstimo Simples e Financiamento Imobiliário) Os parâmetros de avaliação foram revisados em 2015, garantindo monitoramento mais acurado de cada operação. Além disso, são estabelecidos ratings internos para instituições financeiras e não financeiras, bem como definidos limites operacionais de investimento
Liquidez O risco de não haver recursos suficientes em caixa para honrar o pagamento imediato de benefícios e outras despesas Além de monitorar o risco, a PREVI o evita com a formação de um caixa mínimo formado por ativos de altíssima liquidez, suficiente para garantir os pagamentos por um período mínimo de seis meses, sem necessidade de realização de prejuízo
Solvência Relativo à capacidade de os planos honrarem seus compromissos de longo prazo Medido pelas projeções das necessidades de caixa e do resultado de cada plano no futuro, é base para o processo de revisão anual das Políticas de Investimento
Operacional Relacionados a todas as atividades da PREVI e seus possíveis impactos negativos (exposição financeira, prejuízo de imagem pública, descumprimento de regulações etc.) Monitoram-se a probabilidade de ocorrência, os impactos potenciais e os mecanismos de controle para cada risco identificado
Legal Potenciais perdas financeiras decorrentes de sanções impostas por órgãos regulatórios ou instâncias da Justiça, incluindo indenizações, multas, tributos etc. Monitoramento pelas áreas de compliance e de controles. Em 2015, vários processos foram revisados para adequação a novas leis, como a Lei Anticorrupção
Atuarial Risco de não formação de reserva adequada em função da ocorrência de riscos biométricos, como aumento da longevidade ou alteração da taxa de entrada em invalidez Além do cálculo do passivo atuarial, são simulados diversos cenários para cada participante, determinando possíveis provisões matemáticas. Esse conjunto de reservas é usado também para a mensuração do risco de solvência do plano

Decisões de investimento em 2015

O cenário macroeconômico descrito nas páginas anteriores fez com que as decisões em 2015 fossem feitas com cautela e ponderação – com muita atenção às políticas de cada plano e suas necessidades específicas (mais liquidez para os pagamentos do Plano 1 e acumulação para o PREVI Futuro).

Renda fixa

A alta da taxa básica de juros propiciou boas oportunidades para investimento em títulos públicos em 2015, especialmente os indexados ao IPCA (NTN-B). Diante da expectativa de um cenário desafiador para o ano de 2016 e visando reduzir o impacto da volatilidade de mercado dos títulos públicos no valor da cota do PREVI Futuro, a Entidade promoveu de forma prudente a reclassificação contábil de parte da carteira do plano (R$ 201,67 milhões) no fechamento do balanço, mediante a transferência de ativos "marcados a mercado” (precificação diária conforme taxas de mercado) para a categoria "títulos mantidos até o vencimento”, em que passarão a ter a rentabilidade diária apurada conforme sua taxa de aquisição.

Rentabilidade 2015 (%)

Renda fixa

*Índice de referência do segmento definido nas Políticas de Investimento dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Indicadores de mercado

Renda variável

O cenário econômico impactou empresas de todos os setores. Mesmo com a diversificação dos investimentos em renda variável, o reflexo da desvalorização dos ativos foi sentido na carteira dos planos. A baixa no valor das ações, tanto negociadas em bolsa quanto avaliadas a valor econômico, reflete o momento de depreciação pelo qual esses ativos estão passando.

Na carteira do Plano 1, as empresas que sofreram maior desvalorização no ano foram Vale/Litel, Banco do Brasil, Neoenergia, Petrobras, Bradesco e Invepar. A redução no valor das ações desses ativos representou um impacto de R$ 13,06 bilhões.

No PREVI Futuro, que possui atualmente 26,39% de seus ativos alocados em renda variável, as maiores desvalorizações foram relativas a Vale, Petrobras e Bradesco. Por ser um plano em fase de acumulação de recursos e, portanto, com mais tempo para recuperar eventuais depreciações, a tolerância ao risco é maior.

Prosseguiu a estratégia de gradual desinvestimento em renda variável no Plano 1, levando em conta o momento desfavorável para venda; após intensa volatilidade, o índice Ibovespa acumulou queda de 13,31%, terceira desvalorização anual consecutiva. As oportunidades que surgiram (papéis a bons preços, que forneceram liquidez adequada) foram aproveitadas e foram suficientes para cumprir a meta de desinvestimento programada para o ano. Nas empresas nas quais a PREVI ainda participa de blocos de controle, houve reduções pontuais na quantidade de ações livres.

Atualmente, o Plano 1 tem cerca de 48,09% de seus ativos alocados em renda variável. Em 2010, chegava a 64,5%. A redução no percentual ocorreu principalmente em função da depreciação momentânea dos ativos no mercado decorrentes do contexto econômico. Em menor escala, outro fator que contribuiu para a redução desse percentual foi a venda de ativos, que vem sendo realizada de forma planejada nos últimos anos, de acordo com as Políticas de Investimentos do plano. Apenas em 2015 foram desinvestidos R$ 3,8 bilhões no segmento.

Rentabilidade 2015 (%)

Renda variável

*Índice de referência do segmento definido nas Políticas de Investimento dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Indicadores de mercado

Imóveis

Os dois principais mercados imobiliários, as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, passam por momentos de baixa por razões distintas. No Rio, pela retração da demanda de locações; em São Paulo, pelo excesso de oferta de novos imóveis, fatores distintos que forçam a queda dos valores dos aluguéis corporativos. A PREVI, com grande exposição nessas praças, atuou ativamente para obter taxas de ocupação em patamares acima da média do mercado. Com um cenário que impôs cautela, a realização de investimentos em melhorias foi bastante criteriosa.

A carteira imobiliária encerrou 2015 com o iminente recebimento da Torre Matarazzo, em São Paulo, um edifício corporativo certificado como "AAA" pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), pela excelência em seus sistemas de automação, de ar-condicionado, elevadores, instalações elétricas e hidráulicas, geradores de energia e conforto térmico e acústico. O contrato de locação do edifício já está formalizado e irá gerar rendas em 2016.

Em relação aos shopping centers, a PREVI reforçou sua participação com a alocação de recursos do PREVI Futuro em dois empreendimentos, o NorteShopping (RJ) e o Shopping Vitória (ES), ativos consolidados nos quais o Plano 1 já tinha participação. O segmento de condomínios logísticos mostrou-se resiliente, com taxa de ocupação de 100% durante todo o ano.

Rentabilidade 2015 (%)

Investimentos imobiliários

*Meta de rentabilidade do segmento definido nas Políticas de Investimento dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Investimentos estruturados

A PREVI iniciou um novo ciclo de investimentos no segmento de investimentos estruturados em 2006, com base em algumas premissas: i) melhoras importantes nos aspectos regulatórios, repercutindo positivamente no ambiente institucional brasileiro; ii) fortalecimento do mercado acionário brasileiro com a criação dos níveis de governança da Bovespa e do mercado de acesso (Bovespa Mais); iii) ambiente econômico favorável, tanto no âmbito interno como externo; e iv) redução da taxa de juros no Brasil, o que, em última instância, demandou investimentos em classe de ativos de maior relação risco x retorno, visando atingir a meta atuarial.

Conhecidos como capital empreendedor, private equity e venture capital, são formas de financiamento a empresas com alto potencial de crescimento e rentabilidade. Trata-se de fundos de investimentos normalmente estruturados na forma de “condomínios fechados”. Ou seja, os investidores compram cotas do fundo e só é possível resgatá-las ao fim do prazo de duração, cerca de oito a dez anos após o início do fundo. Portanto, são investimentos que têm um horizonte de médio e longo prazo.

Os fundos de private equity passam sempre pelos efeitos da Curva J. Há uma fase inicial de investimento em que há desembolso e só depois tende a dar retorno positivo, em função de reavaliação ou venda dos ativos. Portanto, as rentabilidades negativas no início são previstas, porque fazem parte do processo de maturação dessa modalidade de investimento.

Os investimentos estruturados compõem o portfólio de ativos da PREVI e são importantes para a estratégia de diversificação, uma vez que os setores da economia nos quais esses fundos investem diferem muito do conjunto de ativos negociados na Bovespa. A PREVI possui uma carteira bem balanceada entre setores de atividade, como infraestrutura, logística, tecnologia da informação, varejo e agroindústria. O segmento de investimentos estruturados, por ser baseado em ativos vinculados à economia real, também foi impactado em 2015 pela desaceleração econômica brasileira.

Ciente desse cenário desafiador, não foram realizados investimentos em novos fundos em 2015 e aprimoraram-se os procedimentos de controle e acompanhamento dos fundos investidos e de suas mais de cem empresas. Os destaques positivos da carteira da private equity são os Fundos BR Educacional, finalizado em setembro de 2015, que obteve retorno nominal de 117%, e o FIP Caixa Barcelona que, apenas em 2015, rentabilizou 50,14%. Entretanto, a PREVI realizou provisão total para perdas em dois fundos: FIP Sondas (Sete Brasil) e Global Equity, mas continua a buscar alternativas para recuperar, mesmo que parcialmente, os investimentos.

Em relação ao FIP Global Equity, esse fundo tem como objetivo investir, por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), recursos em uma carteira diversificada de imóveis residenciais e comerciais destinados à venda. À época do investimento, o cenário macroeconômico era favorável, com boas perspectivas para o setor imobiliário.

O fundo direcionou investimentos para cidades produtoras ou participantes da cadeia do setor de óleo e gás, tais como Macaé, Campos, Itaboraí, Itaguaí e Santos. Os empreendimentos nessas cidades tinham perfil e viés comercial, visando atender à demanda por espaço, tanto por empresas de exploração como de serviços ligados à indústria do petróleo, que também gerariam demandas por moradia e hotelaria. Essa estratégia não teve sucesso, uma vez que os investimentos em infraestrutura petrolífera foram parcialmente paralisados, enfraquecendo a demanda por imóveis nas regiões supracitadas de maneira significativa. Vale ressaltar que a PREVI, em conjunto com os demais quotistas, promoveu a substituição do gestor, que terá como missão a liquidação ordenada do fundo.

O Plano 1 possui 29 fundos de investimentos no segmento de investimentos estruturados, o que representava 0,6% dos recursos garantidores do Plano em dezembro de 2015. Desses fundos, 12 se encontram em período de investimento e, portanto, naturalmente ainda não proporcionam rentabilidades positivas. Já o PREVI Futuro possui 18 fundos, o que representava 1,6% de seus recursos garantidores em dezembro de 2015. Assim como no Plano 1, 12 desses fundos estão ainda em período de investimento.

Rentabilidade 2015 (%)

Investimentos estruturados

*Meta de rentabilidade do segmento definido nas Políticas de Investimento dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Investimentos no exterior

Os investimentos foram diversificados em três fundos, com diferentes índices e composições, mas não houve alteração nos valores aportados. Proporcionalmente ao patrimônio total da PREVI, os ativos investidos no exterior ainda representam pouco, mas a rentabilidade obtida no ano foi boa e, com o crescimento do interesse de outros fundos (potenciais parceiros da PREVI), a tendência é que o setor ganhe importância no médio prazo.

Investimentos no exterior

*MSCI World Index + variação cambial

Para os próximos anos

As tendências para o médio e o longo prazo são definidas pelas características dos planos e pelos cenários macroeconômicos. O investimento em renda fixa continuará a ser atrativo enquanto não houver a perspectiva de uma queda da taxa de juros. O Plano 1 tem metas definidas de desinvestimento de sua carteira de renda variável, o que deverá incluir a revisão do acordo de acionistas na Vale e renegociação de posições em blocos de controle em algumas participações. A estratégia vem em linha com a necessidade crescente de liquidez. A carteira imobiliária não deve ser ampliada, diante do desaquecimento do setor. Já o PREVI Futuro deve adequar seus percentuais de investimento em renda variável, comportando uma tolerância ao risco coerente com um plano ainda em fase de acumulação, e ampliar sua carteira imobiliária.

Desde o começo da década passada, a PREVI presta contas à Previc em relação à necessidade de a Entidade desfazer-se de parcelas de suas participações em empresas de capital aberto. Foi traçado um plano de desenquadramento, acompanhado pela Previc regularmente, no qual a PREVI se comprometia a diminuir sua participação em determinadas empresas (um dos limites prevê, por exemplo, que fundos de pensão só podem deter um máximo de 25% do capital total de uma mesma companhia, conforme Art. 42 da Resolução CMN n.º 3.792, de 24/09/2009). Em 2015, houve o entendimento com o órgão regulador de que o momento não é adequado para o desfazimento de ativos que estão depreciados por conta da conjuntura. Ainda há a determinação do órgão para se buscar uma solução para o desenquadramento, mas agora sem uma data final definida, visando, dessa forma, preservar o melhor interesse dos associados.

Empresas e empreendimentos participados

O relacionamento entre a PREVI e as empresas nas quais a Entidade detém participação foi intenso em 2015. Além da disseminação regular de boas práticas de gestão e do estímulo a uma maior transparência em prol da governança de cada companhia – trabalho baseado nas recomendações do Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa –, a Entidade mantém constante acompanhamento das suas participações e está atenta a oportunidades de maximização de seus retornos e geração de liquidez nesses investimentos. Ainda foram revisados os critérios de seleção dos conselheiros, de modo a priorizar candidatos com comprovada experiência profissional e formação acadêmica compatível.

O foco na carteira imobiliária foi a manutenção de uma baixa taxa de vacância, esforço que continuará em 2016. A Entidade exerce seu direito de cobrar dos condomínios melhorias na qualidade dos serviços prestados aos locatários e em negociação de melhores condições contratuais, redução de custo e avanços em sustentabilidade.

Destaques da carteira no ano

  • Embraer: destaque de valorização do Ibovespa em 2015, experimentou boas receitas com exportações. A Embraer expandiu sua atuação no mercado europeu e lançou, no fim do ano, um novo modelo de jato, o Legacy 450. A área de Defesa & Segurança da companhia, que está alinhada com a estratégia de diversificação do portfólio, foi a responsável, em 2015, por 13,3% da receita líquida da empresa. Uma realização importante é o desenvolvimento do KC-390, uma nova aeronave de transporte tático militar que já conta com demanda de cinco países, além do Brasil. A aeronave é a maior já desenvolvida e fabricada no País e efetuou seu primeiro voo em fevereiro de 2015.

  • Invepar: os planos de abertura de capital pensados para 2015 não se concretizaram, devido à retração generalizada dos mercados. De forma a dar continuidade à financiabilidade de seus investimentos, a empresa alongou o perfil de sua dívida por meio da emissão, em novembro de 2015, de debêntures simples no valor de R$ 2 bilhões; os recursos obtidos foram usados na recompra de debêntures e notas promissórias e no pagamento de créditos bancários. Sócio da PREVI no empreendimento, o Grupo OAS passa por um processo de recuperação judicial, aprovado por seus credores em dezembro de 2015, e negocia a venda de sua participação por meio de leilão judicial. A Invepar tem importantes projetos no setor de infraestrutura (logística, transporte urbano), que vão gerar lucros e liquidez constantes no longo prazo.

  • Neoenergia e CPFL: o setor elétrico brasileiro, antes penalizado pela longa estiagem que culminou no aumento de seus custos operativos, alcançou reequilíbrio financeiro em virtude de acordos setoriais negociados em 2015, tais como a implantação das bandeiras tarifárias e de reajustes. Em 2016, os reservatórios começam a se recuperar, e o desafio será manter o equilíbrio alcançado, num cenário de desaceleração da economia e redução do consumo de energia.

  • Petrobras: a PREVI acompanhou de perto as dificuldades enfrentadas pela estatal em 2015, para assegurar-se de que estão sendo tomadas as medidas corretas de boa governança e saneamento da gestão. Além das complicações institucionais decorrentes das denúncias da Operação Lava Jato, a empresa sofreu com a queda global do preço do petróleo e precisou renegociar seu endividamento. Tudo isso refletiu em perda de valor de mercado. Foram realizados estudos jurídicos para análise de eventuais medidas judiciais que o acionista poderia propor diretamente contra a companhia, sendo que, à luz da legislação brasileira, não se verificaram presentes os requisitos para tal hipótese.

  • Sete Brasil: outra empresa que enfrentou problemas em razão do contexto do petróleo e gás. A decisão de investimento foi tomada em conjuntura distinta da atual, quando havia perspectivas de grandes projetos e lucros potenciais na exploração petrolífera. À época da criação do FIP Sondas, em 2010, a PREVI se comprometeu a investir até R$ 180 milhões ao longo do projeto para adquirir participação equivalente a 9,9% das cotas do capital total. Em decisão posterior à criação do fundo, em 2011, a Sete Brasil decidiu participar de nova licitação para fornecimento de 21 sondas à Petrobras, adicionais às sete originalmente contratadas, o que implicou aumento de capital de R$ 6,1 bilhões (R$ 1,8 bilhão para R$ 7,9 bilhões). A PREVI, após análise, decidiu não acompanhar os novos aportes, de forma que sua participação foi diluída dos 9,9% originais para os 2,3% atuais. Vale salientar que o valor investido na Sete Brasil, no terceiro trimestre de 2015, equivalia a aproximadamente 0,1% (R$ 144 milhões) das reservas do Plano 1 e 0,6% (R$ 36 milhões) dos ativos do PREVI Futuro. A PREVI está atenta à renegociação dos contratos entre a Sete e a Petrobras e às medidas tomadas para superar as dificuldades.

  • Suzano e Fibria: o segmento de papel e celulose manteve-se relativamente pouco afetado pelo fraco desempenho da economia brasileira. Beneficiada pela valorização do dólar, a Suzano se empenhou na melhoria dos índices de endividamento e aumento de sua competitividade. Já a Fibria, líder de mercado, anunciou seu plano de expansão, que consistirá na construção de nova linha de produção de celulose, e aumentará significativamente sua capacidade produtiva no curto prazo.

  • Tupy: apesar do cenário adverso no segmento da companhia, a ação se valorizou 18% no ano. A Tupy tem apresentado bons resultados, impulsionados pela receita do mercado externo, que se beneficia da taxa de câmbio favorável.

  • Vale:

    atualmente, a companhia representa em torno de 14% dos ativos da PREVI e é seu investimento mais relevante. A participação da Entidade na mineradora se dá principalmente de forma indireta, por meio do Fundo BB Carteira Ativa, que investe na Litel Participações S.A., conjuntamente com outros fundos de pensão. Em razão das normas que regulam os fundos de investimentos, essa participação é avaliada anualmente pelo método de fluxo de caixa descontado (valor econômico). O fundo, administrado pela BB DTVM, adota o mesmo critério de avaliação desde 2002: a administradora conduz a contratação de um banco de primeira linha com expertise para fazer esse tipo de avaliação (que também abrange os ativos Neoenergia e Invepar). São consideradas nesse trabalho premissas como preço do minério de ferro, preço de cobre e níquel, estimativa de produção e venda, investimentos, margem operacional e estimativas de custos. Além dessas, são consideradas ainda premissas econômico-financeiras, como projeção de variação cambial, taxa de juros e taxa de desconto.



    Em 2015, a participação da PREVI na Vale/Litel teve uma desvalorização de aproximadamente R$ 8 bilhões em relação a 2014. O principal fator que influenciou esse resultado foi a forte redução do preço do minério de ferro, principal produto de venda da companhia (os preços praticados pela Vale sofreram redução da ordem de 40,8%), combinado com a volatilidade da demanda da China, principal mercado comprador, que representa 34,9% da receita operacional bruta da Vale. A desvalorização do real em relação ao dólar é positiva para a companhia, mas não compensou esses fatores.



    A Vale tem reduzido seus custos de produção e despesas e aumentado sua eficiência operacional, além de ter como estratégia a disciplina de capital e o foco em seus principais negócios, com um programa de desinvestimentos de ativos non-core para fortalecer seu caixa. É importante destacar os recordes de produção anual verificados em 2015: foram 345,9 milhões de toneladas de minério de ferro (um crescimento de 4,3%); 291 mil toneladas de níquel (+5,8%); e 423,8 mil toneladas de cobre (+11,6%). Além disso, o custo caixa por tonelada métrica colocado nos portos brasileiros para o minério de ferro (sem considerar royalties) alcançou o marco mais baixo da indústria de minério de ferro: US$ 14,40. Essas iniciativas permitiram que a PREVI recebesse, em 2015, proventos no montante de R$ 871,3 milhões.



    Além da expectativa de que o preço do minério de ferro se estabilize em patamares mais elevados, está previsto para o segundo semestre de 2016 o início das operações do S11D, o maior projeto da Vale e do setor de mineração no mundo. O S11D contribuirá para que a companhia se torne ainda mais competitiva, por ter custo de produção baixo, além de transporte até o porto e minério de ferro de ótima qualidade.



    Outro fator que impactou a companhia em 2015 foi o acidente da Samarco, ocorrido em 5 de novembro, na região de Mariana (MG). A Vale, como sócia da Samarco (50% de participação), tem apoiado as iniciativas de mitigação dos impactos sociais e ambientais. Em 2/3/2016, a Samarco e seus acionistas, Vale e BHP, assinaram um acordo com o Governo Federal e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo que prevê medidas compensatórias e de reparação social, ambiental e econômica das regiões atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão. Veja o diretor de finanças e relações com investidores da mineradora, Luciano Siani, falando aos associados da Previ nesse vídeo

Relação de empresas participadas

Veja abaixo a relação de empresas, o percentual de participação da PREVI em cada uma e os índices nos quais se incluem.

Os índices são ferramentas que indicam e mensuram o desempenho de ativos que, segundo alguns critérios, apresentam diferenciação em termos de sustentabilidade e governança corporativa. Esses aspectos tendem a refletir empresas que apresentam uma gestão mais focada na perenidade da companhia. Estão relacionados os seguintes índices: Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE); Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC-X); Índice BM&FBovespa de Governança Corporativa Trade (IGC-T); Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – Novo Mercado (IGC-NM); e Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (Itag).

Empresa Segmento Participação da PREVI (%) Integra o ISE/IGC?
521 Participações Energia elétrica 100,00 -
Afluente Geração Energia elétrica 2,29 -
Afluente Transmissão Energia elétrica 2,29 -
Ambev Alimentos e bebidas 2,43 -
Bradesco Bancos 1,45 IGC-X, ISE e IGC-T
Banco do Brasil Bancos 10,38 IGC-X, ISE e IGC-T
BRF Alimentos e bebidas 10,04 IGC-NM, IGC-T, IGC-X, Itag e ISE
Coelba Energia elétrica 2,29 -
Cosern Energia elétrica 1,54 -
CPFL Energia Energia elétrica 29,45 IGC-X, ISE e IGC-T
Embraer Indústria aeronáutica 5,08 IGC-X, ISE e IGC-T
Fiago Telecom e TI 51,89 -
Fibria Celulose Celulose 0,70 IGC-X, ISE e IGC-T
Forjas Taurus Siderurgia 4,08 -
Fras-le Bens industriais 22,50 IGC-X
GTD Participações Energia elétrica 24,451 -
Invepar Infraestrutura 25,56 -
Invitel Legacy Telecom e TI 19,99 -
Itaú Unibanco Bancos 1,59 IGC-X, ISE e IGC-T
Itaúsa Bancos 2,15 IGC-X, ISE e IGC-T
Jereissati Participações Telecom e shoppings 18,42 -
Jereissati Telecom Telecom e TI 19,78 -
Kepler Weber Bens industriais 17,48 Itag
Klabin S.A. Celulose 0,11 2 IGC-X e ISE
Magazine Luiza Consumo 1,76 IGC-X
Metalúrgica Gerdau Siderurgia 0,80 IGC-X, ISE e IGC-T
Neoenergia Energia elétrica 49,01 3 -
Newtel Participações Telecom e TI 22,54 -
Oi Telecom e TI 0,59 IGC-X, ISE e IGC-T
Paranapanema Mineração 23,96 IGC-X
Petrobras Petróleo, gás e petroquímica 2,82 -
Randon Bens industriais 6,80 IGC-X
Rumo Logística Infraestrutura 2,12 IGC-X, ISE e IGC-T
Sauípe Hotelaria 100,00 -
Sete Brasil Petróleo, gás e petroquímica 2,30 4 -
Sul 116 Participações Telecom e TI 10,91 -
Suzano Papel e Celulose Celulose 0,41 IGC-X, ISE e IGC-T
Tupy Bens industriais 26,19 IGC-NM e IGC-T
Ultrapar Participações Petroquímica 5,35 IGC-X e IGC-T
Vale Mineração 15,64 5 IGC-X e IGC-T
WEG Bens industriais 0,07 IGC-X, ISE e IGC-T

Obs.: posição em 31 de dezembro de 2015.
1Reflete participação indireta via BNY Mellon GTD Fundo de Investimento em Participações.
2A participação se dá através de 705.600 unidades KLB N11.
3Reflete a participação direta (22,24%) e indireta, via BB Carteira Livre I (26,77%).
4Participação via Fundo de Investimentos em Participações Sondas (FIP Sondas).
5Reflete a participação direta (PREVI Futuro) e indireta (Plano 1), considerando ações resgatáveis.

Investimentos responsáveis

A PREVI é um dos maiores investidores institucionais do mundo e entende bem a importância de observar as melhores práticas de sustentabilidade tanto interna quanto externamente. Suas Políticas de Investimento incluem o monitoramento dos impactos sociais, ambientais e econômicos gerados pelas empresas nas quais a PREVI tem participação. A Entidade também acompanha de perto a evolução desses impactos, por meio de aplicação de pesquisas e questionários sobre gestão, risco e sustentabilidade; análise dos relatórios de sustentabilidade e de administração das empresas; e contatos regulares com os conselhos de administração e com as diretorias das companhias participadas. Há o estímulo permanente à adesão a pactos e princípios de boas práticas em governança corporativa, bem como o incentivo à observação de padrões internacionais de monitoramento de riscos ambientais e de transparência na comunicação com o público. [GRI G4-EC8, FS12]

A preocupação da Entidade nesse âmbito se desdobra em diversas frentes. A PREVI participa dos mais destacados fóruns de responsabilidade social corporativa, incluindo o Principles for Responsible Investment (PRI, do qual é o representante latino-americano), o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), o Carbon Disclosure Project (CDP) e o International Integrated Report Council (IIRC). No Brasil, mantém atuação destacada não apenas nas instituições setoriais, como a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Abrapp), mas também em iniciativas como o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. [GRI G4-16, G4-15]

Reconhecida como paradigma de boas práticas de gestão, a PREVI dispõe de uma série de documentos que balizam sua atuação socioambiental, incluindo a Política de Responsabilidade Socioambiental (RSA) e códigos de Melhores Práticas de Governança Corporativa (para empresas e empreendimentos imobiliários). A Política de RSA define as diretrizes para a manutenção e o desenvolvimento das estratégias e dos negócios da PREVI, de modo a que os ambientes social, natural e econômico em que a Entidade atua se desenvolvam e suportem as perspectivas de perenidade e aperfeiçoamento do próprio negócio. As políticas e os códigos e o atendimento aos normativos vigentes também pautam o desenvolvimento de produtos e serviços, que está definido em um dos Objetivos Estratégicos da PREVI: o fortalecimento na relação com o associado. [GRI G4-FS1, FS15]

As questões de RSA são consideradas na elaboração, implementação e fortalecimento das Políticas de Investimento e em suas práticas de gestão. Isso inclui ferramentas para análise socioambiental, o aprimoramento do corpo técnico em questões de sustentabilidade (incluindo um curso específico chamado Introdução a Negócios Responsáveis) e a promoção dos princípios da boa governança corporativa. Na análise de instituições financeiras, são considerados aspectos como o nível de governança corporativa da empresa, sua adesão às melhores práticas de sustentabilidade e se ela possui um código de ética formal e bem divulgado. É realizada uma análise dos indicadores financeiros da instituição; agregada a ela, o analista faz uma avaliação qualitativa, na qual os aspectos de governança e sustentabilidade citados são considerados. O estudo desses itens pelos técnicos é parte do questionário padrão de análise qualitativa de bancos, por exemplo. [GRI G4-FS2, FS4]

Os analistas de investimentos imobiliários fazem uma triagem ambiental e social dos ativos prospectados, validada pelo Comitê de Investimentos Imobiliários. Os ativos desejáveis na carteira recebem classificação positiva, e a negativa é para aqueles que não se enquadram no perfil desejável. É aplicado o conceito de best-in-class para os ativos considerados referências no processo de triagem positiva. Ainda no setor imobiliário, a legislação vigente exige estudos de impacto ambiental para licenciamento e autorização de obras. As especificidades variam de acordo com cada estado e município, área de construção e natureza do projeto. Ainda é exigida, no conteúdo das escrituras e promessas de compra e venda, a inclusão de cláusulas que firmem o comprometimento das partes com a Lei Anticorrupção (12.846/2013). [GRI G4-FS11]

A Política de RSA também orienta que a PREVI, nas relações com as empresas investidas e com o patrocinador, deverá buscar a ampliação dos diálogos para a criação e a disseminação de práticas conjuntas aderentes ao esforço para o desenvolvimento nacional em âmbito econômico, ambiental, social e cultural. Para tanto, prevê o estímulo à inserção de aspectos de sustentabilidade no negócio das empresas, a criação de fóruns para troca de experiências sobre aspectos de sustentabilidade na gestão e, de um modo geral, o incentivo a uma gestão mais transparente nas empresas nas quais investe – incluindo a associação a instituições voltadas a práticas de sustentabilidade, à divulgação de relatórios de sustentabilidade e à adesão a níveis mais elevados de governança. [GRI G4-FS5]

A Política de Responsabilidade Social pode ser consultada em http://www.previ.com.br/a-previ/responsabilidade-socioambiental/politica-de-rsa/.

Debates no PRI

O Principles for Responsible Investment (Princípios para o Investimento Responsável – PRI) é uma iniciativa da ONU que congrega investidores institucionais em prol da disseminação global de padrões de excelência em governança e sustentabilidade corporativa. O PRI tem na PREVI seu representante latino-americano. Em 2015, o diretor de Seguridade, Marcel Barros, foi o representante da América Latina no conselho de administração da iniciativa e participou da Conferência Anual do PRI. Marcel integrou o painel de lançamento do relatório "Complying with your fiduciary duty – a global roadmap for ESG integration" ("Cumprindo com o dever fiduciário – um roteiro global para integrar governança e responsabilidade socioambiental").

Em junho, a sede da PREVI, no Rio de Janeiro, recebeu uma reunião com o diretor de relacionamento do PRI no Reino Unido, Nikola Sobot, e outros signatários brasileiros, como os fundos Real Grandeza, Infraprev e Valia e a Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários do Banco do Brasil (BB DTVM). Na ocasião, foram discutidas estratégias e os trabalhos desenvolvidos pelo PRI e ouvidas sugestões das instituições brasileiras presentes.

16.º Encontro de Governança Corporativa

Em agosto, foi realizado o 16.º Encontro PREVI de Governança Corporativa, que teve como tema "Desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro: construindo alternativas para um ambiente de maior liquidez". Foi mais um marco na contribuição da PREVI para a discussão sobre temas relevantes para investidores institucionais.

O encontro reuniu, em 2015, cerca de 450 pessoas, entre conselheiros, executivos, investidores, gestores de recursos e acadêmicos, e incluiu um dia exclusivamente dedicado a uma agenda específica para conselheiros eleitos com apoio institucional da PREVI, com palestras e mesas-redondas. Entre os temas debatidos nos painéis abertos ao público, destacaram-se discussões sobre perspectivas de investimento, a atuação de acionistas minoritários nas empresas, iniciativas para o desenvolvimento de um mercado secundário de dívidas corporativas e o desenvolvimento do mercado de renda variável.

Atuação na Abrapp

A PREVI participa de todas as discussões sobre os rumos da previdência complementar desenvolvidas pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Abrapp). Em 2015, a PREVI venceu o primeiro Prêmio Abrapp de Sustentabilidade, com o trabalho "A responsabilidade socioambiental na PREVI", que abordou as diversas ações desenvolvidas pela Entidade no âmbito das dimensões de RSA (governança, social, ambiental e econômica).

Em março, Gueitiro Matsuo Genso, presidente da PREVI, foi escolhido (por unanimidade) para assumir a presidência do Conselho Deliberativo da Abrapp. A PREVI continuou com representante na coordenação da Comissão de Sustentabilidade da Associação e atua em outras 13 comissões nacionais. Ao participar do Encontro Nacional de Comunicação e Relacionamento dos Fundos de Pensão, promovido em maio pela Abrapp, a PREVI enfatizou a importância da transparência na relação com seus associados e o uso dos meios digitais para uma comunicação cada vez mais ágil.

Destaque no Carbon Disclosure Project

Entre os temas de sustentabilidade que a PREVI procura pautar nas empresas nas quais investe, está a preocupação com o meio ambiente. Como Entidade ligada ao Carbon Disclosure Project (CDP) – a principal iniciativa do setor financeiro global relacionada à redução das mudanças climáticas –, a PREVI incentiva as empresas com as quais se relaciona a responder aos questionários do CDP. Em 2015, foi divulgado que seis companhias da carteira da PREVI – Cemig, Vale, Itaú Unibanco Holding, BRF, Ultrapar Participações e Itaúsa – foram reconhecidas pelo CDP como exemplos de transparência na divulgação de sua gestão das mudanças climáticas.

Certificada como Empresa Cidadã

Pelo terceiro ano consecutivo, a PREVI recebeu, do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (CRCRJ), o certificado de Empresa Cidadã, por seu empenho na divulgação das informações contábeis e socioambientais. O certificado é um incentivo à elevação da qualidade das informações contábeis e socioambientais publicadas nos relatórios anuais de organizações de todos os portes, segmentos e regiões do Brasil.

Iniciativas sociais das participadas [GRI G4-EC8]

Diversas empresas participadas mantêm iniciativas socioambientais. Como exemplos desses projetos, citamos os descritos a seguir.

  • O Instituto Invepar, em parceria com o instituto Elo Carioca, promove doações anuais em prol do Movimento Rio Como Vamos. Além disso, estimula a proposição de soluções para a mobilidade urbana na cidade do Rio de Janeiro.

  • O Instituto Embraer de Educação e Pesquisa mantém duas unidades do Colégio Embraer, escolas-modelo focadas na excelência acadêmica para alunos egressos da rede pública de ensino. Todos os selecionados recebem bolsa integral de estudos, além de uniformes, materiais didáticos, alimentação na escola e transporte.

  • A Fibria busca criar e manter um bom relacionamento com as comunidades vizinhas às suas operações, por meio de engajamento e medidas que promovam o desenvolvimento econômico e social local.