Na última terça-feira, 9/9, a diretora de Planejamento Paula Goto participou da 77ª Mesa de Debates ACI Institute e Board Leadership Center Brasil, promovida pela KPMG. O evento abordou o perfil do Conselheiro de Administração, do Conselheiro Fiscal e dos membros de Comitês de Auditoria e o futuro do mercado de trabalho.

A abertura do evento foi realizada por Fernanda Allegretti, sócia-diretora do ACI Institute e da KPMG Brasil, que fez uma apresentação sobre mercado de capitais, focando na nova metodologia do ISE B3. O índice é composto exclusivamente por ações de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade.

Além de Paula, também participaram da mesa de debates o moderador Charles Krieck, Presidente da KPMG no Brasil e na América Latina, e as debatedoras Inês Souza, Presidente do Conselho de Administração da BBM Logística e Membro do Conselho de Administração do Magalu, Radix Engenharia e Desenvolvimento de Software e Manserv. Também foram convidados como palestrantes Ana Buchaim, Diretora Executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3; Sidney Ito, CEO do ACI Institute e do Board Leadership Center Brasil, e sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG no Brasil.

A diretora Paula Goto falou sobre a importância da atuação dos Conselhos de Administração de uma forma mais próxima e interativa. “Um aprendizado para as empresas e os conselhos durante essa pandemia foi sobre a importância da proximidade. O Conselho de Administração tem que ter a abertura para que os executivos sintam apoio constante para promover mudanças, questionar e trazer suas angústias. As pessoas se aproximaram nesses tempos difíceis e mudaram suas dinâmicas, o que foi fundamental para desenvolver os diálogos sobre estratégia com mais fluidez. Assim, foi possível chegar em uma reunião para deliberar com mais confiança e alinhamento, por exemplo, o que resultou em ganho na gestão de tempo, pois chegamos já muito mais preparados”, afirmou.

A diversidade nos conselhos traz conhecimento e é muito necessária. Para Paula, “a diversidade é cada vez mais um fator fundamental para os conselhos, porque com o diferente vem toda uma bagagem: experiências, tecnologia em finanças, em vendas, em pessoas, em uma série de assuntos, por exemplo”.

Paula também falou sobre como o cenário atual evidencia a iminência de crises coletivas, em que l empresas de vários setores em diversos segmentos podem sofrer impactos: “É preciso que a gente esteja olhando o todo. Todos estamos inseridos na mesma sociedade, no mesmo mundo. Como disse o filósofo Edgar Morin, ‘A humanidade tem que tomar consciência de que ela tem a mesma comunidade de destino’. Então, tudo o que fizermos retornará para nós de alguma forma”, declarou.

Outros pontos importantes levantados foram as transformações digitais, a agilidade dos processos hoje em dia e o investimento sustentável, que é, em sua essência, diferente do investimento responsável porque ele não quer só proteger o valor da compra: ele quer gerar valor. “Ter isso em mente é muito importante para uma mudança de mindset, para realmente assumir um novo olhar e implementar mudanças necessárias na gestão das empresas”, destacou Paula. “Então, a gente começa a olhar para as oportunidades de negócios, produtos e serviços, além dos processos dentro das empresas”, complementou.

Paula citou ainda um exemplo da mudança de pensamento entre as gerações, que sinaliza avanços positivos rumo ao desenvolvimento sustentável. “As novas gerações estão nascendo e sendo preparadas com um novo olhar. Eu lembro quando eu era criança, lá no ensino fundamental, a professora explicando: ‘Olha, você prefere que desmatem a Amazônia ou você prefere ter desenvolvimento?’. Era binário e eu me questionava sempre: ‘Tem que ser assim mesmo?’”, revelou.

Um futuro sustentável

No evento foram discutidos também como as companhias estão atuando, qual tem sido o tratamento dado a questões importantes como equidade de gênero e raça, o processo de inclusão e outros temas. Mais do que levantar as necessidades no cenário atual, a Mesa de Debates focou em como supri-las por meio de ações atreladas ao propósito e aos princípios ASG, sigla para ambiental, social e de governança corporativa -- que na Previ ganhou o acréscimo do I, de integridade, e se tornou ASGI. Afinal, para aderir com efetividade a esses critérios, é necessário entender que indicadores e métricas de fato são relevantes para uma companhia e quais podem fazer uma grande diferença na construção de futuro mais sustentável.