Diretor de Investimentos explica, em vídeo, desempenho dos perfis de investimento do Previ Futuro
14/02/2025A Previ publicou nesta sexta-feira, dia 14/2, um vídeo em que o diretor Cláudio Gonçalves esclarece dúvidas sobre informações que têm circulado na imprensa e nas redes sociais. Ele fala também da estratégia por trás dos perfis de investimento e explica a rentabilidade do perfil Conservador. Confira a íntegra do vídeo:
Olá, associadas e associados. Eu sou Cláudio Gonçalves, diretor de Investimentos da Previ e associado do Previ Futuro.
Na última semana, em função de uma decisão do Tribunal de Contas da União, várias informações sobre a Previ estão sendo divulgadas na imprensa e em redes sociais. Nesse vídeo, eu quero conversar em especial com você, associado do Previ Futuro, para explicar o que está acontecendo e como estamos gerindo o seu plano.
Existe rombo na Previ?
Não, os planos da Previ continuam em equilíbrio. O assunto que está sendo abordado na mídia seria de um déficit conjuntural do plano mais antigo da Previ, o Plano 1, mas é importante esclarecer: não existe rombo.
O Plano 1 tem hoje um patrimônio de cerca de R$ 243 bilhões, e encerrou o mês de novembro de 2024 com resultado positivo, muito por conta do superávit expressivo que foi entregue em 2023 por essa mesma gestão.
Isso quer dizer que, segundo os cálculos atuariais, esse montante é suficiente para pagamento de todos os associados até 2100, que é o ano estimado para encerramento do Plano 1.
Já no Previ Futuro, é diferente. Enquanto houver associados novos ingressando no plano, não há horizonte definido para o seu encerramento. Ou seja, ainda vamos pagar benefícios por muitas e muitas décadas.
O Previ Futuro é um plano de contribuição variável. Cada associado tem sua própria reserva, e todo o montante acumulado para a aposentadoria fica guardado nessa conta.
O benefício que cada participante vai receber no futuro depende de três fatores principais: tempo, valor de contribuição e rentabilidade. E eu sei que a rentabilidade é algo que está preocupando todos vocês nesse momento. Então deixa eu explicar, ponto a ponto, o que está acontecendo.
A Previ oferece oito perfis de investimento. Quatro na modalidade data-alvo, em que você faz a opção de acordo com a data prevista de aposentadoria. São os chamados ciclos de vida 2030, 2040, 2050 e 2060. Quando você opta por essa modalidade, nós fazemos a gestão de exposição a risco de acordo com a proximidade da data escolhida.
Os outros quatro perfis, agressivo, arrojado, moderado e conservador, são de risco-alvo, ou seja, quando opta por um deles, o participante leva em consideração o seu apetite ao risco.
E é a rentabilidade do perfil conservador que mais tem gerado questionamentos dos associados.
Por que o perfil conservador por vezes gera rentabilidade negativa?
Como gestores de reservas Previdenciárias, nós pensamos no longo prazo. A carteira de investimentos é montada para atravessar uma jornada de muitos anos, até a aposentadoria.
Os investimentos em renda fixa atualmente mais adequados para o Previ Futuro são os títulos NTN-B, que possuem uma taxa real determinada no momento da compra, além da correção pela inflação.
Como os títulos da Previ eram marcados obrigatoriamente a mercado por conta da legislação, sofreram com a volatilidade e se desvalorizaram num cenário em que a taxa de juros subiu.
Por exemplo: a Previ comprou no fim de 2023 um título com vencimento em 2035. A remuneração desse título foi contratada a IPCA + 5,34%. No final de 2024, ou seja, um ano depois, a rentabilidade desse mesmo título foi marcada a mercado em 6,3% negativos. Se a rentabilidade desse ativo fosse marcada na curva, ela seria de 10,4%.
Portanto, são duas formas completamente diferentes de contabilização, mas um ponto é importante: se esse título for mantido até o seu vencimento, a remuneração recebida será a contratada. Ou seja: IPCA + 5,34%.
Diante da atual conjuntura de mercado, estamos aproveitando o momento de taxa de juros elevada para proporcionar menos volatilidade para o perfil conservador, com a compra de NTN-Bs de prazo mais curto e títulos pós-fixados. Esse movimento é para garantir rendimentos maiores por um período mais longo de tempo.
Esse trabalho tem como objetivo melhorar a rentabilidade média da carteira de renda fixa e proteger o patrimônio dos associados da inflação. Você sabia que, atualmente, a rentabilidade média da renda fixa do perfil conservador está precificada em IPCA + 6,9%? Pode parecer pouco num cenário de juros altos. Mas daqui a algum tempo, quando as condições da economia estiverem mais estáveis, isso vai significar uma verdadeira criação de riqueza geracional que se estenderá por vários anos.
Como funcionam os investimentos nos perfis?
Desde a criação dos perfis, todos tinham uma carteira única de investimentos, segregada em dois grandes blocos: o “composto renda fixa” que contém títulos públicos, crédito privado, imóveis e operações com participantes; e o bloco “renda variável”, com ações, fundos estruturados e investimento no exterior.
Nesse modelo, cada perfil tinha a alocação distribuída em cada bloco de acordo com o seu apetite a risco. Por exemplo: enquanto o perfil conservador tinha 100% no composto renda fixa, o agressivo tinha em torno de 55% no bloco renda variável.
Portanto, no bloco “composto renda fixa”, tínhamos uma estratégia única, independente do horizonte de investimento ou apetite a risco do perfil.
A partir deste mês de fevereiro, com a entrega do Projeto Cotas, os perfis do Previ Futuro contam com uma nova estrutura de fundos de investimentos exclusivos, cada um com uma estratégia específica. Ao todo, são 20 alternativas de alocação que permitirão buscarmos a otimização do portfólio de cada perfil, de acordo com o nível de risco definido na política de investimentos. Por exemplo: teremos fundos de renda fixa de longo prazo segregados dos papeis de curto prazo, o que fará toda a diferença para a calibração do risco e retorno dos perfis.
Com esse novo modelo, estamos dando um salto na qualidade da gestão dos recursos do Previ Futuro e também do Previ Família, o que nos permitirá evoluir na forma como divulgamos os resultados, para que você possa entender exatamente o que contribuiu para o resultado do seu investimento. E também o que estamos fazendo para entregar a performance que você espera.
É com uma comunicação mais clara, técnica e com a transparência de sempre que esperamos tornar a Previ cada vez mais próxima de você.
E por que a Previ não cria um perfil super conservador?
Essa é uma outra novidade que essa mudança estrutural proporcionou: a criação de um novo perfil mais conservador, com baixa volatilidade, que em breve vai ser divulgado.
Mas atenção: é importante levar em conta os seus objetivos e avaliar sempre os cenários antes de mudar de perfil. Os perfis de risco alvo, como o conservador atual, e aqueles que são focados no longo prazo, como os perfis de data alvo, seguem sendo a melhor opção para quem ainda tem tempo pela frente antes de se aposentar. Se você não vai se aposentar no curto prazo, vale a pena pensar bastante antes de migrar de perfil.
O que aconteceu ao longo do ano de 2024 foi uma oscilação, o que não é incomum em fundos de pensão, pois gerimos os seus recursos por décadas passando naturalmente por diversos ciclos de mercado.
Falar em rombo ou prejuízo, é um equívoco porque a Previ não precisou vender nenhum de seus ativos por um preço abaixo do valor de mercado para honrar os seus compromissos. Isso sim, seria prejuízo.
Em mais de 120 anos, nunca atrasamos o pagamento de nenhum benefício. E continuaremos assim. A Previ continua muito sólida.
E para se informar sobre a Previ, consulte os nossos canais oficiais. Neles, divulgamos todas as informações de resultado com total transparência.
Um abraço a todos e até a próxima.