| nº 157 | Fev 2011

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Bons investimentos, bons benefícios

PREVI traça estratégias de investimentos para os próximos anos. O objetivo é que o participante do Plano 1 e do PREVI Futuro receba benefícios ainda melhores

 

Mudanças

As políticas de investimentos são traçadas para períodos extensos por conta do perfil dos fundos de pensão, que devem mirar o longo prazo. A atual diretriz foi elaborada para o período de 2011 a 2017, mas com revisões anuais ou assim que fatos novos importantes surgirem. Parte de premissas como a estabilidade econômica, crescimento do PIB de 4,5% e um horizonte de redução das taxas básicas de juros pagas pelo País, com reflexo na diminuição dos resultados da renda fixa, um fator-chave para a administração das carteiras dos fundos de pensão. Se a redução ocorre nos níveis esperados atualmente, o simples investimento em renda fixa pode não remunerar os ativos da maneira necessária para cobrir todas as obrigações. "A atual remuneração dos títulos públicos exige diversificação dos investimentos para o pagamento de benefícios como se espera lá na frente. Por isso, a gestão dos recursos e a meta de desempenho para os gestores é a medida qualitativa mais relevante", analisa Vitor Paulo.

Ele explica que, na Política aprovada agora, a mudança mais significativa não foi a simples alocação de recursos, quanto vai para renda fixa, quanto fica na renda variável, o que é destinado para imóveis ou operações com participantes (veja quadro), mas, sim, a introdução de "métricas qualitativas". Isso significa metas de desempenho para os gestores em cada investimento, como efetividade e eficácia nos retornos para PREVI. É estabelecer, por exemplo, os melhores pagadores de aluguéis e tendências de mercado para que todo um imóvel seja ocupado, não ficando com áreas vazias, ver em que setores as empresas são melhores pagadoras de dividendos, quais podem remunerar melhor os ativos etc.

Sobre os desafios que serão enfrentados na gestão dos investimentos dos fundos de pensão daqui por diante, o presidente da PREVI, Ricardo Flores, também declarou ao jornal Folha de S.Paulo, no início deste ano, que a PREVI está bem preparada para lidar com a expectativa de baixa da taxa básica de juros, que traz como desafio a diversificação dos investimentos para garantir boas rentabilidades. "O Brasil é um dos países que mais oferecem oportunidades de investimentos de longo prazo. Conhecemos o país, as empresas brasileiras e temos condições de buscar as melhores opções de investimentos. (...) A PREVI está preparada para esse desafio. (...) Queremos fazer parte mais intensamente desse novo capitalismo brasileiro, com instituições consolidadas, economia forte, com estabilidade de preços", afirmou o presidente. Sobre o que atrairá atenção para os investimentos neste ano, Flores destacou as áreas voltadas para o mercado interno e o comércio varejista, os investimentos em infraestrutura, os investimentos imobiliários e em fundos de private equity.

 

Limites na legislação
A lupa apontada mais para as tendências de resultados de cada negócio que para a simples divisão dos ativos em macrocategorias também tem explicação na legislação, que determina limites de risco que cada Plano pode correr, por exemplo, com investimentos em papéis de empresas nas bolsas de valores. Em setembro de 2009, o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicou a Resolução 3.792, que define as diretrizes de investimento para as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Para ter mais informações sobre as regras para investimentos, acesse a edição 145 da Revista PREVI, disponível no site). Para a PREVI, o maior impacto foi a elevação do limite para investimentos em renda variável de 50% para 70% dos recursos de cada plano. Isso porque, principalmente pela valorização dos ativos investidos, o Plano 1 encontrava-se desenquadrado do limite de 50% anterior e tinha a necessidade de fazer "desinvestimentos" no longo prazo. Agora, isso não é mais obrigatório. A PREVI estava desenquadrada mais pelo sucesso de seus investimentos que por uma gestão que não levasse em consideração os limites anteriores, já que o crescimento da carteira de renda variável se deu muito mais pela valorização das empresas, e não pela compra de novos papéis.

No caso dos investimentos em renda fixa em imóveis, não se verificaram grandes alterações na norma anterior; o que mais se destaca é o aperfeiçoamento de regras para a compra de títulos emitidos por empresas. No segmento de empréstimos e financiamentos a participantes, conforme previsto na legislação, o limite geral de 15% dos recursos garantidores do plano não foi alterado, o que é limitação importante no caso do PREVI Futuro, que costuma ficar próximo a esse número. E é bom entender que o limite vale para cada um dos Planos de Benefícios, já que a administração dos recursos é segregada.

 

Cada um com seu perfil
Se não tem muita margem para as operações com participantes, o PREVI Futuro, que em 2010 passou a marca dos R$ 2 bilhões em patrimônio, está longe da exposição máxima em renda variável. Mas a definição de maior ou menor risco tem muito mais a ver com a vontade do participante por conta da criação dos Perfis de Investimentos (Para saber mais acesse a edição 153 da Revista, disponível no site). Neles, é possível optar se quer seus recursos aplicados de maneira mais agressiva ou conservadora (veja quadro). E, para isso, é importante levar em consideração a situação individual de cada participante. Como regra geral, quando está no começo do período de acumulação, pode-se correr mais riscos. Ao se aproximar o período de aposentadoria, é recomendável dose adicional de cautela.

Até agora, mais de 90% dos associados optaram por manter seus recursos no Perfil PREVI, em que a alocação é definida anualmente na Política de Investimentos com base nos estudos realizados e cenários analisados. "Creio que essa opção é uma prova de confiança na estratégia de administração dos recursos elaborada pela PREVI", analisa Vitor Paulo. É bom mais uma vez lembrar que, no caso de Planos de Contribuição Variável como o PREVI Futuro, não existe a garantia de quanto será o valor do benefício na aposentadoria. Cada um deve ter sua estratégia de acumulação de reservas de acordo com as expectativas e acompanhar os rendimentos de suas "contas" (Para ter mais informações sobre a evolução de seu saldo, acesse a edição 145 da Revista PREVI, disponível no site) por meio de extratos, que podem ser obtidos no site da PREVI. Caso queira fazer um esforço adicional para melhorar a aposentadoria, ainda há possibilidade de contribuições facultativas.

 

Diferenças
Numa Política de Investimentos, sempre se deve levar em conta maximizar os resultados da maneira mais segura possível, mas também considerar os momentos diferenciados dos Planos. O PREVI Futuro é jovem, tem adesão dos novos contratados do BB e também acréscimo substancial de reservas. Já o Plano 1 encontra-se fechado, não pode receber mais participantes. Dos associados, cerca de 64 mil já estão aposentados e, dos 32 mil da ativa, boa parte já pode requerer a aposentadoria.

O que não muda nos dois planos é a busca de sempre atuar em sintonia com as melhores práticas do mercado. Nesse aspecto, a PREVI é uma das primeiras no Brasil a aderir ao PRI, Princípios para Investimento Responsável, programa da ONU criado para que os investidores institucionais levem em consideração a disseminação e o desenvolvimento das práticas de responsabilidade socioambientais. A preocupação não é apenas com o retorno monetário, mas adotar as melhores práticas de governança corporativa e ações de responsabilidade social, ambiental e ética.

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